Lisboa cede pela quinta sessão em dia de Draghi

Dia começou sem grandes oscilações de relevo nas bolsas europeias. Em Lisboa, a tendência é de baixa nos primeiros minutos. Tudo à espera da reunião do Banco Central Europeu ao início da tarde.

Lisboa apresenta-se novamente em baixa pela quinta sessão consecutiva, pressionada sobretudo pelas ações da Galp e da Jerónimo Martins, num dia em que os investidores na Europa vão centrar atenções na reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE).

O PSI-20, o principal índice português, perde 0,21% para 4.620,31 pontos, naquela que é a quinta sessão de quedas consecutiva, igualando o ciclo mais longo de quedas desde janeiro. São oito as cotadas que seguem abaixo da linha de água no arranque da sessão lisboeta, com nota para as baixas da Galp (-0,83%) e Jerónimo Martins (-1,04%).

Em destaque durante a sessão vão estar ainda os CTT. As ações avançavam ligeiros 0,11% para os cinco euros. A cotada liderada por Francisco Lacerda apresenta esta quinta-feira contas ao mercado. Os analistas sondados pela Bloomberg apontam para lucros na ordem dos 68 milhões de euros em 2016, uma queda de 5% face ao ano de 2015. Segundo os analistas do CaixaBI, os resultados que os CTT têm para apresentar devem ser “negativos, embora o mercado já tenha antecipado esta realidade após o profit warning que os CTT apresentaram em janeiro”.

Também as ações da Sonae valorizavam 0,97% depois do anúncio de fusão da sua SportZone com duas retalhistas inglesas que vai criar o segundo maior player da Península Ibérica.

Para os analistas do Haitong, o acordo é “muito positivo” para a Sonae. Além de potenciar os lucros da retalhista, a Sonae troca um negócio com uma avaliação negativa por 30% numa operação que poderá valer 450 milhões de euros”, mostrando que a administração da cotada portuguesa está “disposta a adotar ações mais decisivas para dar a volta aos resultados do negócio não-alimentar”.

Sonae avança com fusão da SportZone

Isto acontece num dia de particular interesse para os investidores europeus do ponto de vista da política monetária do BCE. Há reunião do Conselho de Governadores para decidir a evolução da taxa de juros — uma decisão que será revelada ao início da tarde e que não deverá trazer novidades –, seguindo-se uma conferência de Mario Draghi com os jornalistas.

“Fim dos estímulos?”, questionam os analistas do Commerzbank numa nota enviada aos seus clientes. “O entusiasmo está garantido na reunião de hoje do BCE com o mercado a especular sobre uma subida antecipada dos juros”, referiram.

Neste cenário, o índice de Madrid, o IBEX-35, era dos poucos que valorizava esta manhã, avançando 0,2%. Mas as perdas nas restantes principais praças europeias não eram muito intensas, com o DAX-30 alemão a ceder 0,18% e o CAC-40 francês a cair 0,26%.

(Notícia atualizada às 8h31)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preço do azeite vai subir em Portugal

  • ECO
  • 6 Março 2017

O azeite vai encarecer em Portugal devido à baixa produção de azeitona no ano passado. Produtores nacionais estão "inquietos" relativamente à alteração dos preços de azeite na origem.

Em 2016, a produção de azeitona nacional para azeite caiu perto de 30%, segundo os dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No total, foram produzidas apenas cerca de 491 mil toneladas em todo o território nacional, embora o INE avance que é azeite “de boa qualidade”. A redução no total da produção deveu-se essencialmente a “condições climatéricas adversas” e à “alternância anual de produção dos olivais tradicionais”, esclareceu uma fonte do INE à agência Lusa.

Mas a situação não é exclusiva de Portugal. Em 2016, as condições adversas também afetaram as produções de países como a Tunísia, Grécia ou Itália.

Ao ECO, Mariana Matos, secretária geral da Casa do Azeite, que representa cerca de 90% do volume de azeite embalado comercializado em Portugal e exportado para vários países, defendeu que “uma vez que os stocks mundiais de azeite também se encontram em níveis relativamente baixos, a menor produção na campanha 2016/2017 deverá significar uma manutenção dos preços a níveis mais elevados, e até, provavelmente, um aumento dos preços de azeite nos meses de verão“.

O aumento do preço na origem (na matéria prima) terá de levar, mais tarde ou mais cedo, ao consequente aumento dos preços ao nível do consumidor final.

Mariana Matos

Secretária-geral da Casa do Azeite

A responsável revelou ainda que várias empresas associadas à Casa do Azeite se mostraram inquietas relativamente à alteração dos preços de azeite na origem, porque “esse aumento do preço do azeite para o consumidor final” significa também, normalmente, “uma retração do consumo de azeite que não é desejável de todo”. Mariana Matos esclareceu que é sobretudo nos mercados de exportação, que têm uma menor tradição de consumo de azeite, que um aumento muito significativo do preço do produto tem mais possibilidade de levar “à sua rápida substituição por outras gorduras alimentares líquidas”, como os óleos vegetais, as margarinas ou manteigas. Assim, a situação ideal seria a de uma estabilidade de preços na origem “que permitisse também uma estabilidade dos preços para o consumidor final”, afirmou Mariana Matos.

Um golpe duro para o Alentejo

A região do Alentejo, sozinha, é responsável por “70 a 80%” da produção nacional de azeite, segundo Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo. A região detém quase 170 mil dos 315.340 hectares do país inteiro. Henrique Herculano esclareceu que a produção do ano passado foi prejudicada “pelas chuvas de maio, que afetaram a floração das árvores” e pelos “calores tardios, sobretudo em setembro, que diminuíram o rendimento da azeitona”, e alertou ainda que a “esmagadora maioria do azeite” que os portugueses estão a comprar agora “ainda não deve ser desta campanha”. “Lá para maio ou junho já é capaz de haver uma subida do preço, a não ser que haja a importação de azeites do norte de África”.

