Brasil e Portugal preparam 20 acordos durante cimeira de líderes

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

Defesa, segurança, justiça, ciência, saúde, comércio, energia e cultura serão temas da cimeira luso-brasileira de 19 de fevereiro, que reunirá os mais altos governantes dos dois países.

Portugal e Brasil podem assinar cerca de 20 acordos em áreas como defesa, segurança, justiça, ciência, saúde, comércio, energia e cultura na cimeira luso-brasileira de 19 de fevereiro, que reunirá as figuras mais altas dos dois países.

Fonte da diplomacia brasileira próxima das negociações entre os dois países disse à Lusa que os acordos incluem ainda áreas como proteção de informação, mobilidade académica, cooperação policial, transição energética, crimes ambientais, saúde pública, entre outros.

A 14.ª Cimeira Luso-Brasileira decorrerá a 19 de fevereiro, em Brasília, e será precedida, no dia 18, por uma visita de Estado do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Brasil, incluindo uma passagem pelo Recife, onde receberá um título ‘honoris causa’.

O evento seguirá o modelo da edição anterior, realizada em Lisboa, em 2023 (na qual foram assinados 13 acordos), com um encontro bilateral entre o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente brasileiro, Lula da Silva, seguido por reuniões ministeriais setoriais e pela assinatura de vários acordos no Palácio do Planalto.

Ainda em Brasília, no Palácio do Planalto, será entregue o Prémio Camões à escritora Adélia Prado.

Os acordos praticamente fechados entre Portugal e Brasil abrangem defesa, saúde e cultura. Destaca-se o Acordo para a Proteção de Informação Classificada, visto como essencial para as trocas comerciais na defesa.

No setor da saúde, deverá será assinado um memorando de entendimento entre a Fundação Oswaldo Cruz e organizações portuguesas. Na cultura, praticamente concluído está um memorando de entendimento entre a Fundação Biblioteca Nacional do Brasil e a Biblioteca Nacional de Portugal que promoverá intercâmbio na gestão de arquivos e bibliotecas.

Em negociação, no setor académico e científico, está um acordo entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil e a Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal para a mobilidade de investigadores e estudantes.

Ainda em negociação estão acordos em setores como ambiente, transportes e economia digital, como o memorando de entendimento sobre crimes ambientais internacionais, um memorando de entendimento sobre cooperação portuária e ainda acordos na área digital, vinícola, troca de informação relativa ao registo criminal e antecedentes criminais, combate ao terrorismo e segurança rodoviária.

Um acordo no âmbito da investigação e do combate ao terrorismo e financiamento da criminalidade organizada transnacional é visto pela diplomacia brasileira como muito importante e no qual vão trabalhar “muito próximo de Portugal nessa área de cooperação”.

Para além disso, estão a ser negociados ainda acordos entre a Agência Nacional de Energia Elétrica do Brasil e a Entidade Reguladora de Serviços Energéticos de Portugal para regulação do mercado e a cooperação no âmbito da transição energética e ainda um memorando de entendimento sobre alimentação saudável e prevenção da obesidade.

Está prevista a criação de uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Lisboa.

Outro dos temas que preocupa o Governo brasileiro e que será abordado durante a cimeira são as crescentes denúncias de xenofobia sentida pelos brasileiros em Portugal.

Temos uma preocupação com o crescimento da discriminação e da xenofobia também em Portugal. E mesmo com os brasileiros, ou talvez principalmente com os brasileiros”, disse a diplomacia brasileira.

“Isso é algo em que nós sempre expressamos a nossa preocupação”, frisou.

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Trump avança com tarifas sobre o Canadá, México e China

  • ECO
  • 1 Fevereiro 2025

O presidente americano assinou decretos executivos com tarifas sobre as importações do Canadá e México. As importações da China passam a ter uma tarifa adicional de 10%.

Donald Trump cumpriu o que tinha prometido e avançou este sábado com tarifas sobre as importações do Canadá, México e a China, o que vai abrir uma nova fase de guerra comercial com alguns dos principais parceiros comerciais do país. O presidente americano assinou um decreto executivo em que define tarifas adicionais de 25% relativas a todas as importações do Canadá e México com a exceção do petróleo e produtos de energia, que passam a ter uma taxa de 10%, enquanto a China passa a ter um adicional de 10% nas exportações para os Estados Unidos.

De acordo com uma publicação da Casa Branca na rede social X, as novas tarifas justificam-se por causa da entrada de drogas e de imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos através das fronteiras com os seus vizinhos.

 

 

De acordo com informações de fontes de Administração Trump, cada uma das três ordens executivas assinadas pelo Presidente americano têm cláusulas de retaliação, caso algum dos países responda ao aumento de tarifas, e passará pelo agravamento destas taxas.

As reações aos decretos executivos de Trump sucedem-se, em tom negativo.

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Doenças no pomar causam prejuízos de 35 milhões aos produtores de pera rocha

Só nas últimas duas colheitas, o fogo bacteriano originou uma redução de 700 hectares na área de pomar e 35 milhões de euros de prejuízo na região do Oeste. Produtores pedem intervenção do Governo.

