Lucros da Media Capital cresceram nove milhões em ano de liderança de audiências

Os lucros da Media Capital aumentaram em ano de liderança de audiências. As receitas com publicidade cresceram 7%, atingindo os 105,5 milhões de euros.

A dona da TVI e da Plural fechou o último ano com um resultado líquido de 9,26 milhões de euros, um aumento de cerca de nove milhões face aos 319 mil euros de lucro registados em 2023.

Os rendimentos operacionais da Media Capital cresceram 17% para os 176,9 milhões, com o grupo liderado por Pedro Morais Leitão a destacar um crescimento de 7% ao nível das receitas publicitárias, atingindo os 105,5 milhões, “devido ao aumento do investimento publicitário, tanto nos canais generalistas como nos canais temáticos”.

“Apesar do crescimento da atividade, os gastos operacionais ajustados mantiveram-se controlados, atingindo 152,5 milhões de euros. Assim, o EBITDA ajustado alcançou os 24,4 milhões, um aumento de 14 milhões face a 2023, resultando numa margem de EBITDA ajustado de 13,8%”, escreve o grupo no comunicado enviado na tarde desta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Estes gastos operacionais excluídos de amortizações, depreciações, provisões e reestruturações evidenciam um aumento de 9% face ao período homólogo, “resultado do investimento associado ao lançamento de um novo canal (V+TVI), assim como do investimento na qualidade e inovação da produção audiovisual, que permitiram ao grupo tornar-se parceiro de referência da Prime Video para Portugal”, acrescenta.

Já a dívida líquida “manteve-se dentro das expectativas” da Media Capital, que terminou o ano com um endividamento líquido de 29,3 milhões de euros, num aumento de 8,9 milhões. O investimento, por sua vez, cifrou-se em 9,1 milhões de euros, “resultado da estratégia de modernização e inovação que o grupo tem vindo a concretizar”.

A Media Capital destaca ainda que a TVI, o seu canal free to air, terminou 2024 na liderança da televisão em Portugal, tendo ocupado a primeira posição em dez dos doze meses do ano. A estação somou um share de 15,1%, superando os 14,3% e os 10,9% conquistados pelos dois concorrentes da televisão generalista nacional.

No ano passado, o grupo distribuiu pelos acionistas dividendos no montante aproximado de 10,6 milhões de euros, dos quais 3,5 milhões foram aprovados em 2023.

Também em 2024, recorde-se, a Media Capital recebeu dez milhões de euros do acionista da Nowo, como indemnização por este ter cancelado a venda da operadora.

Apesar de o ano de 2024 ter “consolidado a posição do Grupo Media Capital no panorama audiovisual”, o grupo refere que não se pode ignorar que “o mercado de media se encontra em constante mutação”. Seja pela diversidade de oferta de streaming e conteúdos on demand, pela pressão de novos operadores no mercado ou pela exigência do público, a capacidade de adaptação a novas formas de consumo será determinante para o crescimento do Grupo Media Capital nos próximos anos“, aponta.

Como objetivos internos, o grupo aponta a manutenção da liderança da TVI, o crescimento do V+ TVI, o investimento em mais coproduções no segmento de produção e a impulsão de novas práticas no digital.

“Em 2025, começaremos a recolher os frutos das mudanças estruturais que temos vindo a implementar”, onde se inclui a transição para uma frota de serviço elétrica, assim como a mudança da Plural para a nova sede do Grupo, batizada de “Media City”, em 2026, ao que se seguirá a mudança da própria TVI.

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Altri mais que duplica lucros para 107,2 milhões em 2024

Preços e procura da pasta produzida através de eucalipto levou a papeleira a registar receitas de 855,3 milhões de euros no ano passado, o que corresponde a uma subida homóloga de 8,5%.

O grupo Altri, que detém as empresas Biotek, Caima e Celbi, mais que duplicou os lucros para os 107,2 milhões de euros em 2024. O resultado líquido da papeleira aumentou 150,6% em relação aos 42,8 milhões de euros registados em 2023.