Também Paulo Velhinho, diretor executivo da Cooperativa de Olivicultores de Borba, que conta com cerca de 600 associados e é uma das principais da região alentejana, falou com a agência Lusa e afirmou que a produção conseguida em 2016 teve “uma quebra de cerca de 40% em relação a anos normais”, e como a azeitona foi paga a um preço “mais elevado”, “os sócios da cooperativa apanharam mais azeitona e não a deixaram nas oliveiras“, acrescentou.

“O preço da azeitona na campanha de 2015 foi, em média, entre 36 e 38 cêntimos por quilo“, enquanto, na última campanha, “a média foi de 48 cêntimos por quilo, embora tenha havido azeitona galega que chegou a render 55 cêntimos por quilo“, disse Paulo Velhinho à Lusa.

Em Trás-os-Montes são os produtores quem mais sofre

A seguir ao Alentejo, Trás-os-Montes e Alto Douro é a segunda maior região produtora de azeite em Portugal, e em 2016 as quebras na produção rondaram os 20%. O azeite é a produção agrícola com o segundo maior peso para a economia transmontana, a seguir ao vinho, e movimenta por ano um valor bruto de 30 milhões de euros, numa produção média anual de azeite que ronda as 80 a 90 mil toneladas, produzidas em mais de uma centena de lagares. Mas em 2016, tendo em conta a baixa na produção, as consequências foram muito negativas, principalmente para os produtores.

À Lusa, o presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, António Branco, disse que “sofre sempre o produtor” quando há uma diminuição da produção associada ao aumento do preço do azeite. Defendeu ainda que o acréscimo nos preços não compensa o trabalho tido na produção, que é sempre o mesmo independentemente do resultado, e classificou 2016 como um ano “muito confuso” na região nortenha, em especial tendo em conta o volume de venda da azeitona para fora, nomeadamente para Espanha. “É azeite bom que vai ser feito com a nossa azeitona fora da região”, acrescentando que a consequência será “menos azeite” com a marca regional, o que considerou “péssimo” para o azeite regional certificado. Defendeu ainda que o setor do azeite não devia depender das oscilações de mercado, mas ter “um preço estabilizado”.

Como estão a reagir os comerciantes

À Lusa, Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins, a detentora da marca Pingo Doce, afirmou que uma vez que “o preço (do azeite) vai subir”, isso levará “automaticamente” a que “o consumidor vai procurar outras gorduras”. Mas considera que “não é nada de preocupante” porque “não vai haver falta de nada”.

Já para o Lidl Portugal, os maus resultados da produção de azeitona conseguidos em 2016 não são preocupantes, isto porque “tendo em atenção os ‘stocks’ de azeite existentes no final de 2016, e apesar de alguma quebra na produção verificada na campanha do ano anterior, não são esperadas grandes oscilações nos preços de azeite para o corrente ano”.

Já para os hipermercados Continente, do grupo Sonae, que não são produtores ou transformadores de azeitona, as questões da baixa na produção e aumento dos preços “deverão ser remetidas para os organismos que regem essa atividade como, por exemplo, a Casa do Azeite“, concluiu fonte da cadeia de hipermercados.

A Lusa também tentou entrar em contacto com o grupo Auchan (detentor dos hipermercados Jumbo) e o grupo Os Mosqueteiros, mas não obteve resposta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Resultados: PSI-20 vai a exame do mercado. Será que passa?

Arranca esta quinta-feira a temporada de resultados na praça nacional. Analistas esperam uma descida global dos lucros, mas há cotadas com desempenhos positivos. O PSI-20 passa no exame dos mercados?

À partida para mais uma temporada de resultados em Lisboa, as estimativas dos analistas apontam para um ano de 2016 pouco positivo para as empresas nacionais. Sem contar com o BCP e BPI, os lucros no índice nacional terão recuado 2,7% num ano em que em que economia portuguesa que deverá ter crescido pouco mais de 1,2%. Incluindo aqueles dois bancos, as contas são ainda mais negativas: -11%. Mas há fatores extraordinários a ter em conta.

É no setor financeiro onde vão estar centradas todas as atenções. O BPI é o primeiro a prestar contas. E Fernando Ulrich, presidente do banco alvo de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos catalães CaixaBank, deverá anunciar já esta quinta-feira um lucro de 244 milhões de euros relativo ao exercício de 2016, mais 2% do que no ano anterior. A explicar a melhoria de resultados terá estado o forte crescimento da margem financeira, em 13%, dizem os analistas do CaixaBI, cuja previsão de lucro é mais otimista: 266 milhões de euros.

Para o BCP, que só reporta os resultados a 6 de março, a estimativa dos analistas sondados pela Bloomberg sugere uma melhoria evidente face aos prejuízos de 250 milhões de euros registados nos nove primeiros meses do ano, devido sobretudo ao esforço do banco com provisões extraordinárias para cobrir o crédito em risco de incumprimento. Terá fechado o ano com um resultado líquido negativo menos pesado, de cerca de 85 milhões. Com um aumento de capital no valor de 1.300 e dois novos acionistas de referência em luta por protagonismo na estrutura acionista, Nuno Amado deverá anunciar uma nova vida no maior banco privado português.

“A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento”, referiu Albino Oliveira, da Patris Investimentos. “Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas”, frisou o responsável.