A produção de pera rocha está a ser fustigada por fungos e bactérias, o que está a provocar um grande impacto económico na zona do Oeste. A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) estima ao ECO que, só nas colheitas de 2023 e 2024, o fogo bacteriano originou uma redução de 700 hectares na área de pomar e 35 milhões de euros de prejuízo.

“O impacto económico decorrente do fogo bacteriano reflete-se na perda de capacidade produtiva e no aumento dos custos de produção, uma vez que a limpeza é manual e traduz-se numa maior necessidade de mão-de-obra”, explica a associação, referindo que a única forma de controlar o fogo bacteriano é arrancar as partes infetadas.

O cultivo de pera rocha tem apresentado um declínio os últimos anos face a condições climáticas adversas e a questões fitossanitárias, como o fogo bacteriano e a estenfiliose. Dados da ANP partilhados com o ECO mostram que a colheita de pera dos associados caiu de 216 mil toneladas em 2021 para 115 mil toneladas em 2024.

Apesar de a última colheita até ter representado um crescimento de 5,7% relativamente à de 2023, a associação recorda que esta foi a “segunda pior colheita da última década e o terceiro ano consecutivo com menos 50% de peras, muito abaixo do potencial produtivo”.

“Este fogo bacteriano já se regista desde 2011, mas teve mais impacto nos últimos três anos, que está muito relacionado com as condições meteorológicas propícias à proliferação da doença”, explica Filipe Ribeiro, líder da associação que representa cerca de 90% dos produtores e da produção de pera rocha em Portugal.

Localizada em Vale Canada, no concelho do Bombarral, a Casa Agrícola da Gafa, que fatura 2,5 milhões de euros e emprega cerca de 30 pessoas, é uma das empresas afetadas pelo fogo bacteriano. O acionista contabiliza no ano passado 17 toneladas de pera por hectare, quando devia ter produzido 35 toneladas. “Isto não dá para os custos, estamos em défice”, desabafa Vítor Fonseca, antecipando que este ano o cenário será igual. Os pomares de pera rocha da Casa Agrícola da Gafa estendem-se por cerca de 120 hectares.

No ano passado produzimos 17 toneladas de pera por hectare, quando devíamos ter produzido 35 toneladas. Isto não dá para os custos, estamos em défice.

Vítor Fonseca

Acionista da Casa Agrícola da Gafa

Também Luís Ferreira, associado da Cooperfrutas, uma organização que agrega 72 produtores, atesta que “de ano para ano o fogo bacteriano está a piorar, tendo em conta que a a incidência é maior”. “Ao arrancar as árvores infetadas estamos a perder património e produção”, lamenta.

Não tem dúvidas de que “os produtores de pera rocha estão a perder dinheiro” e acabam mesmo “por abandonar as terras”. “As pessoas vão ao supermercado e ficam chocadas com o preço da pera rocha rondar os 2,5 euros por quilo, mas esquecem-se de que este valor não chega sequer para pagar os elevados custos“, calcula Luís Ferreira.

A associação do setor associa as quebras na produção ao arranque de pomares, às alterações climáticas e à retirada de produtos fitossanitários que protegiam a produção de pragas e doenças. “Os produtos que usávamos para proteger os pomares foram retirados porque supostamente fazem mal ao ser humano — foram retirados em Portugal, mas não no Canadá, EUA e China”, lamenta o acionista da Casa Agrícola da Gafa. “Pelos vistos só faz mal aos seres humanos europeus”, ironiza Vítor Fonseca.

“A União Europeia importa produtos de outras origens que não têm a mesma exigência ao nível da produção que têm no mercado europeu, o que nos coloca numa grande desigualdade”, constata Filipe Ribeiro, líder da ANP. “Defendemos um mercado global, mas as regras têm de ser as mesmas, caso contrário é como estarmos a jogar contra uma equipa que não tem regras”, completa.

As pessoas vão ao supermercado e ficam chocadas com o preço da pera rocha rondar os 2,5 euros por quilo, mas esquecem-se de que este valor não chega sequer para pagar os elevados custos.

Luís Ferreira

Associado da Cooperfrutas

A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha atesta que Portugal é o maior produtor de pera rocha na Europa, com 2.518 produtores e uma área de 11.297 hectares. O que significa que que a fileira da pera rocha tem uma forte componente económica e social na região Oeste, dando emprego direto a cerca de 40 mil trabalhadores.

Em 2024, os produtores nacionais de pera rocha exportaram cerca de 58 mil toneladas para 23 países, o que correspondeu a 85 milhões de euros. Brasil, Alemanha, Marrocos, Reino Unido, França e Espanha absorveram perto de 90% da produção.

Agricultores pedem intervenção do Governo

O fogo bacteriano tornou-se endémico e o controlo eficaz requer vigilância exaustiva e a deteção precoce de árvores doentes e a sua eliminação. Os agricultores queixam-se de que não existe fiscalização e pedem a intervenção do Executivo liderado por Luís Montenegro.

O presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, Filipe Ribeiro, destaca que existe uma lei que “obriga” os produtores a fazerem intervenções no sentido da não propagação da doença, mas para isso “[é preciso[ que o Governo faça cumprir a lei”.