As receitas totais da empresa de pasta e papel cresceram 8,5%, em termos homólogos, para 855,3 milhões de euros, devido à “evolução positiva” dos preços da pasta hardwood (produzida através de eucalipto) causada por “uma procura global mais favorável no conjunto do ano”, informa o relatório financeiro publicado esta quinta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo a Altri, a procura de fibras celulósicas, como a hardwood, foi positiva nos principais mercados: na Europa Ocidental apresentou um crescimento de 13%, na Europa de Leste de 17,8% e na América do Norte de 10,6%. Só na China caiu (-5,7%).

Nessa lógica, a produção de fibras celulósicas foi de 1.075,6 mil toneladas, mais 1,4% em comparação com 2023. “As vendas ficaram em linha com o valor registado no ano anterior, situando-se em 1.078,8 mil toneladas, das quais 91% destinadas aos mercados externos”, detalha a Altri, no comunicado publicado pela CMVM.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou a dois dígitos (+59%) para os 218,3 milhões de euros, correspondendo a uma margem EBITDA de 25,5%. Por outro lado, o investimento caiu para metade (30 milhões de euros) dos 60,7 milhões de euros em 2023, um ano marcado pelo investimento na nova caldeira de biomassa (considerando a nova turbina) da fábrica da Caima, em Constância.

Pasta solúvel, para indústria têxtil, destaca-se na produção

Indicadores operacionais (2024)

 

A pasta solúvel [DP], cuja procura também teve um acréscimo (+6,3%) em 2024 é utilizada principalmente na Ásia, região que representa a maioria (85%) da procura global. “Além de um nível de volatilidade reduzido, os preços da DP mantêm uma tendência positiva, subindo 7% em 2024 ao comparar com 2023”, assinala ainda a Altri.

A dívida líquida baixou 143 milhões de euros num ano para os 213,6 milhões de euros, fazendo com que o rácio dívida/EBITDA se fixasse agora em 1x.

O ano de 2024 ficou marcado por alguma volatilidade nos mercados internacionais, com ciclos cada vez mais rápidos, aos quais a Altri se procura ajustar, salvaguardando a sua rentabilidade, quer através de uma gestão ativa de produção e de stocks, quer através da implementação de planos de geração de eficiência operativa em todas as nossas unidades industriais”, comentou o CEO da Altri, José Soares de Pina.

No final de 2024, o grupo Altri geria cerca de 100,9 mil hectares de floresta.

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Turismo do Algarve vai captar mais turistas aos Estados Unidos, apesar do contexto de incerteza

Turismo do Algarve avança com ação de charme nos Estados Unidos em parceria com a SATA Azores Airlines e a United Airlines, para trazer mais turistas à região.

Praia do Vale de Centeanes, Algarve25 novembro, 2024

Com o objetivo de atrair cada vez mais turistas norte-americanos para a região algarvia e fortalecer relações comerciais com os Estados Unidos, o Turismo do Algarve vai, de 25 a 27 deste mês, lançar uma operação de charme em Boston e em Nova Iorque. “Apesar da atual conjuntura internacional e das incertezas em torno das políticas económicas dos EUA”, o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, diz estar “confiante no potencial crescimento deste mercado” na região.

André Gomes baseia-se num estudo divulgado em dezembro pela United States Tour Operators Association, que aponta Portugal como o segundo país no mundo que os turistas norte-americanos mais querem visitar em 2025.

O que vem dar ainda mais força ao desígnio de reforçar o posicionamento do Algarve junto deste mercado, que acredita estar em franco crescimento, atraído pelos trunfos praia, golfe e natureza. Segundo André Gomes, “os visitantes deste país valorizam experiências autênticas e exclusivas, e procuram na região algumas das melhores praias e campos de golfe da Europa, além de uma oferta diferenciada em gastronomia, vinhos, cultura e turismo de natureza”.

A expansão das ligações aéreas, diretas e indiretas, que ligam os EUA à nossa região representa assim uma oportunidade estratégica para consolidarmos este interesse e atrairmos ainda mais visitantes.