BPI dá o pontapé de arranque na earnings season nacional

Para Albino Oliveira há mais setores que deverão despertar a curiosidade dos investidores. “Tivemos já a divulgação das vendas preliminares do quarto trimestre de 2016 por parte de Sonae e Jerónimo Martins (fortes em ambos os casos). Resta agora conhecer a informação relativamente às margens, principalmente no que se refere à Sonae, tendo em conta os sinais positivos observados no terceiro trimestre e a manutenção do ambiente competitivo no setor do retalho em Portugal”.

Em relação à dona da cadeia de hipermercados Continente, os especialistas apontam para lucros de 173,4 milhões de euros, ainda assim menos 1% face a 2015. A Jerónimo Martins, que detém a marca Pingo Doce e que se apresenta como uma das favoritas dos analistas, beneficiou da venda da Monterroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos para acumular um lucro de 500 milhões de euros só nos nove primeiros meses do ano. O consenso do mercado aponta para um lucro total de 439,7 milhões de euros em 2016 — não devendo contabilizar o negócio com a Monterroio por 310 milhões de euros.

"A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento. Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Habituada a ser o rei da temporada, a EDP terá melhorado o seu resultado líquido em 2% face a 2015. A elétrica liderada por António Mexia apresenta contas a 2 de março e deverá revelar um lucro de 932 milhões de euros, representando um terço dos lucros do PSI-20 no ano passado.

Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial, salienta a “estabilização no segundo semestre do ambiente de negócios” que beneficiou “setores com maior volatilidade, como o energético e o bancário”. Por exemplo, a REN, que perdia mais de 20% dos lucros nos nove primeiros meses do ano, atenuou essa queda e terá encerrado o ano com uma redução de 14% para pouco mais de 100 milhões de euros. A EDP Renováveis, cujo lucro tombava mais de 70% entre janeiro e setembro, fechará o ano com menos 30% dos lucros que registou em 2015, de acordo com os analistas.

Albino Oliveira destaca ainda a Nos, os CTT e a Mota-Engil. Por razões diferentes.

“Os resultados da Nos, o segundo título no PSI-20 com pior performance nos últimos três meses (com pior performance apenas o BCP), no sentido de determinar até que ponto poderão revelar-se decisivos para poderem conduzir a uma inversão dessa tendência negativa. No que se refere aos resultados dos CTT, os números do quarto trimestre poderão ser importantes para o sentimento dos investidores relativamente à evolução operacional do negócio ao longo dos próximos meses”, explicou.

Quanto à construtora, “tendo em conta a decisão da empresa de divulgar números apenas numa base semestral, os números de 2016 assumirão provavelmente maior importância”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI: EDP Renováveis e Corticeira são aposta em Lisboa

Entre várias dezenas de cotadas ibéricas, o banco elegeu duas empresas portuguesas como as suas preferidas. De um lado está a EDP Renováveis, do outro a Corticeira Amorim. EDP e Sonae ficaram à porta.

O BPI elegeu oito cotadas ibéricas que podem brilhar este ano. Destas, seis são espanholas, mas há duas portuguesas. A Corticeira Amorim é uma delas, mas o destaque vai para a EDP Renováveis que é a empresa que apresenta o maior potencial de valorização entre todas as selecionadas pelo banco de investimento.

“A EDP Renováveis é uma proposta de valor e crescimento”, diz o banco de investimento, que avalia as ações em 8,15 euros, um aumento de 4% face ao anterior preço-alvo. Nesta base, os títulos da empresa liderada por Manso Neto têm potencial de valorização de 42%, o mais elevado entre as cotadas preferidas do BPI.

Apesar do otimismo com a EDP Renováveis, o banco alerta que “há riscos em torno dos próximos negócios de venda de ativos. O ambiente de taxas de juro mais elevadas poderá colocar riscos de avaliação”, alerta. Quem não quiser estar exposto a este risco, apesar do retorno potencial elevado, tem na Corticeira Amorim uma alternativa.

“A Corticeira Amorim beneficia das perspetivas positivas para a indústria do vinho (o aumento do consumo de vinhos premium) e da melhoria no mix de vendas alavancado nas rolhas com novas tecnologias”, diz o BPI, que avalia as ações da empresa liderada por António Rios de Amorim em 10,20 euros, 19% acima do valor atual.

Contudo, entre as eleitas do BPI, só a Repsol e a Ferrovial têm uma margem de progressão inferior à da Corticeira Amorim. Tanto a Grifols, a DIA, a NH Hotel e o Banco Sabadell, que completam a lista de oito cotadas eleitas pelo banco de investimento, apresentam potencial de subida em torno dos 30%.

Fora deste lote há mais seis empresas destacadas pelo BPI, cotadas que ficam “à porta” do cabaz das preferidas do banco de investimento. Nestas seis, há quatro espanholas: Fluidra, Cellnex, Liberbank e Telepizza, mas também há duas cotadas nacionais. O BPI está atento tanto às ações da EDP como às da Sonae.

A EDP merece destaque pelo potencial de valorização de 25% face à avaliação de 3,25 euros atribuída pelo banco, mas também pela perspetiva de “bons resultados” por parte de uma empresa que continua a apresentar um dividendo atrativo. Já a Sonae destaca-se pelas perspetivas de que o aumento do poder de compra em Portugal possa dar um maior impulso aos resultados. O BPI avalia as ações em 1,15 euros.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonae: Vendas mostram “sucesso da estratégia comercial”

Os analistas ficaram agradados com as vendas preliminares anunciadas pela Sonae. E estão otimistas em relação ao futuro da retalhista. As ações avançam quase 2%.