Vítor Fonseca, acionista da Casa Agrícola da Gafa, corrobora a ideia e pede que a lei seja cumprida, o que “passa por controlar os pomares em caso de fogo bacteriano”. “Isto está cada vez pior porque o Governo não faz nada. Já fomos à Assembleia da República, já tivemos reuniões com o Ministério da Agricultura, que mande para a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Uns empurram para os outros e está tudo igual”, lamenta o agricultor.

“O Governo devia ser mais proativo no caso dos vizinhos que não limpam os pomares em caso de fogo bacteriano”, acrescenta Luís Ferreira, sócio da Cooperfrutas, acrescentando que o Governo é a única instituição que tem o poder de obrigar os proprietários a intervir.

Vítor Fonseca, acionista da Casa Agrícola da Gafa, que pertence à empresa Ferreira da Silva, culpa também os vizinhos pelos estragos, uma vez que não existe controlo nos pomares afetados. “Estamos a ser afetados pelo fogo bacteriano e por vizinhos que estão a abandonar as terras porque não têm dinheiro para as tratar porque as produções têm sido baixas e acabam por afetar os terrenos ao lado”, lamenta. “Os grandes produtores cuidam das suas plantações, o problema são os vizinhos”, garante.

O acionista da Casa Agrícola da Gafa, que exporta 60% da produção essencialmente para Brasil, Alemanha, Inglaterra e Marrocos, exemplifica que “teve de alugar as terras do vizinho e arrancar as árvores todas que estavam infetadas pelo fogo bacteriano”. “Só assim consegui controlar o meu pomar, que estava a ser afetado. Se não for erradicado, vai alastrar-se para os pomares vizinhos”, conclui.

Oposição pressiona linha de crédito e taxas à importação

Em dezembro de 2021 foi publicada uma portaria que estabelecia medidas adicionais de proteção fitossanitária destinadas ao controlo, no território nacional, da bactéria Erwinia amylovora (que afeta uma grande variedade de espécies agrícolas entre elas as pereiras e as macieiras), e que contemplava medidas de contenção aplicáveis nas zonas contaminadas. No entanto, o Partido Socialista alega que “a aplicação prática, por motivos diversos, entre os quais a falta de capacidade de fiscalização pelos serviços oficiais, não tem tido a devida eficácia”.

Posto isto, 11 deputados do PS já apresentaram um projeto de resolução em que recomendam ao Executivo a adoção de medidas de combate ao fogo bacteriano e estenfiliose e de apoio financeiro aos produtores afetados por estas doenças, assim como um reforço dos meios da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para ajudar no controlo da doença.

Os parlamentares pedem ainda que seja avaliada a “utilização de substâncias ativas, até agora não homologadas em Portugal, eficazes no combate ao fogo bacteriano; a criação de uma linha de crédito específica para apoiar a replantação em todo o território nacional dos pomares afetados; sistemas de monitorização fitossanitária rigorosos para a deteção precoce; e a promoção da formação técnica contínua para produtores e técnicos agrícolas.

Já o Chega, em perguntas enviadas ao Ministério da Agricultura em outubro, ainda sem resposta, questionou sobre os apoios que os agricultores podem esperar face às quebras de produção da pera do Oeste, “em alguns casos na ordem dos 50%”. O partido de André Ventura quer saber ainda porque não estabeleceu medidas que protejam a produção nacional, sugerindo aumentar as taxas de importação.

O ECO questionou igualmente o Ministério da Agricultura sobre esta matéria, mas não obteve resposta até à data da publicação deste artigo.

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Reação aos despedimentos provoca demissões no Bloco de Esquerda

  • ECO
  • 1 Fevereiro 2025

Os demissionários acusam o Secretariado Nacional de estar acima dos Estatutos, esvaziando na prática as competências democraticamente conferidas à Comissão Política.

Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira, Pedro Soares e Ricardo Salabert apresentaram este sábado a demissão enquanto membros da Comissão Política do Bloco de Esquerda, que consideram “um órgão esvaziado das suas competências”, reportou este sábado a RTP.

Os quatro membros do Bloco contestaram a recusa, na última reunião da Comissão Política, “de constituição de uma Comissão de Inquérito para avaliação e apuramento de responsabilidades coletivas e individuais no processo de despedimento de funcionários”.

Segundo os demissionários, em carta endereçada à Mesa Nacional, orgão máximo que está reunida este sábado, “a situação agora vinda a lume relativa ao despedimento de funcionárias/os ultrapassa os limites do natural debate político interno e é apenas a ponta do iceberg de um padrão de comportamento do Secretariado Nacional. Constitui a gota de água que faz transbordar um copo cheio de atitudes condenáveis”, afirmam.

A recusa de constituir uma comissão de inquérito determinou, assim, a “indisponibilidade para continuar a ser membros de um órgão esvaziado das suas competências e que, pela sua maioria, confere total cobertura a métodos, posições e decisões”, às quais estes quatro elementos “se consideram estranhos”.

“Enfrentar a crise que o Bloco atravessa exige coragem e humildade por parte da direção. Assumir erros implica, necessariamente, consequências que devem ser definidas de forma justa e fundamentada”, acrescenta a nota.