André Martins

Presidente do Turismo do Algarve

Aliás, aponta, “os EUA já são o sétimo mercado externo mais relevante para o Algarve”. Só em 2024, os turistas norte-americanos ultrapassaram as 500 mil dormidas na região, representando um crescimento de 13% em relação a 2023. Verificou-se igualmente uma evolução positiva no número de hóspedes, que atingiu os cerca de 200 mil, o que se traduziu num aumento de 10,4% quando comparado com 2023.

Razões de sobra para o Turismo do Algarve avançar com esta ação de charme nos Estados Unidos. A entidade regional não vai sozinha: conta com a parceria da SATA Azores Airlines e da United Airlines nesta iniciativa. “A expansão das ligações aéreas, diretas e indiretas, que ligam os EUA à nossa região representa, assim, uma oportunidade estratégica para consolidarmos este interesse e atrairmos ainda mais visitantes”, sublinha este responsável.

Além de contribuírem para o reforço do posicionamento do Algarve junto deste mercado, estas ações em Boston e Nova Iorque também serão “momentos-chave para criar negócios e fortalecer relações comerciais que favoreçam um fluxo turístico sustentável e crescente ao longo dos próximos anos”, detalha.

André Gomes, Presidente da Região Turismo do Algarve FOTO: VASCO CÉLIO/STILLS

A primeira ação acontece a 25 de março, em Boston, com um workshop organizado em parceria com a SATA Azores Airlines, para promover as rotas que ligam os aeroportos Logan (Boston) e JFK (Nova Iorque) a Faro, via Ponta Delgada, uma conexão vista como estratégica para aproximar o Algarve do mercado norte-americano.

A 27 de março, já em Nova Iorque, acontece a segunda ação, mas desta vez em colaboração com a United Airlines e o Turismo da Madeira, para destacar as recentes ligações diretas desta companhia aérea para Faro e Funchal.

De olhos postos no mercado norte-americano, o Turismo do Algarve vai, igualmente, participar no evento SMU International, em Nova Iorque.

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Município de Santo Tirso leva educação ambiental às escolas

Alunos de Santo Tirso estão a aprender procedimentos de combate ao desperdício de recursos, com vista a preservar o ecossistema e atenuar a poluição ambiental.

Com o objetivo de aumentar os índices de reciclagem e de economia circular, a Câmara Municipal de Santo Tirso e a SUMA – Serviços Urbanos e Meio Ambiente dinamizaram mais de meia centena de sessões do projeto “Dar a Volta!” junto de 2.250 crianças do 1.º ciclo do ensino básico.

Sob mote “Dar a Volta”, a campanha com sessões de educação ambiental, dinamizadas nas escolas do concelho, visa envolver toda a população em torno da necessidade de atenuar a poluição ambiental e preservar o ecossistema.

Nas ações os alunos aprenderam alguns procedimentos de combate ao desperdício de recursos, “através do encaminhamento de materiais com potencial de valorização para reciclagem”, detalha o município de Santo Tirso num comunicado.

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Raize reforça montante mínimo de fundos próprios após multa do Banco de Portugal

  • Lusa
  • 20 Março 2025

O Banco de Portugal “instaurou um processo contraordenacional sumaríssimo contra a Raize", que resultou numa multa de 70 mil euros.

A Raize vai reforçar o montante mínimo de fundos próprios, que desceu dos 125 mil euros que lhe são aplicáveis, depois de lhe ter sido aplicada uma multa de 70 mil euros pelo Banco de Portugal (BdP).

De acordo com um comunicado da Raize – Instituição de Pagamentos, divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a sociedade irá apresentar uma proposta para regularizar esta situação, na assembleia-geral (AG) de 31 de março.

A empresa lembrou que o BdP “instaurou um processo contraordenacional sumaríssimo contra a Raize, que culminou, em 10 de dezembro de 2024, numa decisão na qual condenou a sociedade ao pagamento de uma coima de 70.000 euros”.

A Raize já tinha adiantado, num comunicado esta quarta-feira, que na sequência de auditorias realizadas nas suas instalações em janeiro e junho de 2020, “foram detetadas pelo Banco de Portugal evidências de desconformidades nos mecanismos internos da sociedade destinados a assegurar a gestão de riscos, o controlo interno e a prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo”.