A Sonae divulgou esta quarta-feira os dados relativos às suas vendas no ano passado, números que agradaram aos analistas, que não só aplaudem a estratégia comercial da holding como antecipam mais crescimento para o negócio do retalho. O mercado também recebeu com bons olhos o anúncio da Sonae, brindando o títulos com uma acentuada valorização na atual sessão.

A retalhista liderada por Paulo Azevedo anunciou após o fecho da última sessão que, em 2016, as suas vendas das áreas alimentar e não alimentar superaram os 5,2 mil milhões de euros. Este valor corresponde a um crescimento de 7,2% face ao nível de vendas registado em 2015, tendo sido alimentado por todas as áreas de negócio do grupo.

Os resultados preliminares agora conhecidos bateram as estimativas da maioria dos analistas que, para além de aplaudirem o crescimento do volume de negócios registado no ano passado, acreditam haver mais potencial de crescimento ao longo deste ano.

"Como esperado, a Sonae apresentou elevados crescimentos de vendas em 2016. A unidade de retalho alimentar apresentou valores positivos de vendas like-for-like, o que evidencia o sucesso da sua estratégia comercial.”

CaixaBI

“Como esperado, a Sonae apresentou elevados crescimentos de vendas em 2016. A unidade de retalho alimentar apresentou valores positivos de vendas like-for-like, o que evidencia o sucesso da sua estratégia comercial“, salienta o CaixaBI numa nota de research divulgada esta manhã. O banco de investimento antecipa ainda que a “Sonae MC (Modelo Continente) continue a seguir a mesma política de crescimento ao longo de 2017, com resultados igualmente positivos”.

Já no que respeita ao negócio da Sonae SR, os analistas do CaixaBI destacam também a evolução positiva das vendas like-to-like (vendas comparáveis), referindo que indiciam contribuições futuras positivas por parte da Worten e da estrutura de pré-aquisição da unidade Sports and Fashion. “As vendas agora conhecidas ajudam a suportar a nossa visão positiva para a empresa”, remata assim o banco de investimento relativamente à avaliação que faz do título.

O CaixaBI mantém uma recomendação de “comprar” para as ações da Sonae, atribuindo-lhes um preço-alvo de 1,45 euros. Este target representa um potencial de subida de 70% face aos 85,5 cêntimos a que as ações da retalhista terminaram a última sessão. As ações da Sonae estão a reagir de forma positiva aos números das venda: sobem 1,87%, para os 87,1 cêntimos, mas já chegaram a valorizar 2,46%.

Também os analistas do Haitong se mostram confiantes relativamente à retalhista. “Pensamos que o valor de mercado do retalho tem mais para avançar”, destaca o Haitong num research desta quinta-feira, onde também aplaude os números das vendas preliminares da Sonae. “A Sonae anunciou valores de transações positivos tanto no retalho alimentar como no não alimentar, batendo as nossas estimativas de vendas para o quarto trimestre, em 1%”, afirma o banco de investimento numa nota de hoje.

O agrado relativamente aos números conhecidos nesta quarta-feira levou mesmo o Haitong a rever em alta as estimativas para a Sonae em 2017 e 2018, em 1% e 2%, no que respeita às receitas. O Haitong reiterou ainda a Sonae como uma das suas “balas de prata, com uma recomendação de “comprar” e um preço-alvo de 1,08 euros, que representa um potencial de subida de 26% para o titulo.

"A Sonae anunciou valores de transações positivos tanto no retalho alimentar como no não alimentar, batendo as nossas estimativas de vendas para o quarto trimestre, em 1%.”

Haitong

Como catalisadores para o título, o Haitong vê com bons olhos os resultados da Sonae SR, em 2017, acreditando que conseguirá dar continuidade à recuperação de uma divisão que tem sido uma fonte de perdas. O banco de investimento mostra-se também confiante relativamente à Sport Zone, onde acredita que a Sonae pode ter “importantes desenvolvimentos”, que lhe permitam dar resposta à falta de escala.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Haitong troca CTT pela Sonae nas “balas de prata”

São seis as eleitas pelo banco de investimento para ganhar nos mercados ibéricos. Destas, três são portuguesas, sendo que a novidade no cabaz é a empresa liderada por Paulo Azevedo.

O Haitong tem novas “balas de prata”. O banco de investimento selecionou seis cotadas para ganhar nos mercados ibéricos durante estes primeiros três meses do ano, sendo que três são portuguesas. Duas são repetentes, com a novidade a ser a Sonae. A empresa liderada por Paulo Azevedo assume o lugar deixado pelos CTT.

A Sonae passou a integrar o cabaz porque, “além da sua avaliação atrativa, acreditamos que poderemos ver uma melhoria significativa na rentabilidade do retalho, tanto nos segmentos de eletrónica como de vestuário”, diz o Haitong na nota de investimento emitida esta quarta-feira, obtida pelo ECO.

A “holding” liderada por Paulo Azevedo assume assim o lugar deixado vago pelos CTT que depois de uma valorização de 8% no quarto trimestre do ano passado foi removida das “balas de prata”, assim como as espanholas Acerinox e a Logista. A Sonae junta-se, assim, a outras duas cotadas nacionais: a Nos e a Corticeira Amorim.

As apostas do Haitong:

  • Euskaltel – Tem potencial de subida de 66% até aos 14,10 euros
  • Nos – Pode valorizar 43% face ao preço-alvo de 7,60 euros
  • Acciona – Margem de progressão de 31%. Avaliada em 95 euros
  • Sonae – Pode subir 29% até aos 1,08 euros
  • Corticeira Amorim – Preço-alvo de 11,00 euros dá potencial de 28%
  • Ence – Margem de 27% até aos 3,20 euros

A Nos, que teve “um desempenho fraco no quarto trimestre”, mantém-se no cabaz pelo potencial de valorização de 43% atribuído pelo Haitong (que avalia os títulos em 7,60 euros), tendo em conta que “acreditamos que os riscos diminuíram substancialmente após os acordos de partilha de conteúdos desportivos entre os operadores portugueses”, nota o banco.