Na moção conjunta, Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira, Pedro Soares e Ricardo Salabert escrevem também que “o Secretariado Nacional e os seus membros constituem-se como uma espécie de nomenclatura que está acima dos Estatutos, esvaziando na prática as competências democraticamente conferidas à Comissão Política”.

A Mesa Nacional do BE elege de entre os seus membros uma Comissão Política, tendo em conta a proporcionalidade dos resultados eleitorais das diferentes moções apresentadas à Convenção Nacional, para tarefas de direção, representação e de aplicação das suas deliberações.

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Rui Rocha critica Governo. “Não funciona, Luís”

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

O líder da IL, Rui Rocha, defende que o plano do PSD para o país "não está a funcionar", acusando-o de "publicidade enganosa". Convenção dos liberais decide liderança.

O líder da IL, Rui Rocha, defendeu hoje que o plano do PSD para o país “não está a funcionar“, acusando-o de “publicidade enganosa”, e considerou que o PS não “aprendeu nada”. No seu discurso inicial na IX Convenção Nacional da IL, em Loures, Rui Rocha fez sobretudo um balanço do seu mandato de dois anos enquanto líder do partido, mas optou também por deixar críticas aos três principais partidos parlamentares, começando por acusar o PS de não ter “aprendido nada”.

O líder da IL afirmou que o secretário-geral do PS continua “a insistir na ideia de que o Estado deve ser o estratega”, considerando que o que Pedro Nuno Santos quer fazer na verdade é “tirar o dinheiro dos bolsos dos portugueses” para “o Estado decidir as empresas em que aposta”.

“Quero perguntar-vos diretamente: estão disponíveis para entregar o vosso dinheiro a Pedro Nuno Santos, ao PS, ao Estado que decidiu meter 3.200 milhões na TAP? Estão disponíveis para isso ou não?”, perguntou, com os membros da sala a responderem em uníssono que não.

Para Rui Rocha, “Pedro Nuno Santos não aprendeu nada, o PS não aprendeu”. “E, a quem não aprende nada, o que podemos desejar é que tenha uma longuíssima cura de oposição, que fique muito tempo afastado do poder”, disse, gerando um aplauso na sala.

Depois, Rui Rocha abordou os últimos meses de governação da Aliança Democrática (AD) para acusar o PSD de “publicidade enganosa” e de ter “feito muito pouco”. “Onde está o crescimento económico prometido? A descida de impostos prometida a todos? Perguntem às empresas se alguma coisa de relevante mudou nestes meses?“, disse, desafiando ainda os membros a perguntarem aos portugueses se acham que houve mudanças em áreas como a saúde, a habitação, os transportes ou a educação.

“Houve um debate em que eu tive de dizer a Pedro Nuno Santos: não funciona, Pedro. Pois aquilo que eu quero dizer agora é: não funciona, Luís, não está a funcionar. Luís, o país não está a mudar, não está a fazer aquilo que era preciso”, frisou.

Rui Rocha abordou a postura do Chega, acusando-o de fazer “publicidade fraudulenta”, em particular por dizer que é necessário “combater os tachos”, mas de ter viabilizado os processos de desagregação de freguesias, e defender que “quer limpar Portugal”, mas ter deputados com problemas judiciais”.

“O Chega afirma-se como partido de direita, mas a sua política económica é uma fraude para um partido de direita: mais Estado, mais despesa, mais intervencionismo. O Chega é uma fraude económica”, acusou, considerando que o partido de André Ventura é “igualzinho ao PS” em termos económicos.

Depois de fazer estas críticas aos três principais partidos portugueses, Rui Rocha defendeu que a IL deve apresentar-se sozinha a eleições. “O modo natural de a IL se apresentar a eleições é com as suas pessoas, as suas ideias e a sua visão para o país“, defendeu.

Malheiro quer renovação do partido

O candidato à liderança da IL Rui Malheiro apelou a uma renovação do partido que promova a valorização das bases, respeite a diversidade de opiniões e não veja na pluralidade um obstáculo, mas uma força. No momento da apresentação de candidaturas à comissão executiva na IX Convenção da Iniciativa Liberal, em Loures, o líder da Lista U, Rui Malheiro, argumentou que o país precisa de uma nova visão política “que inspire confiança”, que valorize o mérito e recompense o esforço.

Para dar resposta a essa necessidade, a IL “precisa de se renovar”, disse Rui Malheiro, que disputa a liderança a Rui Rocha. Malheiro afirmou que o pluralismo, na Iniciativa Liberal, “não é um obstáculo, é uma força” e que para o partido se fortalecer tem de ser de “todos e para todos”.

O candidato defendeu que a IL deve ser uma força política que “fale para todos” e esteja “presente do interior ao litoral, de norte a sul, nas ilhas, na diáspora” e que, “mais do que um partido de ideias, tem de ser um partido de ação, de proximidade e de escuta ativa”.

