FESAP defende aumentos em 2017 e Frente Comum acusa Costa de faltar à palavra

A FESAP quer aumento para salários inferiores a 630 euros. Já a Frente Comum acusa governo de faltar a uma promessa do programa eleitoral.

Em entrevista hoje publicada no jornal Público, o primeiro-ministro, António Costa, disse que a reposição de salários da função pública fica concluída este mês, mas que só em 2018 está previsto retomar as “atualizações” e “encarar questões de fundo relativamente às carreiras”. As reações não se fizeram esperar: esta segunda-feira de manhã a FESAP e a Frente Comum criticaram as declarações do primeiro-ministro.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) salientou que os trabalhadores estão “dispostos a protestar e a lutar para sensibilizar o primeiro-ministro”. “Seria uma injustiça tão grande se não se verificassem aumentos salariais. A FESAP percebe que pode haver por parte do Governo dificuldades em aumentar todos de igual forma, por isso, consideramos que devem ser corrigidos os salários mais baixos, abaixo dos 630 euros”, disse.

"Como existe uma preocupação, uma sensibilidade do Governo em manter, procurar melhorar o rendimento das famílias, particularmente dos que ganham menos, seria uma injustiça gritante se houvesse aumento de pensões e isso não se verificasse para os que estão no ativo e ganham menos de 630 euros”

Jorge Nobre dos Santos

Secretário-geral da FESAP

A FESAP considerou que se o Governo teve sensibilidade para aumentar no próximo ano as pensões, deve também fazê-lo para os salários mais baixos.

A mesma crítica é feita pela coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública: não faz sentido mais um ano sem aumentos, acusando o governo de não cumprir uma promessa. Ana Avoila considerou ser “muito mau” que o Governo siga este caminho, mas mostrou-se esperançada em que o executivo seja “sensível” à matéria e reveja a sua posição.

“Começamos mal quando o Governo põe no seu programa eleitoral algumas coisas que depois não cumpre. Porque os trabalhadores da função pública, desde 2009, que não têm aumentos salariais e desde 2005 que não têm mudança de escalão na carreira profissional”, recordou, em declarações à Lusa, Ana Avoila.

Na entrevista ao Público, o primeiro-ministro afirmou que as atualizações dos salários na função pública só poderão ocorrer em 2018 e admitiu nova tributação indireta no Orçamento do Estado para o próximo ano.

“Concluímos agora, no mês de outubro, a reposição integral dos salários. Significa que em 2017 os funcionários públicos ganharão durante 14 meses o que ganharam só durante três meses deste ano. É sabido que o nível de inflação está baixo e que em 2018 temos previsto retomar as atualizações, bem como encarar as questões de fundo relativamente às carreiras”, disse António Costa ao Público.

(Atualizado às 11:30 com reação da Frente Comum.)

Editado por Mariana Araújo Barbosa

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