"Além da sua avaliação atrativa [da Sonae], acreditamos que poderemos ver uma melhoria significativa na rentabilidade do retalho, tanto nos segmentos de eletrónica como de vestuário.”

Haitong

No caso da Corticeira, o Haitong mantém a aposta fruto “do forte momento” vivido pela empresa em resultado do “aumento da sua quota no mercado, o aumento da produção de vinho e o regresso da preferência dos consumidores pelas rolhas de cortiça”. A empresa teve um desempenho negativo nos últimos três meses do ano passado, mas o banco vê potencial de 28% (até aos 11 euros).

Além destas três cotadas nacionais, entre as “balas de prata” do Haitong estão ainda três empresas espanholas: a Euskaltel, que se mantém na lista, sendo que a Acciona e a Ence passaram a integrar o cabaz. A Euskaltel continua a ser, das seis cotadas, a que tem maior margem de progressão face à avaliação de 14,10 euros do Haitong: 66%.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desvalorização do euro castiga Jerónimo Martins e Sonae no ranking do retalho

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2017

O desempenho positivo dos dois retalhistas portugueses não foi suficiente para compensar a desvalorização do euro face ao dólar, levando-os a caire no ranking global do retalho relativo a 2016.

A Jerónimo Martins e a Sonae caíram no ranking global do retalho em 2016, face ao ano anterior, devido à desvalorização do euro face ao dólar, mas mantiveram as posições na zona euro, segundo o estudo anual da Deloitte. De acordo com o Global Powers of Retailing 2017: The art and science of customers, hoje divulgado, a Jerónimo Martins e a Sonae “continuam a assegurar lugares relevantes no ranking, mantendo a sua posição relativa dentro da zona euro”, segundo a análise que tem por base o ano fiscal de 2015.

A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, manteve o 19º lugar na zona euro, tal como a Sonae, dona do Continente, que continuou no 41º lugar no ano passado. Já a nível global, a Jerónimo Martins desceu da 59.ª posição para a 64.ª, enquanto a Sonae passou da 157º posição para a 175ª. “A forte desvalorização das principais divisas face ao dólar desvirtua um pouco a análise do ranking deste ano: o euro desvalorizou-se 16% em comparação com o relatório do ano passado, a libra 7% e o rublo 38%”, começou por explicar Pedro Miguel Silva, parceiro associado de consultoria da Deloitte.

“Assim se compreende que a Jerónimo Martins e a Sonae, apesar de terem crescido, em 2015, 8% e 1%, respetivamente, tenham descido no ranking global. Este impacto é sentido por todos os retalhistas europeus, que saem significativamente penalizados no ‘ranking’ deste ano e veem a sua presença reduzida de 93 para 85 empresas e a sua receita acumulada em dólares decrescer 14% face ao ano anterior”, adiantou o responsável.

A dona do Pingo Doce “registou um crescimento de 8% das receitas em euros, impulsionado pelo reforço da liderança da operação na Polónia [onde tem a cadeia de supermercados Biedronka]” e a Sonae “apresentou um crescimento de 1% nas receitas em euros, resultado da aposta na inovação e na crescente internacionalização das suas insígnias”, refere a Deloitte, em comunicado. No entanto, o desempenho positivo registado pelos dois retalhistas portugueses não foi suficiente para compensar a desvalorização do euro face ao dólar.

“Um total de 23 retalhistas desta região [zona euro] viu as suas receitas convertidas em dólares a decrescer no ano fiscal de 2015. Neste cenário, torna-se claro porque são também os retalhistas europeus os mais ativos na procura de crescimento fora dos seus mercados de origem: cerca de 40% das suas receitas foram geradas em mercados externos no ano fiscal de 2015, o que representa mais do dobro da média de todas as empresas presentes no ranking“, considerou Pedro Miguel Silva.

As cadeias norte-americanas Wal-Mart Stores, Costco Wholesale Corporation e The Kroger mantiveram os três primeiros lugares na classificação global, respetivamente, seguidas da alemã Schwarz Unternehmenstreuhand (Lidl), mas a novidade é a entrada da Amazon, fundada em 1994, no top 10. A Amazon entrou neste ranking em 2000, figurando na 186ª posição. “O fraco crescimento nas principais economias desenvolvidas, os elevados níveis de dívida nos países em desenvolvimento, a deflação ou baixa inflação nos países mais ricos e o ressurgimento de políticas protecionistas estão entre as razões que explicam o ambiente económico desafiante que os retalhistas enfrentam”, disse Pedro Miguel Silva. As receitas das 250 maiores empresas de retalho a nível mundial atingiram os 4,3 biliões de dólares no ano fiscal de 2015, segundo a consultora.

Pelo terceiro ano consecutivo, o crescimento dos 250 maiores retalhistas de moda e acessórios ultrapassou o dos restantes segmentos. “No entanto, os retalhistas alimentares mantêm-se, com grande distância, como as empresas de maior dimensão (receita média de cerca de 21,6 mil milhões de dólares – cerca de 20,3 mil milhões de euros), e com maior representatividade no ranking (133 retalhistas que representam pouco mais de metade das 250 maiores empresas e dois terços das receitas agregadas)”, refere a consultora.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

As quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20

As bolsas europeias devem continuar a valorizar. E a bolsa portuguesa pode seguir a tendência, mas nem todas as cotadas vão brilhar. O CaixaBI aponta quatro para acertar em cheio no PSI-20.