“Durante esta campanha tivemos o privilégio de conversar com muitos dos nossos membros em diversos núcleos. A mensagem foi clara. O partido precisa de estar mais próximo de quem faz o liberalismo acontecer no dia-a-dia. Precisamos de dar mais destaque a quem trabalha nas bases, a quem defende os valores liberais nos municípios, nas freguesias e na sociedade civil”, acrescentou.

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Portos da Madeira com movimento recorde

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

Os Portos da Madeira registaram um movimento recorde em 2024 com um aumento de 1,39% face a 2023. Número de Passageiros dos navios de cruzeiros cresceu 7% para mais de 1,5 milhões.

Os Portos da Madeira registaram um movimento recorde de mais de 1,4 milhões de toneladas de mercadorias em 2024, um aumento de 1,39% face a 2023.

Em comunicado hoje divulgado, a Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM) indicou que foram movimentadas 1.432.211 toneladas de mercadorias em 2024, mais 19.596 toneladas em relação ao ano anterior.

A APRAM salientou que o crescimento se deveu, sobretudo, ao aumento da mercadoria contentorizada, que representou 817.324 toneladas, mais 5% do que o registado em 2023.

O Porto do Caniçal, o principal porto de mercadorias da região, foi responsável pela movimentação de 966.796 toneladas, mais 47.505 toneladas do que no ano anterior (5%).

Também o Porto do Porto Santo registou um aumento de mais de 12% no movimento global de mercadorias, destacando-se a mercadoria contentorizada, que ultrapassou os 10%.

Já o Porto do Funchal, apesar de receber sobretudo turismo de cruzeiros e ‘ferrys’, movimenta alguma carga no âmbito da ligação com o Porto Santo, assegurada pelo navio Lobo Marinho, tendo movimentado 3.972 toneladas em 2024, menos 2% face ao ano anterior.

A APRAM revelou, por outro lado, que em 2024 foram importadas menos viaturas do que no ano anterior, referindo que foram movimentados 14.269 veículos, menos 1.401. O Porto do Caniçal registou um decréscimo de 22% e o do Porto Santo de 35%.

O número de passageiros dos navios de cruzeiros cresceu 7% para 1.539.450 pessoas transportadas.

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📹 As 10 profissões mais bem pagas em Portugal

Todos os anos, a ManpowerGroup prepara um ranking das dez profissões com os ordenados mais expressivos em Portugal.

As profissões ligadas à tecnologia dominam o ranking das funções mais procuradas e mais bem pagas em Portugal.
Na edição deste ano, vários cargos aparecem pela primeira vez. Reflexo de uma maior especialização e da importância da transformação digital. Veja o “top 10” neste vídeo.

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Sabores de Itália: a viagem gastronómica de Tanka Sapkota

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 1 Fevereiro 2025

A gastronomia italiana é um universo de tradição e história e poucos conhecem tão bem essa essência como o chef Tanka Sapkota, que embarca numa nova aventura: o documentário "Sabores de Itália".

Em cada prato da gastronomia italiana há um legado transmitido por gerações, e o chef Tanka Sapkota – que conhecemos dos vários projetos que dirige em Lisboa, Come Prima, Forno d’Oro e Il Mercato -, com um percurso marcado pela dedicação à autêntica cozinha italiana em Portugal, é o anfitrião do documentário “Sabores de Itália”, realizado por Tiago P. de Carvalho, uma jornada de seis episódios pelas raízes e segredos da culinária que conquistou o mundo, que estreia este domingo, dia 2, na TVI.

Nascido no Nepal, Tanka Sapkota encontrou na cozinha italiana a sua vocação. Chegado a Portugal nos anos 90, o chef dedicou-se a estudar e a aperfeiçoar as técnicas que fazem da gastronomia italiana uma das mais respeitadas no mundo. E assim tornou-se uma referência no país quando se fala em pizzas artesanais, massas frescas e ingredientes genuínos. Sapkota ficou famoso por, em 2018, ter trazido para Portugal uma trufa branca de 1153 gramas, a maior da década na Europa, e uma das maiores da história. Nesse mesmo ano, foi distinguido com o título de “Cavaleiro da Trufa e do Vinho de Alba”, pela Ordem dos Cavaleiros do Tartufo de Alba, sendo o único em Portugal a ter recebido essa honraria por parte da confraria eno-gastronómica existente desde 1967.

Com este documentário, o chef leva essa paixão mais além, explorando as origens dos produtos que tornam esta cozinha única. “Sabores de Itália”, produzido ao longo de meses de pesquisa e viagens, revela receitas e histórias de pessoas que mantêm vivas tradições centenárias.

O documentário percorre algumas das regiões mais emblemáticas de Itália, cada uma com os seus segredos bem guardados. Da Toscana à Sicília, passando pela Emília-Romanha e Nápoles, Sapkota visita produtores locais, pequenos agricultores e artesãos que mantêm vivas as técnicas ancestrais.

Entre os destaques do documentário, estão a produção do verdadeiro Parmigiano Reggiano, a arte da pasta fresca em Bolonha, o processo de cura dos embutidos toscanos e, claro, a tradição da pizza napolitana. Cada episódio traz não apenas os processos de confeção, mas também as histórias das famílias que, geração após geração, se dedicam a preservar estas iguarias.

