Pedro Nuno Santos espera ser ouvido pelo Ministério Público antes da campanha

Pedro Nuno Santos atira: "não me podem comparar a mim com Luís Montenegro". E avisa que "a equivalência que se faz entre políticos destrói a própria democracia".

Pedro Nuno Santos insistiu esta sexta-feira que “não há qualquer tipo de equivalência” entre a averiguação preventiva às duas casas que comprou em Lisboa e Montemor-o-Novo e o caso Spinumviva, que envolve Luís Montenegro. Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PS sublinhou que, em campanha eleitoral, é importante avaliar o perfil dos candidatos, mas avisou que “a equivalência que se faz entre políticos destrói a própria democracia”. Sinalizou ainda que espera ser ouvido pelo Ministério Público antes da campanha.

A avaliação dos líderes é fundamental numa campanha. Percebo que o PSD não queira falar do perfil dos candidatos, mas tem de falar. Quando vamos para uma campanha eleitoral, avaliamos um projeto e quem o vai liderar. Não é um tema irrelevante“, começou por afirmar Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas transmitidas pela CNN.

Não há em nenhum dos casos qualquer tipo de equivalência“, acrescentou. “Não me podem comparar a mim com Luís Montenegro“, insistiu o político.

Esta semana, foi noticiado que o secretário-geral do PS foi alvo de uma averiguação preventiva por parte do DCIAP, “na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos”.

Está em causa a aquisição de dois imóveis, um em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo, cuja documentação foi, entretanto, publicada online pelo próprio, no site da campanha socialista. Quanto à origem dos fundos para a aquisição destes imóveis, esta amanhã, o Correio da Manhã avança que Pedro Nuno Santos garante que 70 mil euros dos 245 mil euros da compra da sua primeira casa, em Lisboa, foram pagos “com recurso a capitais próprios da família“.

O líder socialista já assegurou também que não foge ao escrutínio e que está disponível para o mesmo, ao contrário, atirou, do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que acusou de não o fazer.

Esta sexta-feira, o secretário-geral do PS foi ainda questionado se já entregou um requerimento para ser ouvido pelo Ministério Público sobre a averiguação preventiva. “O requerimento ainda não foi entregue, mas será entregue na próxima semana”, respondeu, manifestando a esperança de poder ser ouvido antes do início do período da campanha eleitoral para as legislativas, que começa oficialmente em 04 de maio.

“Acho que era importante, até porque ontem [quinta-feira] foi noticiado um arquivamento sobre o mesmo caso, com base supostamente nas mesmas notícias, há um ano. Portanto, obviamente isto tem impacto, confunde as pessoas, e é injusto, porque precisamos de ter todos os dados para fazer as nossas escolhas”, referiu, frisando ser “do interesse de todos” que o seu caso seja clarificado.

“Pacto nacional” para o envelhecimento

Esta sexta-feira, Pedro Nuno Santos aproveitou também para reforçar a promessa de, caso vença as eleições marcadas para maio, avançar com aumentos extraordinários permanentes das pensões, “sempre que a capacidade orçamental do Estado o permita”.

Foi o que fizemos quando estávamos no poder e também quando estávamos na oposição“, lembrou o socialista, que critica a posição da AD, que tem prometido suplementos extraordinários (não permanentes) aos pensionistas, caso a execução orçamental o permita.

Por outro lado, o secretário-geral do PS defendeu hoje um “pacto nacional” para lidar com as questões do envelhecimento e criticou a “situação de instabilidade e caos” no SNS, com 15 urgências fechadas este fim de semana, responsabilizando o primeiro-ministro.

Pedro Nuno Santos lamentou que, neste período de pré-campanha, se esteja a falar “muito pouco dos mais velhos”, considerando que é preciso dar “mais atenção” à questão do envelhecimento da população. “Deve haver um pacto nacional para esta área”, disse, frisando que é preciso reforçar os apoios sociais para as camadas mais velhas da população e “voltar a fazer o investimento que o país fez durante muitos anos” para alargar a rede de lares de terceira idade.

Além deste investimento nos lares, Pedro Nuno Santos referiu que é também necessário integrar os cuidados sociais e os cuidados de saúde e passar-se de um “sistema que está centrado no hospital para que esteja centrado cada vez mais na comunidade”.

“Isso significa que nós precisamos de equipas multidisciplinares, com médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, que façam acompanhamento dos doentes crónicos e dos mais velhos nas suas casa, quando isso é possível”, disse.

O secretário-geral do PS disse que isso seria não só melhor para os próprios, mas também para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), porque “evita que as pessoas tenham de recorrer aos hospitais ou às urgências e melhora a qualidade de vida dos doentes”.

Além da atenção às pessoas mais idosas, Pedro Nuno defendeu que o pacto nacional para o envelhecimento deve também procurar valorizar as pessoas que trabalham nos lares e nas IPSS, considerando que o país “tem uma dívida para com esses homens e mulheres”.