Se quer ganhar na bolsa portuguesa em 2017, o CaixaBI tem a estratégia. São quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20. O banco de investimento antecipa um potencial de valorização médio de 12,7% para as cotadas nacionais que faz cobertura, mas entre as suas eleitas para este ano estão empresas cujo potencial de valorização pode atingir os 70%.

Cada top pick do CaixaBI pode beneficiar com fatores diretamente relacionados com a sua atividade. Mas o contexto europeu também deverá ajudar. “Na Europa, a vantagem para os mercados de ações é mais visível, apoiada pela manutenção de uma política monetária expansionista e pelos incentivos ao investimento da Comissão Europeia, contribuindo para construir um ambiente mais benigno para o crescimento da atividade económica no futuro”, dizem os analistas do banco numa nota de investimento em que traça um cenário moderado para as cotadas nacionais: “As empresas portuguesas deverão apresentar uma taxa de crescimento dos lucros mais baixa, mas positiva, em 2017”. Em todo caso, há quatro alvos para onde deve apontar os seus investimentos.

Salta a rolha à Corticeira

É a primeira destacada pelo CaixaBI. “A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno de dividendo atrativo”, salientam os analistas do banco de investimento, indicando que a cotada liderada António Rios de Amorim vai beneficiar “da liderança de Portugal na produção de cortiça, da integração vertical das suas atividades, mas também do alcance da sua extensa rede de distribuição mundial”.

Com efeito, o CaixaBI atribui um preço-alvo de 10,00 euros à corticeira nacional, uma avaliação deixa implícito um potencial de valorização quase 15% face à atual cotação. E isto depois de as ações terem registado um dos melhores desempenhos em Lisboa em 2016: subiram 42,9%.

"A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno do dividendo atrativo.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Os elogios da equipa de research à Corticeira Amorim são muitos: “A eficiência da empresa tem melhorado continuamente ao longo dos últimos anos, permitindo à Corticeira Amorim alcançar lucros recorde, enquanto ostenta um balanço sólido”. Recomendação: Compra.

Navigator com papel relevante

O setor papeleiro tem sido amplamente favorecido pela valorização do dólar. Mas no caso da Navigator há mais fatores que a tornam altamente atrativa para este ano.

Explica o CaixaBI: “A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e uma rendibilidade do dividendo acima da média”.

Neste contexto, o banco acredita que os títulos da papeleira liderada por Diogo da Silveira poderão escalar mais de 40% ao longo dos próximos meses. Para os analistas do CaixaBI, o valor justo da Navigator está fixado nos 4,60 euros, bastante acima da atual cotação de 3,275 euros, daí a recomendação de compra.

"A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e um retorno do dividendo acima da média.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Entre as letras gordas que acompanham a apresentação da papeleira estão duas ideias bastante fortes que são capazes de convencer qualquer investidor: “política generosa de dividendos” e “elevado rendimento a baixo custo“.

Promoções? No Continente

Se há promoção no PSI-20, então procure-a numa estante de uma loja do Continente. Ou melhor, na Sonae, cotada a quem a equipa de research do CaixaBI concede um potencial de valorização de 70%, com uma recomendação de compra para os títulos que, em termos justos, deviam valer 1,45 euros — bastante longe dos 0,845 euros com que fecharam a última sessão.

“A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização”, explica o banco.

Para contextualizar a sua confiança, o CaixaBI considera que a retalhista está hoje mais resistente a “eventuais choques externos”, podendo vir a beneficiar de melhores perspetivas para o setor do retalho alimentar. Adicionalmente, há outros dois fatores que devem merecer a atenção dos investidores:

  • “A Sonae está a reformular sua atividade de retalho especializado através de mudanças estruturais dos seus negócios e de aquisições”, diz o CaixaBI — recentemente, a retalhista liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério comprou 51% da Go Natural e vendeu o Continente Albufeira;
  • “A Sonae Sierra e a Nos estão a registar ganhos recorrentes de eficiência operacional, contribuindo para aumentar o valor global da Sonae”, acrescenta.

    "A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização.”

    CaixaBI

    Top Picks Selection 2017

Por tudo isto, reforça o banco: “Acreditamos que [a Sonae] é uma proposta atraente, considerando o elevado potencial em função da atual da cotação da Sonae”.

Energia limpa a baixo custo

Para o CaixaBI, o mercado está a subestimar a capacidade da EDP Renováveis de crescer nos EUA. Aliás, os investidores até “penalizaram a ação devido à sua exposição de 45% a esse país, depois dos resultados das eleições presidenciais” que vão colocar Trump na Casa Branca. Daí que consideram que “a energia limpa está barata”

“O mercado dos EUA representa 65% dos planos de crescimento da empresa para 2016-2020, (…) proporcionando uma boa visibilidade aos objetivos da EDP Renováveis. Além disso, é possível uma valorização da ação, uma vez que a EDP Renováveis continua a cumprir os seus planos estratégicos no período entre 2016-2020, que consideramos ser o principal motor dos títulos”, justificam os analistas do banco de investimento.

O CaixaBI acredita que as ações possam valer 7,60 euros. Isto representa um potencial de 32,6% face ao atual preço da cotada liderada por Manso Neto.

Isto apesar do “mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação” que perdeu 16% em 2016. “Mas há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim“.

"Apesar do mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação, há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Também há Black Friday na bolsa de Lisboa?

Saldos, promoções e mega descontões. A Black Friday não chegou à bolsa. Mas há "pechinchas" no PSI-20 que pode aproveitar neste dia de grande apetite consumidor. Vamos caçar os melhores negócios?