No entanto, “de acordo com a decisão do Banco de Portugal não foram identificados quaisquer indícios de prejuízos causados a terceiros ou intenção da Raize de obter de benefícios, para si ou outrem, não foram identificados quaisquer atos de ocultação e não foi identificado qualquer perigo ou dano ao sistema financeiro ou à economia nacional”, ressalvou a sociedade.

Esta quinta-feira, a empresa indicou que a sua administração executiva “veio requerer o pagamento faseado da coima em 2 prestações mensais e sucessivas, no montante de 35.000 euros cada uma, o que foi deferido pelo Banco de Portugal”.

De acordo com o comunicado, em resultado da aplicação da coima “o montante de fundos próprios da Raize passou a ser de 115.952 euros, verificando-se que tal montante é inferior ao montante mínimo de fundos próprios requerido para as instituições de pagamento nos termos do n.º 1 do artigo 50.º do Regime Jurídico dos Serviços de Pagamento e da Moeda Eletrónica que no caso da Raize é de 125.000 euros”.

A empresa lembrou que “a detenção de fundos próprios abaixo dos limites legalmente exigidos importa potenciais consequências especialmente gravosas para a Raize”, incluindo a revogação da autorização do Banco de Portugal.

Por isso, a acionista Flexdeal – SIMFE, S.A. “disponibilizou à Raize créditos por suprimentos”, sendo que a “conversão de uma parte dos referidos suprimentos, no montante de 10.000 euros, em prestações acessórias de capital sujeitas ao regime das prestações suplementares” é “apta a regularizar o montante mínimo de fundos próprios da Raize para um total de 125.952 euros”.

A empresa disse ainda que “apresentou junto do Banco de Portugal pedido de autorização para inclusão de instrumentos nos fundos próprios, condição necessária para efetuar a referida conversão”. Na quarta-feira, a Raize adiantou que, no âmbito desta multa do BdP, tinha abandonado um possível processo contra dois ex-administradores, que tinha originalmente incluído na agenda da AG.

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Concorrência aprova compra da Troiaresort e da Aqualuz Troia pela Arrow

  • Lusa
  • 20 Março 2025

A ACO Ceder, detida pelo grupo Arrow, tinha notificado a Autoridade de Concorrência a 26 de fevereiro da intenção de adquirir a Troiaresort e da Aqualuz Troia.

A Autoridade da Concorrência (AdC) deu ‘luz verde’ à compra da Troiaresort e da Aqualuz Troia por parte da empresa ACO Cedar, que é detida pelo grupo Arrow.

A ACO Ceder notificou a AdC em 26 de fevereiro da intenção de adquirir a Troiaresort e da Aqualuz Troia, que operam na área da gestão de projetos turísticos e imobiliários.

A empresa tem sede no Luxemburgo e faz parte do Grupo Arrow, que em Portugal se dedica à gestão de créditos vencidos e de cobrança duvidosa, a investimentos no setor imobiliário, incluindo através da Norfin e da Whitestar, à exploração de empreendimentos de alojamento turístico e de campos de golfe, e à produção e comercialização de pavimentos e revestimentos cerâmicos, segundo explica a AdC.

A atividade da Troiaresort e da Aqualuz Troia inclui o desenvolvimento, a exploração e a gestão de vários empreendimentos turísticos, incluindo hotéis, apartamentos, moradias, um campo de golfe, a marina de Tróia, concessões de transporte marítimo, apoios balneares e apoios de praia.

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Barragens do Algarve com quase 80% e água para quase três anos de consumo

  • Lusa
  • 20 Março 2025

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente avisa, no entanto, que "não faz sentido usar a água" para "regar golfe, nem jardins".

As barragens do Algarve estão em média a 79% da sua capacidade total de armazenamento, depois das últimas chuvas, o que significa “quase três anos de consumo” da região, segundo o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente.

“Esta situação permite-nos trabalhar com alguma tranquilidade na execução dos projetos em curso para dar maior resiliência à região”, disse Pimenta Machado à agência Lusa. Estes números ainda não tomam em conta a passagem esta semana da depressão Martinho, que provocou “mais vento do que chuva”.

