Domingues sai, mas vai definir o malparado

Nos últimos dias, o presidente cessante da Caixa reuniu-se com quadros do banco, do BCE e do Banco de Portugal para definir a política das imparidades em 2016.

António Domingues já apresentou a demissão de presidente da CGD, mas será ainda o responsável pela definição dos critérios e da estratégia de provisões do banco público, apurou o ECO. Ainda não há números, mas as provisões deverão ser superiores a mil milhões de euros em 2016.

António Domingues esteve ainda esta semana reunido com quadros da Caixa, do Banco Central Europeu e do Banco de Portugal para definir aquilo que será a política de registo de imparidades do banco público.

Ou seja, apesar de estar de saída, será Domingues a fechar um dos dossiers mais relevantes para a CGD, já que será da definição da política de imparidades que vai resultar o valor exato do dinheiro que o Estado vai injetar no banco público.

Na passado dia 18, quando comunicou as contas dos primeiros nove meses do ano, a Caixa confirmava que António Domingues e a sua equipa “têm em curso a reavaliação do valor dos ativos e de potenciais contingências da CGD e das necessidades de imparidades correspondentes, que por não estar concluída, não se encontra refletida nas contas agora divulgadas”. Este trabalho, segundo a imprensa, está a ser feito pela consultora Deloitte.

Isto significa que o impacto negativo do malparado será maioritariamente sentido nas contas do quarto trimestre. É precisamente para acomodar este impacto negativo das contas, e travar a erosão do capital, que o Estado anunciou que vai injetar 2,7 mil milhões de euros no banco do Estado, sendo que Mário Centeno já comunicou que esta operação só vai acontecer no próximo ano. Além disso, a Caixa vai beneficiar de uma transferência de ativos da Parcaixa e da transformação dos Cocos (capital contingente emprestado pelo Estado) em capital.

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