Descontos, descontos e mais descontos. Estamos na Black Friday. O dia é de consumo por tradição para aproveitar as borlas dadas pelas superfícies comerciais. Mas em vez de gastar, prefere aproveitar o dinheiro extra para investir? Na praça lisboeta há alguns negócios que podem ser interessantes para a sua carteira.

“Nem sempre os descontos são boas oportunidades de compra”, diz Pedro Lino. “Há que olhar além do preço. É preciso ver a qualidade e sustentabilidade dos resultados“, diz o CEO da Dif Broker. E foi isso que o ECO foi fazer. Olhando para o PSI-20, procurámos os negócios mais atrativos em função das recomendações dos analistas.

Lisboa não tem um grande número de empresas — o índice de referência deveria ter 20 mas está reduzido a 18 títulos –, mas ainda oferece oportunidades. Damos-lhe a conhecer três cotadas que podem revelar-se uma “pechincha”. Vamos aos saldos?

Papel, qual papel? O da Navigator

precos-06-08Se há setor que está a ganhar com a valorização expressiva do dólar, esse setor é o do papel. O Haitong já reviu em alta a avaliação que faz das produtoras de pasta de papel. “Melhoramos o setor para uma recomendação de ‘compra’. (…) Mas, no setor ibérico, preferimos a Navigator devido ao seu balanço forte”, além do “elevado dividendo”, diz o analista Nuno Estácio.

A cotada liderada por Diogo da Silveira surge com um “desconto” de 20%, isto é, há um potencial de valorização até aos 3,40 euros, em média, atribuído pelos analistas face ao preço atual da ação. Dos oito analistas que acompanham a papeleira, apenas um se apresenta com uma recomendação “neutral” para os títulos. Os restantes apostam na sua “compra” ou “manutenção”.

Para a equipa de research BiG, trata-se de um “título que tem potencial significativo” — a ação negoceia com um rácio entre a cotação e os lucros de 10,9 vezes, um dos mais atrativos em Lisboa.

A “expansão para novos segmentos associada ao dividendo atrativo” que o BiG espera que a Navigator pague no próximo ano, ajudam à construção de uma boa história em torno da papeleira. “A empresa está a conseguir ter um equilíbrio muito saudável entre investimento em crescimento e remuneração ao acionista. Vemos isso com muito bons olhos”, reforça o banco.

“A cotação não incorporou a recente subida do dólar, mas a elevada geração de fluxos de caixa e a diminuição da dívida deverá ser um catalisador para uma recuperação no futuro”, acrescenta Pedro Lino.

Mota a desconto sem contas

precos-06-07A construtora nacional pode estar a braços com “problemas de visibilidade” depois de ter anunciado que não vai apresentar as contas do último trimestre. Mas é a cotada do PSI-20 que apresenta o maior potencial de valorização tendo em conta o atual preço da ação e a média da avaliação dos analistas: 55%. Três dos seis especialistas que acompanham a Mota-Engil recomendam “comprar” este título que, em média, poderá chegar aos 2,45 euros.

Adicionalmente, a Mota-Engil negoceia com o rácio entre a cotação e os lucros mais baixo da praça lisboeta, negociando a 4,6 vezes face ao valor estimado dos resultados líquidos, um rácio que o coloca bem posicionada em relação ao setor da construção europeu — apresenta um rácio de 16,3 vezes.

A equipa do BiG destaca “os múltiplos fundamentais atrativos“, pese embora a “tendência deprimida” que a Mota-Engil tem apresentado, “extremada após comunicar que não iria divulgar as contas relativas aos primeiros nove meses do ano”. “Ainda para mais considerando a exposição geográfica das suas receitas”, destacam os analistas do BiG.

Com os investidores à espera da concretização do plano de desinvestimento, “a recente política de não divulgar as contas trimestrais contribuiu para uma menor visibilidade em termos económicos por parte de analistas”, diz Pedro Lino. Contudo, a “venda de ativos com o objetivo de redução da dívida” associada à estratégia de “internacionalização” são pontos a favor da Mota-Engil.

Não invente, vá ao Continente

precos-06-06Habituada aos descontos nos seus hipermercados, os Continente, a Sonae também se apresenta com uma “grande promoção” no PSI-20. Em média, os analistas acreditam que a cotada liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério pode valorizar 43%. Seis dos oitos analistas que seguem a retalhista recomendam “comprar” os títulos.

A Sonae tem sido uma das mais castigadas na bolsa portuguesa em 2016. Desde o início do ano já perdeu 25% do seu valor, mas as contas que a holding tem vindo a apresentar podem abrir a porta a uma valorização no sentido da média dos preços-alvo de 1,115 euros. As ações estão a cotar a 7,3 vezes os lucros, o que compara com as 19,1 vezes do setor do retalho na Europa.

“Na última divulgação de resultados, a empresa apresentou bons números nos segmentos de retalho (alimentar e especializado) e resiliência nos restantes segmentos de negócio”, dizem os analistas do BiG. “Este desempenho operacional desencadeou uma tendência positiva para o título que beneficiou igualmente do desconto fundamental, das novas oportunidades de internacionalização e forte estrutura do balanço”, reforçaram.

Pedro Lino alerta para o esforço promocional que a Sonae tem praticado nos seus hipermercados. “Um dos problemas da Sonae é que tem vindo a sacrificar EBITDA, para aumentar as vendas. Este facto é constatado pela diminuição do ‘underlying EBITDA'”, diz Pedro Lino. Mas “quando se assistir a uma inversão deste indicador a cotação tenderá a subir”, acrescentou o gestor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Hoje é o primeiro dia no resto da vida do BCP, assim que os acionistas aprovarem a "entrada" da Fosun no banco. Bruxelas atualiza as previsões. E como reagem os mercados à vitória de Trump?

