Isabel dos Santos aceita proposta de Ulrich e passa a controlar BFA

A empresária angolana já tinha dado sinais de que iria aprovar a operação. Isabel dos Santos assegura o controlo do banco angolano por 28 milhões de euros.

Isabel dos Santos, como se esperava, aceitou a proposta do BPI para resolver o problema dos riscos elevados a Angola, uma exigência do BCE, e vai passar a deter o controlo do BFA, anunciou o banco liderado por Fernando Ulrich à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No comunicado o BPI dá conta de que a “Unitel deu o seu acordo à operação relativa ao Banco de Fomento de Angola (BFA) que foi proposta através da carta que divulgou ao mercado no passado dia 20 de Setembro.”

A proposta do BPI passa pela venda de 2% do capital do BFA, por 28 milhões de euros, o que conduzirá a que as participações do Banco BPI e da Unitel passem a ser respetivamente de 48,1% e de 51,9%.

Em troca, o BPI exigia a desblindagem dos estatutos do banco, o que acabou por acontecer no dia 21 de setembro, na assembleia geral de acionistas que teve lugar em Serralves e o pagamento de 66 milhões de euros de dividendos do BFA relativos a 2014 e 2015, bem como o pagamento de 27 milhões de euros em dívida por parte da Unitel relativamente à compra da instituição angolana. Estas duas premissas têm que ocorrer até 9 de dezembro.

A operação fica ainda dependente das respetivas autorizações dos reguladores português e angolano, e da aprovação em assembleia geral do BPI.

No comunicado pode ainda ler-se que “o novo acordo parassocial entrará em vigor na data em que se concretize a transmissão para a Unitel da participação de 2% do capital social do BFA objeto da operação acima descrita, sem prejuízo da entrada em vigor imediata de algumas regras em matéria de composição dos órgãos sociais do BFA”.

Estão reunidas as condições para que ambas as instituições, o BPI e o BFA, consolidem a sua posição nos mercados português e angolano, contribuindo para o crescimento das economias de ambos os países.

Isabel dos Santos

A empresária angolana já tinha dado sinais de que iria aceitar a proposta apresentada pela administração do BPI, na primeira declaração oficial que fez sobre o tema no dia a seguir à assembleia geral em que deixou passar a desblindagem dos estatutos Isabel dos Santos afirmou : “estão reunidas as condições para que ambas as instituições, o BPI e o BFA, consolidem a sua posição nos mercados português e angolano, contribuindo para o crescimento das economias de ambos os países”.

De resto, Isabel dos Santos tinha já demonstrado a pretensão de adquirir o controlo do BFA, tendo mesmo formalizado uma proposta para a compra de 10% do BFA ao BPI por 140 milhões de euros, exatamente o mesmo preço que vigora agora na compra dos 2%. Na altura a proposta foi rejeitada pelo BPI.

Apesar do aval da empresária à operação, esta não tornou ainda público o que irá fazer com a participação de 18,6% que detém no BPI. A desblindagem dos estatutos deu luz verde à OPA do CaixaBank sobre o BPI, mas a empresária fez saber, através de declarações de Mário Silva, seu braço direito em Portugal, ao Expresso que ainda não tinha tomado uma decisão sobre se iria vender ou manter-se no capital do banco.

 

 

 

 

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