(Notícia atualizada às 15h17)

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Justiça dos EUA determina que Google monopolizou mercado da publicidade na Internet

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

Juíza concluiu que "Google se envolveu conscientemente numa série de ações anticoncorrenciais para alcançar e manter o poder de monopólio nos mercados de servidores de anúncios".

Uma juíza federal norte-americana concluiu que a Google monopolizou o mercado da publicidade online, dizendo que a gigante tecnológica norte-americana “executou intencionalmente uma série de ações anticoncorrenciais” e causou “danos significativos” aos seus clientes.

O Governo de Joe Biden processou a Google em janeiro de 2023 num tribunal federal na Virgínia (leste dos Estados Unidos), exigindo que o grupo fosse forçado a alienar os seus bens.

O julgamento foi concluído em novembro de 2024 com a apresentação dos argumentos finais pelo governo dos EUA e pela Google, após três semanas de audiências sem júri, em setembro.

Os demandantes provaram que a Google se envolveu conscientemente numa série de ações anticoncorrenciais para alcançar e manter o poder de monopólio nos mercados de servidores de anúncios e de troca de anúncios na Internet“, concluiu a juíza numa decisão de 115 páginas divulgada hoje.

“Durante mais de uma década, a Google ligou o seu servidor de anúncios e as suas bolsas de anúncios através de cláusulas contratuais e integração tecnológica, o que permitiu à empresa estabelecer e proteger a sua posição monopolista em ambos os mercados”, continuou.

Segundo a magistrada, o grupo também “garantiu o seu monopólio impondo políticas anticoncorrenciais aos seus clientes e eliminando características favoráveis de determinados produtos”. Concluiu que, ao fazê-lo, a Google causou “danos significativos” aos seus clientes e impediu que os rivais competissem com ela.

A juíza deu um prazo de sete dias para que as partes apresentem um cronograma para a continuação do procedimento, de forma a determinar as soluções para esta situação. Depois, pronunciará a sua sentença.

A gigante tecnológica já indicou que pretende recorrer da decisão, num comunicado enviado à agência France-Presse (AFP) pela vice-presidente, Lee-Anne Mulholland.

“Ganhámos metade deste caso e vamos recorrer da outra metade. Discordamos da decisão do tribunal em relação às nossas ferramentas de publicação”, acrescentou.

O desfecho do caso pode ser determinado pela nova administração e o presidente Donald Trump deu a entender, em outubro, que não era a favor da divisão da Google, sublinhando que penalizaria os Estados Unidos no panorama internacional.

Por volta das 17:15 (hora de Lisboa), as ações da Alphabet, empresa-mãe da Google, caíam 1,26% na bolsa de Nova Iorque.

O governo norte-americano acusou a Google de controlar o mercado de anúncios em banners em sites, incluindo os de muitos meios de comunicação, e de usar isso para cobrar preços artificialmente elevados e partilha injusta de receitas.

Segundo a acusação, o grupo apoiou-se em três softwares de gestão de publicidade considerados essenciais pela maioria dos sites. A advogada da Google, Karen Dunn, denunciou a interpretação errónea da lei por parte do ministério.

A empresa alegou que o caso se baseava numa versão desatualizada da Internet, ignorando o contexto atual, onde os anúncios são também colocados nos resultados de pesquisa, aplicações móveis e redes sociais.

Noutro julgamento, um júri de um tribunal federal em Washington considerou o Google culpado de práticas anticoncorrenciais em pesquisas na Internet. Aguarda ainda que o magistrado decida sobre as restrições que lhe serão impostas.

As autoridades, que processaram a Google em 2020, exigiram que a empresa se desfizesse do browser Chrome. Também querem proibi-lo de fazer acordos com fabricantes de smartphones para instalar o seu motor de busca por defeito.

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Tarifas. BRICS juntos contra barreiras comerciais agropecuárias

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

Declaração conjunta indica que bloco BRICS quer "trabalhar para fortalecer um sistema de comércio multilateral baseado em regras, não discriminatório, aberto, justo, equitativo e transparente".

O bloco dos BRICS ratificou na quinta-feira uma declaração conjunta no qual garantiram esforços para “remover as barreiras comerciais que são inconsistentes com as regras da Organização Mundial do Comércio”.

“Estamos empenhados em remover as barreiras comerciais que são inconsistentes com as regras da OMC e em trabalhar para fortalecer um sistema de comércio multilateral baseado em regras, não discriminatório, aberto, justo, inclusivo, equitativo e transparente”, lê-se na declaração conjunta da conclusão da reunião ministerial de Agricultura, que decorreu na quinta-feira em Brasília.