Dia de grandes emoções para quem investe nos mercados. Porquê? Desde logo porque o BCP leva à consideração dos seus acionistas duas propostas que vão abrir ainda mais as portas à entrada do grupo chinês Fosun no banco português. Lá por fora, a Comissão Europeia apresenta as previsões de outono. E os nervosos porque Donald Trump é o novo inquilino da Casa Branca.

Dia BCP

É o primeiro dia do resto da nova vida do BCP. A assembleia geral de acionistas vai aprovar esta tarde mais duas condições que vão permitir a entrada do grupo chinês Fosun no capital do banco. Além disso, há contas trimestrais para reportar. Depois de uma primeira metade do ano em que os prejuízos de quase 200 milhões de euros.

Sonae presta contas

Também a retalhista dona do Continente, a Sonae, vai reportar as contas do terceiro trimestre. O CaixaBI estima que a cotada liderada por Paulo de Azevedo e Ângelo Paupério terá fechado os primeiros nove meses do ano com um lucro de 114 milhões de euros, o que representa uma queda de 20% face ao período homólogo.

Emprego em Portugal

O Instituto Nacional de Estatística (INE) atualiza os números do desemprego em Portugal, relativo ao terceiro trimestre deste ano. Além dos dados sobre o mercado laboral, o INE apresenta ainda as estatísticas do comércio internacional (relativo a setembro de 2016) e ainda as estatísticas dos transportes e comunicações (2015).

Como vai esta União

A Comissão Europeia atualiza esta manhã as suas previsões económicas para os estados membros da União. Incluem-se ainda projeções relativas a outras grandes economias mundiais. As previsões abrangem um período de, pelo menos, dois anos e cobrem cerca de 180 variáveis.

O novo presidente disto tudo

Os norte-americanos foram chamados a votar no sucessor de Barack Obama. E os resultados já foram conhecidos. Donald Trump é o novo Presidente dos EUA. Como vão reagir os mercados? Bem, já se sabia que os mercados não iam reagir bem…

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Haitong corta preço-alvo da Sonae para 1,08

O banco de investimento reviu em baixa as suas estimativas. Mas acredita que as ações ainda têm um potencial de subida de 55%. Vê melhoria das novidades nos próximos trimestres.

O Haitong cortou a avaliação atribuída às ações da Sonae . Baixou o preço-alvo para 1,08 euros, mas acredita que o novo valor ainda oferece um potencial de valorização, graças a uma melhoria das novidades nos próximos trimestres.

“Pensamos que as novidades podem melhorar gradualmente ao longo dos próximos trimestres, depois de uma série de desenvolvimentos dececionantes nas operações estratégicas de retalho”, diz o banco de investimento. As ações seguiam recentemente nos 0,71 euros, o que ainda permite um potencial de valorização de 55%. Por este motivo, o Haitong manteve agora a recomendação de “comprar”.

O banco de investimento diz que “os resultados para o terceiro trimestre devem ser o primeiro passo numa recuperação estável do preço da ação, já que a Sonae MC deve alcançar vendas comparáveis de 2,5% e estamos acima do consenso”. Os resultados da Sonae serão apresentados na quarta-feira.

NOS pode ser uma “bala de prata”

O Haitong pode vir a incluir a NOS na sua lista de eleitas no quarto trimestre. O banco acredita que os “recentes acordos entre as telecoms portuguesas para partilhar conteúdo desportivo e a subida dos preços já implementada por parte de algumas das empresas” devem permitir que a NOS comece gradualmente a oferecer novos conteúdos aos clientes durante o quarto trimestre.

“Isto deve reduzir os receios dos investidores de uma redução das margens a partir de 2017 e permitir uma recuperação das ações“, explica o banco de investimento.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Orçamento: Saiba qual é o impacto nas cotadas

O Haitong diz que as retalhistas alimentares serão as mais afetadas pelo Orçamento. As empresas terão de pagar o novo imposto sobre imóveis e podem sofrer uma quebra das vendas de refrigerantes.

O Haitong chegou à conclusão de que haverá apenas um setor realmente afetado pela proposta de Orçamento do Estado para 2017: as retalhistas alimentares. As empresas cotadas em bolsa terão de pagar o novo imposto sobre o património e ainda podem sofrer com uma queda das vendas de bebidas.

“No entanto, não esperamos que nenhuma dessas medidas tenha um impacto significativo nos resultados financeiros”, diz o banco numa nota de research. “Mesmo no caso da Sonae, que ainda detém perto de mil milhões de euros em propriedades de retalho, estimamos que o impacto do novo imposto sobre imóveis seja de dois milhões de euros após impostos, perto de 1% dos resultados de 2017″, explica o Haitong.

O novo imposto, conhecido como adicional ao imposto municipal sobre imóveis, vai incidir sobre o valor patrimonial tributário global que excede 600 mil euros. O imposto é pago apenas sobre o excedente e a taxa é de 0,3%. Já a taxa sobre os produtos açucarados vai aumentar. O que se traduz num um encarecimento de cinco cêntimos de uma lata de refrigerante.

O que pensa a DBRS?

O Haitong relembra que a DBRS vai expressar a sua opinião sobre a proposta de Orçamento na próxima sexta-feira. A agência de notação é a única que mantém Portugal no cesto de compras do Banco Central Europeu, no âmbito do seu programa de compra de dívida pública. O país precisa que pelo menos uma das principais agências atribua um grau de investimento para ser elegível para o programa.

Não esperamos uma redução da notação para ‘nível especulativo’, mas isto tem sido uma fonte de receios entre os investidores”, conclui o banco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.