Do maior leilão de trufas brancas do mundo ao encontro com um velho caçador de trufas, o primeiro episódio passa pelo famoso mercado de Porta Palazzo, em Turim, o restaurante de peixe de Beppe Gallina, e por uma conversa com Roberta Ceretto, da famosa família de vinicultores Ceretto, a única pessoa capaz de o pôr Tanka Sapkota em contacto com o seu ídolo e chef pluri-estrelado, Enrico Crippa.

O valor da origem
Sabores de Itália é um manifesto pela autenticidade. Em tempos de industrialização alimentar, onde ingredientes e processos são muitas vezes sacrificados pela produção em larga escala, Sapkota pretende relembrar a importância da origem. Cada tomate San Marzano, cada trufa branca de Piemonte, cada gota de azeite extra-virgem conta uma história, e o chef faz questão de narrá-las com o devido respeito.

A preocupação com a sustentabilidade também é um dos pilares deste projeto. Ao longo da viagem, Sapkota destaca práticas agrícolas responsáveis, o respeito pela sazonalidade e o impacto positivo da preservação das tradições locais na economia de pequenas comunidades.

De Itália para Portugal
Se a cozinha italiana conquistou o mundo, em Portugal, com Tanka Sapkota, encontrou um dos seus maiores embaixadores. Com este documentário, o chef reforça a ligação entre os dois países, mostrando como a autenticidade pode ser transportada além-fronteiras sem perder a essência.

Além da exibição do documentário, Sapkota planeia uma série de eventos e jantares temáticos nos seus restaurantes, onde os visitantes poderão experimentar, in loco, os sabores e histórias apresentados no ecrã. Serão momentos de partilha e celebração, onde cada prato servido será uma extensão desta viagem.

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Governo financia alterações em pedreiras críticas

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

O financiamento é destinado aos municípios, vai estar disponível no primeiro trimestre de 2025 e será atribuído pelo Fundo Ambiental.

O Ministério do Ambiente e da Energia autorizou a abertura de um concurso de três milhões de euros para financiamento da elaboração, alteração ou revisão de Planos de Pormenor (PP) em áreas de exploração de pedra e pedreiras em situação crítica.

Em comunicado enviado este sábado à agência Lusa, o ministério tutelado por Maria da Graça Carvalho esclareceu que aquele financiamento é destinado aos municípios e que vai estar disponível no primeiro trimestre de 2025, sendo que será atribuído pelo Fundo Ambiental, permitindo o reembolso integral dos custos associados a esses processos, num valor total por plano de 90 mil euros.

O objetivo é o de assegurar a correta gestão territorial e ambiental destas áreas, mitigando riscos e promovendo a sua recuperação sustentável.

Podem-se candidatar os municípios que incluam pelo menos uma pedreira identificada no Plano de Intervenção de Pedreiras em Situação Crítica.

“O financiamento permitirá que os municípios promovam uma requalificação sustentável, minimizando os impactos negativos e favorecendo a reintegração destas zonas no ordenamento territorial. Ao restaurar estas áreas, os municípios poderão transformar espaços degradados em zonas produtivas e ecologicamente equilibradas, reduzindo os riscos de erosão do solo, promovendo a biodiversidade e melhorando a paisagem”, apontou Maria da Graça Carvalho.

A ministra salientou ainda que além do impacto ambiental, a recuperação das pedreiras tem efeitos económicos e sociais positivos.

“Com este apoio, os municípios poderão planear soluções inovadoras para reaproveitamento dos terrenos, seja para novos usos industriais e comerciais, seja para espaços de lazer e turismo sustentável”, concluiu Maria da Graça Carvalho.

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Porto produziu três vezes mais energia solar em 2024 do que em 2023

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

A expansão da rede fotovoltaica abrangeu o Parque de Estacionamento da Trindade, as Oficinas Gerais do Carvalhido, o Regimento de Sapadores Bombeiros, a ETAR do Freixo e diversas escolas.

A cidade do Porto produziu três vezes mais energia solar em 2024 do que em 2023, atingindo os 2,1 gigawatt-hora (GWh), graças à instalação de novos sistemas de energia fotovoltaica nos edifícios municipais, anunciou este sábado a autarquia.

Em comunicado, a Câmara Municipal do Porto congratula-se com aquele valor, que atribui também à gestão e manutenção eficientes dos equipamentos, a cargo da empresa municipal Águas e Energia do Porto.

“A expansão da rede fotovoltaica foi particularmente relevante. Edifícios como o Parque de Estacionamento da Trindade, as Oficinas Gerais do Carvalhido, o Regimento de Sapadores Bombeiros, a ETAR do Freixo e diversas escolas receberam novas unidades, contribuindo para um total de 2 megawatt-pico (MWp) de potência instalada”, aponta-se no texto.

A autarquia salienta que “a estratégia de desenvolvimento energético do município visa não só aumentar a eficiência no consumo de eletricidade, mas também continuar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, alinhando-se aos objetivos do Pacto Climático”.

A Câmara Municipal do Porto destaca ainda como “um dos projetos mais significativos” de 2024 a instalação de painéis solares na ETAR de Sobreiras: “A obra já entrou em operação e está a gerar energia limpa para alimentar a estação de tratamento de águas residuais”.

