Museus: Quando a arte se torna digital

  • Leonor Rodrigues
  • 21 Novembro 2016

São muitos os museus internacionais que já se renderam às novas tecnologias. Museu do Prado, em Espanha, Van Gogh Museum, na Holanda, ou Louvre, em França, são alguns deles. E por cá?

O smartphone já faz parte da rotina da maioria das pessoas em todo o mundo. Utilizado como ferramenta de trabalho mas também para o lazer, os museus internacionais já se aperceberam da sua importância e estão a incluí-los na sua oferta para envolver mais os visitantes nas suas programações.

Louvre Museum (Paris, França), MoMa (Nova Iorque, Estados Unidos da América), Museo del Prado (Madrid, Espanha) e Van Gogh Museum (Amesterdão, Holanda). O que é que estes museus têm em comum? Todos têm aplicações móveis que permitem pesquisar obras e exposições patentes e ter acesso a notícias e áudio guias dos espaços. Algumas, como a app do Museu Van Gogh ou do Prado, têm ainda a funcionalidade de realidade aumentada. Esta tecnologia permite ao utilizador, através da câmara fotográfica do telemóvel, aceder a informações sobre a obra ou monumentos.

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E em Portugal?

Por cá são poucos os museus que estão a apostar neste género de aplicações móveis. A Fundação Serralves, o Museu SLB e o Museu da Marioneta são dos poucos que têm app disponível e gratuita, onde se pode aceder às informações sobre coleções ou horários. O Museu Nacional dos Coches também tem uma aplicação móvel interativa.

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A YourPodcast é uma empresa portuguesa que desenvolve aplicações móveis deste tipo, nomeadamente com o Museu do Oriente e Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, e com o Museu Nogueira da Silva, em Braga. No entanto, as apps não se encontram ainda disponíveis nas lojas nem há data prevista para o seu lançamento: estão, antes, disponíveis via sistema de áudio-guias que funciona por aproximação. Porquê? Porque, de acordo com a cofundadora da empresa, Marlene Ribeiro, “a comercialização dos equipamentos de áudio guias é que está a ter sucesso e a responder às necessidades, dado que a maioria dos visitantes dos museus ainda é o público sénior que não está tão familiarizado com as novas tecnologias”, explica ao ECO.

Por outro lado, a empresária afirma que há aplicações de alguns museus que não estão a ter a recetividade esperada, o que “é um bocadinho triste”. Para os museus, ao contrário do que está a acontecer no panorama internacional e noutras áreas, “ainda não chegou o tempo das aplicações móveis”, acrescenta.

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) confirma a situação. “Neste momento, a maioria dos equipamentos existentes são ainda de primeira geração”, afirma Rui Ferreira da Silva, Chefe da Divisão de Documentação, Comunicação e Informática daquela entidade.

“Os museus, palácios e monumentos tutelados pela DGPC não estão alheados da rápida evolução das tecnologias e, nomeadamente, das plataformas de comunicação com os públicos e visitantes. Há alguns museus e monumentos que possuem dispositivos para apoiar a visita, como áudio guias e disponibilização de conteúdos nas salas acessíveis através de QR Code“, acrescenta.

“Espero que muito em breve este cenário mude” até porque os sistemas de áudio-guia são “muito fáceis de utilizar e têm uma margem de erro quase mínima, servindo a população dos 8 aos 80”, refere Marlene Ribeiro.

Rui Ferreira da Silva afirma que que a “DGPC está empenhada em alargar a utilização deste tipo de funcionalidades a todos os seus museus e monumentos e a atualizar conteúdos e plataformas, de maneira a garantir funcionalidades mais atrativas para apoio à visita” e estabelece metas: “muito em breve, [a DGPC] irá iniciar procedimentos para dotar a generalidade dos equipamentos culturais sob tutela de áudio guias digitais, prevendo-se que este processo esteja ultimado até ao final de 2017”, até porque estas apps são “uma ferramenta muito importante para a divulgação de conteúdos culturais”, enriquecendo a visita do turista que se descola ao nosso país para conhecer melhor o seu património.

Notícia corrigida às 18:30 de 7 de dezembro de 2016 com a seguinte informação: No entanto, as apps não se encontram ainda disponíveis nas lojas nem há data prevista para o seu lançamento: estão, antes, disponíveis via sistema de áudio-guias que funciona por aproximação.

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