Mais cedo, em declarações à imprensa, o ministro da Agricultura do Brasil disse hoje acreditar que a postura de afrontamento dos EUA e o seu “protecionismo sem precedentes” vai fortalecer ainda mais o bloco dos BRICS (grupo de países emergentes).

“Isso motiva-nos ainda mais para o fortalecimento desse bloco geopolítico. A afronta neste momento, por parte do Governo norte-americano, e um protecionismo sem precedentes, certamente nos induz ao fortalecimento do bloco e buscar novas oportunidades”, frisou Carlos Fávaro, à margem de uma reunião dos ministros da agricultura deste bloco, que este ano é presidido pelo Brasil.

No Palácio do Itamaraty, em Brasília, citado pela imprensa local, o ministro brasileiro sublinhou ainda que o conflito comercial iniciado pelos EUA contra a China pode favorecer o mercado agropecuário brasileiro, que já é um dos maiores exportadores mundiais.

Este compromisso surge numa altura de extrema incerteza internacional, em resultado da guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs uma tarifa universal de 10%, embora a tenha aumentado para 145% para a China, membro dos BRICS.

Perante esta situação, os ministros da agricultura do chamado grupo de economias emergentes sublinharam que “o comércio global e o investimento continuam a ser importantes motores do crescimento agrícola”.

Por outro lado, concordaram em “reforçar as reservas alimentares”, investir em infraestruturas para o armazenamento de alimentos, promover “instrumentos de política pública com apoio a preços mínimos” e monitorizar os custos de produção para garantir o acesso a fatores de produção essenciais.

Desta forma, os países membros do grupo “procuram enfrentar a volatilidade dos preços, identificada como um dos principais desafios à segurança alimentar global”, segundo o governo brasileiro em comunicado de imprensa.

Ainda na declaração conjunta, os 11 países membros reforçaram o compromisso de que, em situações excecionais que afetam um dos países membros, como a escassez de alimentos ou aumentos súbitos de preços, serão ativados mecanismos de cooperação para ajudar a nação afetada.

O fórum BRICS foi fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e inclui agora o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia, o Irão e a Indonésia, bem como a Arábia Saudita, que foi convidada mas ainda não confirmou a sua adesão.

A reunião ministerial em Brasília terminará com a assinatura de um documento, que será depois discutido na cimeira que os chefes de Estado e de Governo dos BRICS realizam a 06 e 07 de julho no Rio de Janeiro.

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China interrompe importações de gás liquefeito dos EUA

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

Guerra comercial entre Pequim e Washington se estendeu também à cooperação energética, com as importações chinesas de GNL provenientes dos EUA a estarem completamente interrompidas.

As importações chinesas de gás natural liquefeito (GNL) provenientes dos EUA foram completamente interrompidas há mais de dez semanas, indicando que a guerra comercial entre Pequim e Washington se estendeu também à cooperação energética.

Desde que um navio-tanque com 69.000 toneladas de GNL, oriundo de Corpus Christi, no Texas, chegou à província de Fujian, no sudeste da China, em 6 de fevereiro, não se registaram mais carregamentos entre os dois países, segundo uma análise do jornal Financial Times a dados do transporte marítimo.

Um segundo navio-tanque foi redirecionado para o Bangladesh, depois de não ter chegado ao destino, pouco antes de a China impor uma tarifa de 15% sobre o gás norte-americano, a 10 de fevereiro.

Desde então, as taxas alfandegárias aumentaram para 49%, tornando o GNL dos EUA economicamente inviável para os compradores chineses.

Durante o primeiro mandato do Presidente Donald Trump (2017–2021), as importações de GNL dos EUA pela China já tinham sido suspensas por mais de um ano, num período igualmente marcado por tensões comerciais entre os dois países.

O atual impasse poderá ter implicações de longo alcance, ao reforçar os laços energéticos entre Pequim e Moscovo e levantar dúvidas sobre a viabilidade da vasta expansão de terminais de GNL nos Estados Unidos e no México, projetos avaliados em milhares de milhões de dólares.

Desde a invasão da Ucrânia, a China tem importado apenas uma percentagem relativamente baixa do seu GNL dos EUA, com várias empresas chinesas a optarem por revender o gás para a Europa, aproveitando margens de lucro mais elevadas.

No ano passado, apenas 6% das importações chinesas de GNL tiveram origem nos Estados Unidos, contra um pico de 11% em 2021, segundo o Financial Times.

Empresas como a PetroChina e a Sinopec assinaram anteriormente 13 contratos de longo prazo com terminais norte-americanos, alguns dos quais com validade até 2049. Estes acordos foram fundamentais para viabilizar grandes projetos de GNL nos EUA.

Zhang Hanhui, embaixador da China em Moscovo, afirmou no início da semana que a China deverá aumentar as suas importações de GNL russo.