A ETAR de Sobreiras tem 635 painéis solares e uma capacidade de 387 kWp e “produz agora parte da sua própria energia, contribuindo para a sustentabilidade das operações”.

A produção estimada, aponta-se no texto, é de 600 megawatt-hora (MWh) por ano, “o que representa uma poupança de cerca de 80 mil euros anuais na fatura energética”.

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DeepSeek? “Concorrência é necessária. Amanhã pode vir um modelo melhor ou mais barato”, diz Amazon

Vice-presidente da empresa de ‘cloud’ da Amazon diz ao ECO que a chegada da nova tecnologia chinesa esta semana mostra que a estratégia certa é dar às empresas opções de escolha.

A semana foi tecnológica do início ao fim: desde o sell-off na segunda-feira com o aparecimento do novo modelo de Inteligência Artificial (IA) da chinesa DeepSeek, passando pela apresentação de resultados de quatro das Sete Magníficas, que superaram as expectativas do mercado (menos a Tesla) até à atualização do ‘ChatGPT’ da Alibaba, que promete concorrência maciça à OpenAI e Meta.

As Big Tech norte-americanas tremeram em Wall Street com os desenvolvimentos da IA generativa vindos da Ásia, mas a julgar pela opinião da Amazon, mantêm-se bastante convictas da estratégia que têm levado a cabo. Em entrevista ao ECO, o vice-presidente da Amazon Web Services (AWS) em França e na Europa do Sul diz que o importante é dar às empresas opções de escolha, porque têm objetivos diferentes para cada tecnologia que compram.

Acho que o que aconteceu esta semana com a DeepSeek valida a estratégia que estamos a tentar transmitir aos nossos clientes sobre o que consideramos ser a abordagem certa para a IA generativa com o seu feedback. Sempre achámos que os clientes têm de escolher os modelos que utilizam, porque os melhores modelos de hoje não são necessariamente os melhores de amanhã”, afirmou Julien Groues.

Demonstra que tivemos a estratégia certa para os nossos clientes, ao dar-lhes poder de escolha, até porque já podem utilizar DeepSeek em ambientes confidenciais através do [programa da Amazon] Bedrock. Podem pegar nesse modelo, que é de código aberto [open source] e implementá-lo lá. Hoje é DeepSeek, amanhã será outra coisa. Ou na próxima semana ou no mês seguinte”, acrescentou.

Para o executivo da AWS, as organizações têm é de ter capacidade de escolher a IA certa para si através de três tópicos: definição dos objetivos concretos que têm, análise ao custo das infraestruturas e cuidado com a confidencialidade da informação. “A concorrência é necessária. Se desenvolves um modelo hoje e amanhã vem outro melhor ou mais barato, tens de ser capaz de o implementar muito rapidamente. Está tudo a avançar tão rápido. Se ainda estás na primeira versão de um modelo do ano passado, estás a perder”, advertiu.

Questionado sobre se é possível construir um modelo desta natureza com apenas seis milhões de dólares (5,7 milhões de euros), foi taxativo: “Não sei. Alguns dos modelos que fizemos, como o [Amazon] Nova, são 70% mais baratos do que outros modelos. A velocidade dos avanços tecnológicos que temos agora torna tudo possível. Mas sobre este caso em particular, não sei.”

Hoje é DeepSeek. Amanhã, na próxima semana ou no mês seguinte será outra coisa.

Julien Groues

Amazon Web Services

Em relação à presença da AWS em Portugal, Julien Groues reiterou que é um mercado “muito importante para a marca”, onde está desde 2018, fez “grandes investimentos” e continuará a fazer, tendo como principais prioridades continuar a apoiar as empresas a deixar para trás os centros de dados e a migrar a informação para a cloud e modernizarem as suas aplicações para poderem reduzir custos e tornarem-se mais ágeis e sustentáveis.

Gestão da AWS Europa em Lisboa

O líder da AWS para os mercados francês e sul-europeus veio a Lisboa esta semana para fazer um ponto de situação de início do ano e encontrar-se com clientes, parceiros, equipa interna e representantes do Governo. “Tenho de dizer que tenho ficado extremamente impressionado com a forma como as empresas portuguesas, qualquer que seja a sua dimensão ou setor, estão a utilizar a tecnologia ou a cloud para acelerá-las na transformação digital e sustentabilidade. Esta [terça-feira de] manhã reuni com a Credibom e logo estarei com SAP”, admitiu.

No leque de clientes em Portugal estão empresas como Ascendi, Outsystems, Visor.ai, Unbabel ou a cimenteira Secil, que implementou agentes de IA para gerir recursos humanos e procedimentos de segurança dos trabalhadores. “A maioria das empresas com as quais trabalhamos utilizam vários modelos para diferentes tarefas, use cases [casos de uso], resumos e análises de documentos, atendimento ao cliente, otimização de processos…”, explica.