O responsável da APA sublinhou a necessidade de nos próximos anos a região se manter focada em executar os projetos já em curso, como combater as perdas de água na atual rede de distribuição ou acelerar o processo de passar a usar a água das ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais) para regar os campos de golfe e os jardins.

“Isto é uma questão fundamental. Não faz sentido usar a água que nós temos para regar golfe, nem jardins”, insistiu Pimenta Machado.

O presidente da APA também referiu os projetos em curso de reforço do armazenamento de água, como o da construção da central de dessalinização no concelho de Albufeira e a obra de captação de água no Pomarão, no concelho de Mértola (Alentejo), e a construção de uma conduta até à albufeira de Odeleite, no concelho de Castro Marim (Algarve).

Quanto ao Barlavento (oeste) algarvio, está a ser estudada uma ligação, via Santa Clara, no Alentejo, “para dar uma maior resiliência” a esse lado do Algarve. Outros projetos em curso incluem o estudo da eventual construção da barragem de Alportel ou do projeto para a nova barragem de Foupana.

“O Algarve neste momento está muito mais tranquilo, mas é neste momento em que está mais tranquilo que temos de tomar boas decisões para nos prepararmos para os anos futuros”, disse o presidente da APA. Pimenta Machado referiu que o Algarve armazenou nos últimos meses mais 200 hectómetros cúbicos de água em comparação com o ano passado, tendo agora reservas para “quase três anos”.

Quanto às barragens que até há pouco tinham menos água, a da Bravura está agora a 49% da sua capacidade, quando em dezembro estava a 11%, e a do Arade com 58%, quando há poucos meses era a única do país abaixo dos 10%, referiu o dirigente da APA. Pimenta Machado adiantou ainda que devem ser suspensas “muito em breve as descargas preventiva” feitas nos últimos dias nas barragens de Odeleite (97%) e Beliche (92%).

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Mota-Engil vai construir terminal de águas profundas na República Democrática do Congo

Empresa liderada por Carlos Mota Santos formalizou um acordo com a multinacional DP World esta quinta-feira no Dubai. O novo contrato tem um valor de 230 milhões.

A Mota-Engil assinou esta quinta-feira no Dubai um acordo de entendimento com a gigante da logística DP World para a construção de um novo terminal de contentores e carga no Porto de Banana, na República Democrática do Congo. A parceria foi rubricada pelo CEO da construtora portuguesa, Carlos Mota Santos, e o presidente da multinacional do emirado, Sultan Ahmed bin Sulayem.

O contrato, com uma “duração estimada de 24 meses”, tem um “valor de cerca de 230 milhões de euros”, avançou a empresa entretanto ao mercado, através de comunicado divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Em causa está um acordo para trabalhos de dragagem que permitirão melhorar a navegação até à nova linha de atracação, num cais que terá um comprimento total de 600 metros para conseguir receber os maiores navios do mundo, dos quais 400 metros serão para movimentação de contentores e 200 metros para carga geral. Ou seja, um porto de águas profundas.

Ademais, será desenvolvida uma área só para a movimentação de contentores, numa primeira fase com capacidade anual para 450 mil TEU (Twenty-foot Equivalent Units ou unidade de espaço ocupada por contentores) – embora esteja previsto expandir – e um acesso rodoviário de ligação à infraestrutura rodoviária existente, como novos edifícios portuários, oficinas e comodidades.

“Depois de termos desenvolvido a construção de um projeto para a DP World no Peru, a parceria que hoje estabelecemos para um novo projeto na República Democrática do Congo, revela o reconhecimento e a confiança que um dos maiores operadores portuários a nível mundial tem na Mota-Engil para a execução de um projeto para o qual temos todas as competências técnicas e a capacidade para a sua execução”, comenta o CEO da Mota-Engil, Carlos Mota Santos.

De facto, não é a primeira vez que a Mota-Engil entra em projetos deste género para a DP World. Em 2021, o contrato foi de 200 milhões de dólares (aproximadamente 184 milhões de euros) para desenho e construção da segunda fase de expansão do Porto de Callao, no Peru.