“Sei com certeza que há muitos compradores. Tantos estão a pedir à embaixada ajuda para estabelecer contactos com fornecedores russos, que penso que haverá definitivamente mais importações”, afirmou o diplomata.

A Rússia é atualmente o terceiro maior fornecedor de GNL à China, a seguir à Austrália e ao Qatar. Os dois países estão também a negociar a construção de um novo gasoduto, o Poder da Sibéria 2.

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Entre o ouro e o âmbar: a CR&F XO Fine & Rare que transforma a tradição em arte

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 18 Abril 2025

João Portugal Ramos assina a 4ª edição da CR&F XO Fine & Rare, uma aguardente que homenageia a tradição portuguesa com um perfil moderno e um carácter irrepetível.

A arte de criar aguardente, como a de compor um grande perfume ou um relógio raro, exige tempo, rigor e sentido de detalhe. A nova edição limitada da CR&F XO Fine & Rare, lançada agora pela mão de João Portugal Ramos, é um tributo à obsessão pela perfeição, uma celebração do saber fazer português, com origem num terroir singular — a Região Demarcada da Lourinhã, única no país, e irmã das célebres Cognac e Armagnac, em França, a que João Portugal Ramos chamou de Lourinhac.

Num estojo onde tradição e modernidade se entrelaçam — com serigrafia a ouro, gargantilha numerada e lacre histórico —, esta edição surge a tempo da Páscoa, pronta para celebrar momentos a vida à mesa. Destacando-se pela cor dourada intensa e reflexos âmbar, resultado do prolongado estágio em barricas de carvalho francês e nacional, no nariz, revela notas elegantes de frutos secos, como nozes e amêndoas torradas, envolvidas em nuances de baunilha, caramelo e especiarias. A influência Atlântica da região nota-se ainda num leve toque iodado e salino. No palato, a textura sedosa e equilibrada confirma os aromas, com destaque para o fruto seco tostado, mel e chocolate negro. A acidez bem integrada confere frescura e prolonga o processo de degustação, enquanto as notas de madeira nobre e especiarias acrescentam estrutura e sofisticação. O seu fim de boca é longo, persistente e harmonioso, deixando uma sensação de calor e elegância. É a companhia ideal para iguarias como o bolo de noz, o figo ou o tradicional folar da Páscoa.

A aguardente XO Fine & Rare é uma história engarrafada: da minúcia do processo de destilação ao envelhecimento em madeiras nobres, da escolha rigorosa das castas à alquimia da mistura final. Uma obra-prima para apreciadores exigentes — ou simplesmente para quem sabe que há prazeres que merecem ser raros.

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Tarifas. Governo Trump impõe novas taxas aos navios de fabrico chinês que atracam nos EUA

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

Navios de fabrico chinês terão de pagar novas taxas quando atracarem nos portos dos EUA. Medida entrará em vigor dentro de 180 dias.

Os proprietários e armadores de navios de fabrico chinês terão de pagar novas taxas quando atracarem nos portos dos EUA, uma medida que entrará em vigor dentro de 180 dias e cujos valores aumentarão gradualmente.

Os proprietários e operadores chineses de embarcações não fabricadas na China também serão afetados, revelou na quinta-feira o gabinete do representante comercial da Casa Branca (USTR, na sigla em inglês), em comunicado.

Estas taxas serão cobradas por visita aos Estados Unidos — e não em cada porto americano visitado — e no máximo cinco vezes por navio por ano.

O USTR também planeou uma tarifa específica para as embarcações que transportam veículos, que também entrará em vigor dentro de 180 dias, e para as que transportam gás natural liquefeito (GNL), mas cuja cobrança só começará daqui a três anos e aumentará de forma faseada ao longo de 22 anos.

“O USTR tomou hoje medidas específicas para restaurar a construção naval americana e abordar as ações, políticas e práticas irracionais da China para dominar os setores marítimo, logístico e de construção naval”, pode ler-se, no comunicado.

O ex-presidente Joe Biden encarregou o USTR de investigar “as práticas desleais da China nos setores da construção naval, transportes e logística”.

Esta investigação foi mantida pelo seu sucessor, Donald Trump, que anunciou também no início de março a criação de um Gabinete de Construção Naval a anexar à Casa Branca.

Dominante no final da Segunda Guerra Mundial, a indústria naval norte-americana foi decaindo gradualmente e representa agora apenas 0,1% da construção naval a nível global, agora dominada pela Ásia, com a China a construir quase metade dos navios lançados, à frente da Coreia do Sul e do Japão.

Os três países asiáticos são responsáveis por mais de 95% dos navios civis construídos, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Este anúncio surge em plena guerra comercial entre Washington e Pequim. Donald Trump afirmou na quinta-feira que “todos os países” querem negociar as tarifas aduaneiras, “incluindo a China”, com a qual o conflito comercial se agravou e as taxas foram reciprocamente aumentadas até 145%.

