Hipermercados devem 15 milhões de euros de taxa de segurança alimentar

  • Lusa
  • 4 Outubro 2016

Deste montante, 9,2 milhões são devidos pela Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce. Há mais de 500 ações em tribunal contra a cobrança desta taxa.

As grandes superfícies devem ao Estado cerca de 15 milhões de euros relativos à taxa de segurança alimentar, disse, esta terça-feira, o ministro da Agricultura, Desenvolvimento e Florestas, Capoulas Santos, na Assembleia da República.

“Há cerca de 15 milhões por cobrar e mais 6,3 milhões de euros de uma faturação que ainda não está totalmente vencida” relativos a 2016, adiantou o ministro durante uma audição na comissão parlamentar de Agricultura.

Fonte do gabinete de Capoulas Santos esclareceu que este montante é relativo a 9,7 milhões de euros de dívidas apuradas entre 2012 e 2015 (dos quais 9,2 milhões de euros pertencem à Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce), mais 6,3 milhões de euros relativos à primeira tranche de 2016.

O ministro da Agricultura acrescentou ainda que “há mais de cinco centenas de ações entradas em tribunal contra a cobrança desta taxa” e que o elevado montante por cobrar coloca problemas de tesouraria na Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para onde são canalizadas as receitas. “Esperamos que os tribunais funcionem”, comentou.

A taxa de segurança alimentar, criada pela ex-ministra da Agricultura do Governo de Passos Coelho, Assunção Cristas, aplica-se aos estabelecimentos de comércio alimentar ou misto que tenham uma área de venda superior a 2000 metros quadrados, como os hipermercados, deixando de fora os pequenos retalhistas.

A taxa foi contestada desde o início pelos operadores da grande distribuição e alguns, como a Jerónimo Martins, ainda não pagaram qualquer verba, optando por recorrer aos tribunais.

As outras empresas optaram pelo pagamento dos valores devidos, avançando ao mesmo tempo para a impugnação em tribunal. No final de 2015, corriam nos Tribunais Administrativos e Fiscais 550 processos, mais 17 nos Tribunais Tributários.

As receitas da taxa servem para financiar, através da DGAV, o Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar que apoia vários tipos de ações no âmbito da segurança alimentar, da proteção e sanidade animal, da proteção vegetal e fitossanidade, prevenção e erradicação das doenças dos animais e plantas, entre outros objetivos.

Capoulas Santos esteve a ser ouvido na Assembleia da República, a pedido do PSD e do PCP, sobre questões relacionadas com a sanidade animal e com o SIRCA (Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração).

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Sonae compra supermercados em Moçambique

A Sonae, em parceria com a Satya Capital, comprou dois supermercados em Moçambique, numa aposta avaliada em seis milhões de dólares.

A Sonae SGPS continua a reforçar a sua aposta em Moçambique, desta vez com a compra de dois supermercados. Numa parceria com a Satya Capital, o investimento total ascende a seis milhões de dólares (5,3 milhões de euros), com uma percentagem de 30% associada à empresa portuguesa.

A restante percentagem pertence à Satya, “uma empresa de investimento independente fundada por Mohamed Ibrahim, focada no fornecimento de capital para investimentos em África”, refere o comunicado enviado ao regulador.

A aposta da Sonae em Moçambique começou no final de 2014 com a abertura da primeira loja MO. Em 2015, a presença da retalhista foi reforçada com a abertura da primeira loja Zippy.

Aposta levanta dúvidas

O anúncio da Sonae “levanta o véu sobre as intenções da empresa relativamente a expansão internacional do negócio de retalho alimentar”, diz o CaixaBI.

“À primeira vista, a compra parece positiva para a Sonae, pois responde a uma das principais limitações da atividade de retalho alimentar da empresa: o facto de estar confinada ao maduro mercado português”, disse o banco numa nota de research.

Apesar de revelar a intenção da empresa de diversificar a atividade de retalho alimentar para outras geografias, o anúncio levanta várias dúvidas sobre o objetivo da Sonae em termos de alcance geográfico, uma vez que o setor em Moçambique tem uma expressão reduzida, timing da expansão e dimensão planeada para a operação, adianta o CaixaBI.

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