Integrando trabalhadores locais, será um exemplo de sustentabilidade e promoção do desenvolvimento económico a longo prazo deste país [Congo] que carece de uma infraestrutura moderna como a que nos propomos executar”, acrescenta o CEO da Mota-Engil.

O Banana Port é um projeto transformador que irá remodelar o panorama do comércio e da logística da República Democrática do Congo. Ao estabelecer uma parceria com a Mota-Engil, estamos a assegurar que esta infraestrutura de classe mundial é construída de acordo com os mais altos padrões, promovendo o crescimento económico e criando oportunidades para o povo congolês”, referiu Sultan Ahmed bin Sulayem, chairman e CEO da DP World, sublinhando que o projeto vai transformar o comércio e a economia da RDC – que hoje está em conflito na fronteira com o Ruanda – para as próximas gerações.

(Notícia atualizada às 18h28 com informação enviada ao mercado)

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Fadiga e falta de interesse fazem cair consumo de notícias online

  • Lusa
  • 20 Março 2025

Apesar da maior falta de interesse pelas notícias online ter sido identificada entre os mais jovens, as restantes faixas etárias também registaram quedas no interesse.

A fadiga, a falta de interesse e a falta de representatividade das notícias são alguns do motivos que explicam o declínio geral no consumo de notícias online, segundo o relatório da Universidade de Oxford e da Reuters Institute.

De acordo com o relatório, “houve um declínio no interesse entre todos os grupos ao longo do tempo”, mas a queda mais acentuada centra-se nos jovens com idades entre os 18 e 24 anos.

Nesta faixa etária, entre 2015 e 2024, o interesse pelas notícias entre os jovens licenciados passou dos 71% em 2015 para os 56% em 2024, sendo que entre os jovens não licenciados as percentagens passaram de 63% em 2015 para 44% em 2024.

Apesar da maior falta de interesse pelas notícias ter sido identificada entre os mais jovens, as restantes faixas etárias também registaram quedas.

Na faixa etária entre os 25 e 34 anos, a percentagem passou de 63% em 2015 para 39% em 2024; entre os 35 e 44 anos, passou dos 65% para 43%; entre 45 e 54 anos, passou de 69% para 48%; e nas pessoas com mais de 55 anos passou de 74% para 56%.

Neste sentido, a diminuição do interesse pelas notícias online pode ser justificada, segundo o estudo, pelo facto de as notícias serem dominadas por “desgraças e tristeza”, sendo esta uma das principais razões para evitar a informação, em conjunto com uma sensação de fadiga e sobrecarga.

Além disso, “as pessoas estão fartas de notícias políticas, em particular“, sentindo-se “sobrecarregadas e bombardeadas pela quantidade da cobertura, grande parte negativa“.

Neste sentido, esta tendência pode ser justificada pela falta de confiança nas notícias, pelo facto de o seu consumo exigir muito esforço, nomeadamente em notícias consideradas de interpretação “difícil, chato, tedioso e trivial”.

O relatório destaca também a falta de interesse genuíno para o consumo de notícias, bem como o stress do dia-a-dia, fazendo com que muitas pessoas “não tenham tempo ou energia para consumir notícias porque estão sobrecarregadas, cansadas e têm coisas mais importantes para fazer”.

O estudo alerta ainda para a necessidade de reverter esta tendência, o que é possível através de uma restruturação dos media e na sociedade em geral, para que as notícias sejam vistas como um bem social.

A elaboração deste relatório teve como base os dados do Digital News Report 2024 e inclui um grupo de 17 países, entre os quais Portugal.

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Produção de energia eólica no país atinge novo máximo histórico. Tempestade Martinho impulsiona

  • Lusa
  • 20 Março 2025

A produção eólica registada na quarta-feira abasteceu 56% do consumo de eletricidade que se verificou no país.

A produção de energia eólica atingiu novos máximos históricos na quarta-feira, alcançando os 112,4 gigawatts-hora (GWh), com a depressão Martinho a permitir uma nova potência eólica máxima de 5.080 megawatts (MW), informou a REN.