O Ministério do Comércio da China adiantou na quinta-feira que mantém “comunicação constante” com os seus homólogos norte-americanos e reiterou que Pequim está “aberta a consultas” com Washington se estas se basearem no “respeito mútuo”.

Também hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian disse que as “tarifas recíprocas” adotadas pelos EUA “perturbam seriamente a ordem económica mundial e o sistema comercial multilateral”, bem como “os interesses e o bem-estar das nações de todo o mundo”.

A guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos Estados Unidos intensificou-se a 02 de abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” sobre o resto do mundo, uma medida que retificou uma semana depois, face à queda dos mercados e ao aumento do financiamento da dívida norte-americana.

Mas enquanto suavizava a sua ofensiva com a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10%, decidiu aumentar as taxas alfandegárias sobre a China, que retaliou com mais taxas.

Washington impôs taxas de 145% sobre as importações chinesas, enquanto Pequim aumentou as suas taxas sobre os produtos norte-americanos para 125%.

Os EUA decidiram, entretanto, isentar muitos produtos tecnológicos chineses, embora Trump tenha anunciado a aplicação de tarifas sobre os semicondutores “num futuro próximo”.

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EUA e Ucrânia assinam memorando sobre acesso a recursos naturais e minerais

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

EUA e Ucrânia assinaram "memorando de intenções" com o objetivo de concluir um acordo complexo sobre o acesso aos recursos naturais e minerais da Ucrânia.

Washington e Kiev assinaram esta quinta-feira um “memorando de intenções” com o objetivo de concluir um acordo complexo sobre o acesso aos recursos naturais e minerais da Ucrânia, anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko.

“Temos o prazer de anunciar a assinatura, com os nossos parceiros americanos, de um memorando de intenções que abre caminho a um acordo de parceria económica e à criação do Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia”, declarou na rede social X, Yulia Svyrydenko.

Os Estados Unidos e a Ucrânia tinham planeado assinar um acordo sobre a extração de minerais estratégicos da Ucrânia há várias semanas, mas uma disputa entre o Presidentes dos EUA, Donald Trump e o seu homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, em fevereiro, suspendeu temporariamente os trabalhos sobre o acordo.

Trump quer o acordo, que tem como objetivo dar aos EUA parte dos lucros da exploração de recursos ucranianos e minerais raros, como compensação pela ajuda dada à Ucrânia pelo seu antecessor, Joe Biden.

Svyrydenko não divulgou detalhes do memorando, mas disse que o trabalho estava a ser feito para chegar a um acordo final.

“Esperamos que o Fundo se torne um instrumento eficaz para atrair investimentos para a reconstrução do nosso país, modernizar as infraestruturas, apoiar as empresas e criar novas oportunidades económicas”, afirmou.

“Ainda há muito trabalho a fazer, mas o ritmo atual e os progressos significativos permitem esperar que o documento seja muito benéfico para ambos os países”, afirmou Svyrydenko.

As autoridades americanas afirmam que o reforço dos interesses comerciais dos Estados Unidos na Ucrânia ajudará a dissuadir futuras agressões russas em caso de cessar-fogo. Kiev está a exigir garantias militares e de segurança concretas como parte de qualquer acordo para pôr fim à guerra de três anos.

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CEO da Nvidia garante a Pequim que tecnológica vai “aprofundar presença” na China

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

De visita a Pequim, o presidente executivo da Nvidia deixou claro o desejo de "aprofundar a presença" da empresa de semicondutores na China.

O presidente executivo da Nvidia, Jensen Huang, manifestou na quinta-feira o desejo de “aprofundar a presença” da empresa de semicondutores na China, durante uma reunião com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

A deslocação de surpresa de Jensen Huang a Pequim surge na sequência da notícia de que Washington vai exigir uma licença para a empresa exportar os seus ‘chips’ H20 para a China.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Huang garantiu estar “disposto a desempenhar um papel ativo na promoção da cooperação económica e comercial entre a China e os Estados Unidos”, numa altura de graves tensões comerciais entre as duas potências, após a imposição mútua de tarifas superiores a 100%.

Huang expressou ainda “otimismo sobre as perspetivas económicas da China”, considerando que “o mercado chinês tem enorme potencial de investimento e consumo, e a transformação e modernização industrial do país estão a acelerar”, afirmou, de acordo com a agência oficial chinesa.

De acordo ainda com a Xinhua, o vice-primeiro-ministro chinês descreveu o país asiático como “a melhor arena de aplicação para a revolução tecnológica e a transformação industrial” e “um terreno fértil para empresas financiadas por estrangeiros investirem e efetuarem trocas comerciais”.

“A China dá as boas-vindas a mais empresas financiadas por capital norte-americano para cultivarem a sua presença no mercado chinês e demonstrarem as suas vantagens e capacidades industriais”, disse.

