Psicologia-Justiça: a parceria em falta!
É um facto inegável que todos os membros do foro são sujeitos a uma pressão psicológica repetida, sendo para muitos um fator que acompanha a sua vida profissional desde sempre.
Nos últimos tempos, a afetação de uma faixa considerável de profissionais do setor da Justiça por perturbações emocionais e stress, tem merecido da parte da comunicação social o devido destaque.
É um facto inegável que todos os membros do foro são sujeitos a uma pressão psicológica repetida, sendo para muitos um fator que acompanha a sua vida profissional desde sempre. O risco da angústia pessoal, do sentimento de falta de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido ou a depressão, são perigos constantes que pairam como uma ameaça sobre a evolução e bem-estar de quem trabalha na área. De igual modo, vivemos numa época de pleno imediatismo, de uma demanda por reações instantâneas, que colocam os profissionais em permanente acesso e disponibilidade através das mais variadas plataformas eletrónicas, tendo de dar respostas ao segundo, que na sua maioria apenas agravam os conflitos existentes. É do conhecimento comum, que entre profissionais do foro, nas suas conversas informais quotidianas, são recorrentes as histórias de pressão, de insistências inusitadas a que são sujeitos numa base diária.
Como será possível criar algum tipo de defesa para aqueles que se sentem em desgaste e mal-estar contínuo?
A solução não passa obviamente pelo consumo de substâncias ilícitas ou de medicação em excesso, que para além da violação legal em alguns casos, representam uma volta sem retorno, indutor do erro e da falta de discernimento racional no exercício de funções de responsabilidade para e pelos cidadãos. Ora, numa sociedade globalmente aberta na interligação geral através das redes sociais, verifica-se em sentido contrário o crescimento gradual do isolamento e da falta de convívio humano presencial, reduzindo-se, em muitos casos, os contatos a impressões expressas nas páginas das redes e aos locais de trabalho. Esta falta de contato uns com os outros, de falar ou de partilhar emoções, em profissões que lidam com problemas das pessoas, pode gerar uma falta de empatia crescente e traduzir-se na necessidade de apoio técnico especializado.
Um primeiro passo na abordagem do tema e da criação de meios de auxílio foi dado pelo Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados ao criar um Gabinete de Apoio Psicológico. No entanto, sendo este um problema transversal que afeta todas as profissões jurídicas, seria melhor encontrar uma resposta conjunta de apoio e de compreensão junto de quem precisa, através das respetivas entidades de representação profissional, com um levantamento sério e rigoroso na determinação das tipologias de análise e formas de combate fixadas por quem tem a experiência e o saber através do adequado envolvimento protocolar e de parceria da Ordem dos Psicólogos, que pode dar a orientação apropriada e apresentar propostas na definição de um caminho comum para a criação de meios de defesa próprios e para a diminuição das consequências nefastas na vida de quem sofre e de quem pode ficar prejudicado com a sua representação, atuação e decisão…os cidadãos.
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