Na quarta-feira, “a produção total diária atingiu os 112,4 GWh, batendo os 110,3 GWh registados a 24 de novembro de 2024“, adiantou a REN — Redes Energéticas Nacionais, em comunicado, avançando também que “a depressão Martinho permitiu ainda uma nova potência eólica máxima de 5.080 MW, às 12:15, ultrapassando os 5.034 MW obtidos às 13:45 de 29 de fevereiro de 2024”.

Segundo a REN, a produção eólica registada na quarta-feira abasteceu 56% do consumo de eletricidade que se verificou no país. Já a totalidade da produção renovável foi responsável pelo abastecimento de 92% das necessidades de energia elétrica.

Desde o início do ano, a produção renovável representa 79% do consumo nacional repartida pela hídrica com 39%, a eólica com 28%, a solar com 7% e a biomassa com 5%.

 

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Liberais dividem-se. Tribunal Constitucional aceita novo partido

Está criado o Partido Liberal Social pela mão de José Cardoso, ex-militante da IL. A nova força partidária deverá fazer parte dos boletins de voto nas eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.

Há uma cisão oficial dos liberais. O Tribunal Constitucional aceitou, na semana passada, a criação do novo Partido Liberal Social (PLS) pela mão de João Cardoso, que saiu da Iniciativa Liberal (IL) há mais de um ano depois de ter perdido a corrida à liderança da IL contra Rui Rocha e Carla Castro, na convenção de janeiro de 2023.

“Fomos, dia 11 de março 2025, aceites como Partido Político em Portugal”, lê-se num comunicado publicado página oficial do PLS. A aprovação acontece no dia em que o Parlamento chumbou a moção de confiança que ditou a queda do Governo e a convocação de eleições antecipadas.

A criação do PLS já tinha sido recusada duas vezes pelo Tribunal Constitucional (TC) por falta de assinaturas válidas. Agora, a cerca de dois meses das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, a formação do partido foi aprovada, avança a SIC Notícias e o Público.

O PLS torna-se agora na 24.ª força partidária no ordenamento político nacional e deverá constar já nos boletins de votos das eleições de maio.

Em setembro, quando iniciou o processo de legalização do partido, José Cardoso garantiu que o PLS visa responder ao que considera ser a ausência de um partido defensor do liberalismo social no cenário político português, afirmando que não se posiciona “nem à esquerda nem à direita” porque tal caracterização está “fora de moda”.

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Mau tempo. Cerca de 18 mil clientes continuavam sem eletricidade às 14:00

  • Lusa
  • 20 Março 2025

Os distritos de Leiria e de Coimbra são os mais afetados. A situação pior ocorreu pela 01:00, quando 185 mil clientes ficaram sem luz devido aos estragos na rede elétrica.

Cerca de 18 mil clientes fornecidos pela E-Redes – Distribuição de Eletricidade continuavam às 14:00 sem energia devido aos efeitos do mau tempo, sobretudo nos distritos de Leiria e Coimbra, revelou esta quinta-feira a empresa.

Segundo a distribuidora elétrica, a situação pior ocorreu pela 01:00, quando 185 mil clientes ficaram sem luz devido aos estragos na rede elétrica, mas o número de instalações afetadas tem vindo progressivamente a ser reduzido e, pelas 14:00, eram 18 mil os clientes que continuavam sem energia. Os distritos de Leiria e de Coimbra eram os mais afetados nessa altura.

A E-Redes está a utilizar cerca 40 geradores para “minimizar o impacto imediato associado a avarias com reparações mais demoradas”.

Na sequência das previsões de mau tempo, a empresa assegurou que ativou o seu Plano Operacional de Atuação em Crise na quarta-feira, colocando “todo o dispositivo operacional dedicado ao estado de alerta em vigor, em estreita articulação com a Proteção Civil e demais autoridades”.

No terreno estão mobilizados 800 operacionais, acrescentou. A passagem da depressão Martinho em Portugal continental, com vento, chuva e agitação marítima, provocou um total de 5.800 ocorrências entre as 00:00 de quarta-feira e as 11:00 desta quinta, sobretudo queda de árvores, revelou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

A maior incidência da depressão foi na área da Grande Lisboa (35%), seguindo-se Setúbal, Porto e Coimbra, provocando 15 pessoas desalojadas e 13 deslocadas.

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