De acordo com contas nas redes sociais afiliadas à televisão estatal chinesa CCTV, Huang chegou a Pequim na quinta-feira a convite do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional, organismo que representa os exportadores chineses.

Huang encontrou-se com Ren Hongbin, presidente do Conselho, a quem manifestou a sua esperança de que a Nvidia “possa continuar a cooperar com a China”, porque considera o país um “mercado-chave” para a empresa.

As ações da Nvidia desvalorizaram quase 7%, na quarta-feira, no contexto da guerra comercial entre os EUA e a China.

A empresa anunciou esta semana um encargo trimestral de até 5,5 mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros) nas suas contas devido a requisitos impostos pelo governo dos EUA, que exige agora uma licença para exportar os seus ‘chips’ H20 para a China.

O H20, que começou a ser vendido na China em 2024, é uma unidade de processamento gráfico (GPU) concebida para o mercado chinês em resposta aos controlos de exportação que Washington tinha anteriormente imposto aos semicondutores mais avançados da Nvidia.

Embora o H20 não seja tão potente como os chips mais avançados da empresa, as autoridades norte-americanas decidiram impor-lhe também restrições, receando que pudesse ser utilizado para montar supercomputadores na China, no contexto da rivalidade tecnológica entre Washington e Pequim, nomeadamente no domínio da inteligência artificial.

As empresas chinesas ainda necessitam dos chips da Nvidia para treinar e executar grandes modelos de linguagem (LLM), segundo analistas. Mas se a atividade da Nvidia na China abrandar drasticamente, a empresa poderá perder 10% das suas receitas totais em relação ao ano passado.

O jornal norte-americano The New York Times noticiou esta semana que a administração Trump está a visar a empresa chinesa de inteligência artificial Deepseek, à qual a Nvidia fornece chips, por representar “uma ameaça à segurança nacional”.

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Amêndoas da Páscoa estão mais caras sem ‘amargar’ negócio dos produtores de chocolate

Impulsionada pelo disparo na cotação do cacau, a subida do preço das amêndoas de chocolate voltou a não travar o apetite dos consumidores portugueses nesta época pascal.

Nesta Páscoa, as amêndoas estão mais caras, mas isso não é sinónimo de abrandamento de vendas. A Vieira de Castro, Arcádia e Chocolataria Equador estão “otimistas” com as perspetivas de negócio para esta quadra festiva. Apesar de terem subido o preço, os produtores garantem ao ECO que têm feito “um esforço muito grande para absorver uma parte significativa do aumento” dos custos das matérias-primas.

Na Arcádia, a campanha de Páscoa está a “decorrer de forma positiva e em linha com a do ano passado”, com base no sell-in para as grandes superfícies e nas vendas preliminares nas 45 lojas próprias. “A procura por amêndoas, drageias e chocolates mantém-se consistente“, nota o CEO da empresa Francisco Bastos.

A Vieira de Castro, que reclama a liderança na produção de amêndoas, descreve um cenário semelhante, com a empresa minhota a mostrar-se “otimista” em relação ao balanço das vendas nesta campanha de Páscoa, prevendo um crescimento “na ordem dos 10% face à campanha anterior”.

A empresa de Vila Nova de Famalicão produz mais de 20 milhões de amêndoas por campanha, contabiliza a administradora Ana Raquel Vieira de Castro, em declarações ao ECO.

Fábrica de chocolates Imperial - 18NOV20
Produção de amêndoas na ImperialRicardo Castelo

Foi 2009, na cidade do Porto, que o casal Celestino Tedim Fonseca e Teresa Almeida, ambos com formação artística, fundaram a Chocolataria Equador. A primeira loja abriu portas em 2010 na Rua de Sá da Bandeira, na Invicta. Soma agora nove lojas (3 deles em regime de franchising) também em Matosinhos, Braga, Coimbra, Lisboa, Girona e Barcelona. Emprega 32 pessoas e fatura quase 1,7 milhões de euros.

O dono da Chocolataria Equador adianta que o balanço das vendas nesta campanha de Páscoa “é bastante positivo e superior à do ano passado”. Celestino Tedim Fonseca justifica que o aumento de vendas estará relacionado com a parceria que fez com a TVI para a novela Cacau. Foi a marca de chocolate selecionada para fazer parte desta ficção, filmada no Brasil e em Portugal.

O líder da Chocolataria Equador nota ao ECO que as amêndoas que são vendidas nesta época são essencialmente para oferta.

Cacau em alta obriga a subir preços

Em Portugal, o preço do chocolate disparou 9,87% entre dezembro de 2024 e janeiro deste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Já dados da Deco Proteste mostram que o chocolate ficou mais caro 26% nos três primeiros meses do ano, com base no preço de uma cesta com quatro produtos à venda nos supermercados nacionais. E o preço dos ovos, também subiu substancialmente desde o início do ano.