Então, mostrou-se satisfeito com os resultados dos investimentos em IA por parte das empresas, descredibilizando as críticas que geram em torno dos proveitos que obtêm desta tecnologia. “Já passámos das provas de conceito para aplicações. Continuam-se a fazer chatbots, mas estão cada vez melhores e prestáveis no atendimento ao cliente. O que é novo e veremos muito mais em 2025 será IA generativa para resolver problemas que nunca foram solucionados antes: a investigação médica sobre o cancro”, antevê. E os resultados da AWS? “Fomos criados em 2006 e somos agora um negócio de 105 mil milhões de dólares com um crescimento acelerado. Acho que estamos contentes com os resultados”, diz.

"Já passámos das provas de conceito da tecnologia. Continuam-se a fazer chatbots, mas estão cada vez melhores. O que veremos mais em 2025 será IA generativa para resolver problemas que nunca foram resolvidos, como investigação sobre cancro”

Julien Groues

Vice-presidente AWS para França e Europa do Sul

 

Globalmente, o grupo Amazon decidiu pôr fim ao regime de trabalho híbrido, que permitia aos trabalhadores estarem dois dias por semana em casa. O vice-presidente da AWS disse ao ECO que não há falta de espaço para a equipa e que até o trânsito das cidades compensa os ganhos com o regresso dos colaboradores a 100% ao escritório. “Sabemos que inovamos melhor para os nossos clientes estando juntos e com um quadro branco à frente. Temos uma cultura muito forte na Amazon e na AWS”, argumentou.

Confrontado com as mudanças nas políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) na multinacional, que coincidiram com a entrada de Donald Trump na Casa Branca, Julien Groues garantiu que as medidas DEI são “uma prioridade fundamental”, por dois motivos: é ético e não se pode fazer negócios neste mundo sem diversidade.

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PRR: Portugal submete a Bruxelas pedido de reprogramação

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

O Governo português submeteu hoje à Comissão Europeia o pedido de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O Governo português submeteu hoje à Comissão Europeia o pedido de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que inclui a adaptação dos investimentos aos prazos exigidos.

Segundo uma nota hoje enviada, o Governo justifica que o pedido vem minimizar “o risco de incumprimento, que poderia resultar na perda de verbas” do PRR, mantendo a dotação total em 22,2 mil milhões de euros, com reforço significativo nas áreas da saúde, ciência e inovação empresarial.

“Esta revisão permite substituir projetos inviáveis dentro do calendário estabelecido, assegurando a sua execução através de outras fontes de financiamento, enquanto reforça a eficiência e o impacto dos fundos disponíveis”, sustentou.

Na proposta, o Governo propõe, na saúde, “um reforço de 336 milhões de euros para a aquisição de equipamentos para as Unidades Locais de Saúde (ULS), modernizando as infraestruturas e garantindo um melhor acesso aos cuidados de saúde”.

Na ciência e ensino superior, a reprogramação contempla “investimento adicional de 110 milhões de euros para a aquisição de equipamentos e modernização tecnológica das universidades, reforçando a capacidade científica e de investigação do país” e na inovação empresarial está prevista a “criação de um novo instrumento financeiro com um montante de cerca de 230 milhões de euros”.

Por outro lado, esta nova reprogramação traz cortes em componentes como a habitação, mobilidade e gestão hídrica, que o Governo quer compensar com outras fontes de financiamento.

A mobilidade sustentável é a componente que terá o maior ajustamento com esta reprogramação. No total, são quase 416 milhões de euros que deixam de estar destinados a esta área, segundo uma apresentação que o Governo fez, esta semana, à Assembleia da República, a que a Lusa teve acesso.

No comunicado hoje divulgado, o Governo refere que, na área da mobilidade e sustentabilidade, a reprogramação promove “a transição para meios de transporte sustentáveis e digitalização do setor ferroviário”, colocando como exemplo o “investimento de 137 milhões de euros na aquisição de 390 autocarros elétricos, que eleva para 835 o número de autocarros financiados pelo PRR”.

Segundo o Governo, deixarão de ser financiados pelo PRR a Linha Violeta do Metro de Lisboa, parte da expansão da Linha Vermelha, a Barragem do Pisão, a Barragem do Pomarão e a dessalinizadora do Algarve.

“Estes projetos continuam a ser considerados estruturantes e, como tal, seguem o seu percurso normal de execução, embora executados com recurso a fontes de financiamento alternativas, nomeadamente através do Portugal 2030 ou do Orçamento do Estado”, justifica.

A reprogramação prevê também uma redução na habitação que ultrapassa os 391 milhões de euros.

Segundo o Governo, estas alterações “não diminuem o alcance dos projetos” previstos.

“Das 6.800 casas do parque habitacional a custos acessíveis, 3.300 manterão o financiamento PRR, passando as restantes a ser financiadas através de um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI)”, refere.

Citado no comunicado, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Castro Almeida, refere que a “reprogramação é a resolução de um problema por antecipação”.

“Alguns dos investimentos inicialmente previstos no PRR demonstram-se absolutamente inexequíveis dentro do prazo fixado e se os mantivéssemos estaríamos a optar por perder verbas de forma voluntária”, justificou.

Contudo, “nenhum projeto será abandonado por sair do PRR”, prometeu.

O PRR, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

A última reprogramação do PRR foi aprovada em setembro de 2023.

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