Fat Tax: Coca-Cola trava investimento
Estava planeada a expansão da unidade de produção de Azeitão, mas a nova taxa suspendeu o projeto avaliado em 40 milhões de euros.
A European Partners Portugal, que detém a fábrica da Refrige, tinha planeada a expansão da unidade de produção de Azeitão. Era uma obra de ampliação de 28 mil metros quadrados avaliada em 40 milhões de euros, mas já não vai avançar, diz o Expresso. A culpa é da fat tax que vai ter impacto no consumo de refrigerantes.
A fábrica de Azeitão engarrafa 800 mil litros por dia e 192 milhões por ano, entre Coca-Cola, Fanta, Sprite e outras bebidas do grupo. A capacidade máxima de produção está em 250 milhões de litros num espaço de 265 mil metros quadrados. A ideia era aumentar o espaço em 28 mil metros, mas esse projeto foi suspenso à aguardar os efeitos da fat tax prevista no Orçamento do Estado para 2017.
“Ainda nos falta muita informação, apesar de que confiamos que a proposta de lei seja modificada para minimizar o impacto social e económico deste cenário. Neste contexto, seria irresponsável fazer qualquer suposição sobre o impacto na atividade produtiva ainda que esteja claro que terá um impacto negativo, diz Andrés Curbelo, diretor da Coca-Cola em Portugal, ao Expresso.
Alvo da fat tax
Andrés Curbelo refere que dos 192 milhões de litros que são produzidos por ano na fábrica de Azeitão, 72% é para consumo interno. E que a Coca-Cola tem 30% de quota nos refrigerantes em Portugal, pelo que será o principal alvo deste novo imposto que faz mira às bebidas com elevado teor de açúcares.
“Parece razoável considerarmos um terço do objetivo da receita fiscal que tudo indica ser de 80 milhões de euros “. Com o IVA a 23%, a Coca-Cola representa entre 30 e 40 milhões da receita fiscal, nota o responsável.
Sensível ao preço
A fatura mais pesada para a Coca-Cola será, no entanto, passada para os consumidores. O espírito do imposto indica que deve passar para o consumidor “dado que este é um modelo que o Governo considera adequado para modificar os hábitos de consumo”, mas Andrés Curbelo recusa falar já no impacto nas vendas.
“É prematuro falarmos em percentagens, pois não sabemos até que ponto esse imposto irá alterar os hábitos de consumo”, mas destaca que os preços dos refrigerantes em Portugal são muito elevados em relação ao poder de compra. “O consumidor português é muito sensível ao preço e a fidelidade da marca está condicionada ao esforço que lhes propomos”, diz o diretor da Coca-Cola em Portugal.
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