Para a Imperial, a maior fabricante de chocolates a nível nacional, a campanha da Páscoa é o momento de vendas mais importante no ano. A empresa de Vila do Conde refere que o “aumento significativo no preço do cacau trata-se de um desafio estrutural para todo o setor e, por isso, afeta todos os players do mercado”.

O aumento significativo no preço do cacau é um desafio estrutural para todo o setor e afeta todos os players do mercado.

Francisco Pinho da Costa

Marketing manager da Imperial

O CEO da Arcádia recorda que os “preços do cacau nos mercados internacionais registaram uma subida histórica em abril de 2024, após terem praticamente quadruplicado no espaço de apenas três meses”. Desde então, ressalva, “mantiveram-se em níveis elevados, com um novo pico registado entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025”. Comparando com a média registada ao longo de 2023, Francisco Basto constata que “atualmente, o preço do cacau continua quase no triplo”.

Ana Raquel Viera de Castro não tem dúvidas de que o “aumento será sentido pelos consumidores”, mas refere que a Vieira “tem feito um trabalho profundo para o minimizar”. A empresa com mais de 80 anos de história investiu “em tecnologia e na melhoria dos processos que permitiram melhorar a eficiência produtiva e reduzir o máximo possível este impacto”.

Já a dona das marcas Regina, Pantagruel e Pintarolas, através de Francisco Pinho da Costa, marketing managerda Imperial, assegura que a “Imperial tem feito todos os esforços para absorver, sempre de forma sustentável, o incremento dos custos nos produtos existentes e, assim, evitar repercutir a totalidade destes incrementos para o consumidor final”, afirma

À semelhança da Imperial, o líder da Arcádia garante “um esforço muito grande para absorver uma parte significativa deste aumento, ajustando os preços de forma gradual e responsável”. Em média, os produtos da Arcádia, que estão à venda em 45 lojas distribuídas por 16 cidades, aumentaram cerca de 10% em 2024. No início deste ano, para fazer face ao aumento de preços das matérias-primas, aplicou um “novo ajustamento” na ordem dos 7%.

Na Arcádia temos feito um esforço muito grande para absorver uma parte significativa deste aumento, ajustando os preços de forma gradual e responsável.

Francisco Bastos

CEO da Arcádia

“O nosso foco continua a ser garantir a qualidade e a consistência da experiência Arcádia, minimizando, sempre que possível, o impacto para o consumidor final”, afirma o líder da empresa, que emprega mais de 400 pessoas em todo o país.

A Chocolataria Equador sublinha que, precisamente devido ao aumento de preço das matérias-primas, algumas empresas “não aguentaram e acabaram por fechar portas” durante o ano passado. No caso da Chocolataria Equador, para fazer frente ao aumento do preço das matérias-primas, aumentou os preços em 15% no início deste ano. “Tivemos de abdicar um bocadinho da nossa margem”, salienta o gestor.

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Trump tenta levar para tribunal em Nova Iorque oposição legal da Califórnia às tarifas

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

Os advogados do Departamento de Justiça argumenta que o tribunal de comércio em Nova Iorque tem "jurisdição exclusiva" sobre disputas relacionadas com tarifas.

A Administração Trump está a tentar transferir a contestação legal do governador da Califórnia, Gavin Newsom, ao regime tarifário dos Estados Unidos do tribunal federal de São Francisco para o Tribunal de Comércio Internacional de Nova Iorque.

Esta quinta-feira, os advogados do Departamento de Justiça apresentaram um pedido de transferência do caso do território governado por Newsom, argumentando que o tribunal de comércio em Nova Iorque tem “jurisdição exclusiva” sobre disputas relacionadas com tarifas.

O governador democrata do estado mais populoso do país, visto como um possível candidato presidencial em 2028, juntou-se ao procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, para processar o Presidente norte-americano na quarta-feira, numa tentativa de travar o uso de poderes de emergência por parte de Trump para impor tarifas alargadas ao México, China e Canadá.

Newsom e Bonta alegam que a imposição de tarifas está a provocar danos colaterais a consumidores e empresas na Califórnia, estado que tem a quinta maior economia do mundo. “Trump não tem o poder unilateral de alterar radicalmente a paisagem económica do país. Não é assim que a nossa democracia funciona”, defendeu o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, numa conferência de imprensa na quarta-feira.

“O Congresso não autorizou estas tarifas, muito menos impôs tarifas e depois aumentou-as, suspendeu-as e voltou a impô-las imediatamente por capricho”, insistiu.

Desde que regressou ao poder, o bilionário republicano mergulhou o mundo numa guerra comercial, invertendo décadas de comércio livre, em nome da proteção dos interesses norte-americanos.

A China está sujeita a tarifas norte-americanas de 145% e certas importações do Canadá e do México são taxadas a 25%. No início de abril, Donald Trump também introduziu tarifas de 10% sobre produtos de dezenas de países de todo o mundo e prometeu novas taxas, ainda mais punitivas, antes de as suspender.

Berço do setor tecnológico, o Estado mais populoso do país é também o principal motor industrial dos Estados Unidos e líder no fabrico de produtos agrícolas, dependendo, em grande medida, das relações comerciais com o México, Canadá e a China.

“Nenhum outro Estado será mais afetado pelas consequências desta incerteza”, denunciou o governador da Califórnia, Gavin Newsom, referindo-se aos EUA.

O recurso sem precedentes de Trump à Lei dos Poderes Económicos de Emergência Internacional, ou IEEPA, para decretar tarifas sobre as importações agitou os mercados, alimentou as previsões de uma potencial recessão e prejudicou as relações com os parceiros comerciais estrangeiros.

O Presidente enfrenta, pelo menos, três outros desafios legais à sua cruzada tarifária, embora as principais indústrias apanhadas no fogo cruzado das tarifas tenham evitado, por enquanto, qualquer ação legal.

Duas queixas foram apresentadas por grupos conservadores de defesa jurídica em nome de pequenas empresas, e a terceira por membros da tribo Blackfeet Nation, em Montana.

Um dos casos foi apresentado no tribunal de comércio e atribuído a um painel de três juízes. Os advogados do Departamento de Justiça argumentaram que os outros dois deveriam ser transferidos dos tribunais distritais para o tribunal de comércio.

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Lucros da Netflix sobem 23,9% para 2,89 mil milhões de dólares

  • Lusa
  • 18 Abril 2025

Nos primeiros três meses do ano, a Netflix registou um aumento homólogo dos lucros em 23,9%, para 2,890 mil milhões de dólares.

A Netflix apresentou hoje os números do seu desempenho trimestral, que indicam um aumento homólogo dos lucros em 23,9%, para 2,890 mil milhões de dólares, e das receitas em 12,5%, para os 10,543 mil milhões.

Para o segundo trimestre do ano, a empresa antecipa um aumento das receitas em 15%, para os 11,035 mil milhões, devido ao aumento de preços e de assinantes da plataforma.

Para o conjunto do ano, a previsão é de aumento das receitas para o intervalo entre 43,5 e 44,5 mil milhões de dólares.

A plataforma está a beneficiar do boom da série britânica ‘Adolescence’, que se converteu na terceira produção em Inglês mais popular da história, com 124 milhões de visualizações.

“Contamos com uma enorme audiência, estimada em mais de 700 milhões de pessoas, das quais mais de dois terços residem fora dos EUA”, detalhou a empresa, no comunicado de divulgação dos resultados.

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Medina acusa MP de “reforçar a publicidade” a denúncias anónimas arquivadas em 2024

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

O Ministério Público não deveria ter contribuído para reforçar a publicidade às denúncias anónimas através de uma denominada 'investigação preventiva'", escreve Fernando Medina.

O ex-ministro das Finanças Fernando Medina criticou esta quinta-feira a abertura de uma averiguação preventiva na qual é visado o secretário-geral do PS, acusando o Ministério Público de “reforçar a publicidade” a denúncias anónimas arquivadas em 2024.

“Face à antiguidade das notícias (2023) e da profundidade dos esclarecimentos então produzidos, o Ministério Público não deveria ter contribuído para reforçar a publicidade às denúncias anónimas através de uma denominada ‘investigação preventiva'”, escreve Fernando Medina.

Num texto publicado na rede social Facebook, o ex-ministro questiona a decisão do MP, sobretudo a confirmar-se a notícia avançada esta quinta pelo canal Now de que, em 2024, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto arquivou uma denúncia anónima referente aos mesmos factos. Fernando Medina deixou ainda críticas aos adversários políticos que, “a coberto de denúncias anónimas”, aproveitaram o caso para atacar Pedro Nuno Santos.

O Ministério Público (MP) confirmou, na quarta-feira, a abertura de uma averiguação preventiva na qual é visado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. “Na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos, o Ministério Público determinou a abertura de uma averiguação preventiva”, referiu fonte oficial da PGR à Lusa, sem adiantar mais detalhes sobre o caso.

Segundo o jornal “Observador”, que avançou a notícia, em causa estão suspeitas relacionadas com a aquisição de um imóvel em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo. A averiguação preventiva “corre termos” no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual é investigada a criminalidade económico-financeira mais complexa.

Hoje, a documentação prometida pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, sobre a compra das suas duas casas foi publicada no ‘site’ da campanha, estando disponíveis escrituras, contratos, cadernetas prediais ou notificações sobre IMI.

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