O meu Cayman anda mais que o teu

É o Porsche mais barato de todos, mas isso não significa que seja fraquinho. Não é. Até está mais potente. E em pista, o 718 Cayman ganha ainda mais vida.

Quando se pensa num Porsche potente, qual é o primeiro que vem à cabeça? O 911. E é verdade, mas há mãos para domar todos aqueles cavalos? Para o comum dos mortais… é complicado. Então e o 718 Cayman? A nova geração está cada vez mais parecida com o mítico modelo da fabricante de Estugarda. Potência? Tem cada vez mais. E já é mais que suficiente para quem procura emoções fortes atrás do volante.

Depois do Boxster, renovado logo no início do ano, mas também do Panamera, a Porsche fechou a atualização da gama com o 718 Cayman. Está com um ar mais arrojado. Está mais musculado, com duas entradas de ar de duas lâminas na lateral. E traz novos spoilers traseiros atravessados por uma linha de LED que une os novos faróis traseiros. Uma linha que brilha de cada vez que é preciso carregar no travão. Sim, é um desportivo… apesar de ser feito para andar rápido, também é preciso travar.

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E se há coisa que a nova geração faz bem é acelerar. É que os motores são novos, mais potentes. Há dois: um 2.0 e um 2.5 litros a gasolina que distinguem o 718 Cayman do Cayman S. A diferença? Um tem 300 e o outro 350 cv, sendo que ambos ganharam mais 25 cv, potência extra para apimentar a experiência de condução no circuito do dia-a-dia, mas principalmente para quando se pode libertar a cavalaria em circuito fechado.

Banda sonora a sair do escape? Check. Então quando se escolhe o modo Sport + (há um seletor de modos de condução, o Normal, o Sport ou Sport +, além de um personalizável), o som sai ainda mais apurado. Sentados confortavelmente nos bancos de pele, ajustes feitos no ecrã da nova consola central, mãos no volante e… pé no acelerador. Com um 911 a servir de guia, a entrada no Autódromo do Estoril faz-se já com as rotações em alta. E depois é pura diversão conjugada com alguns apertos no coração.

Curva à direita, trava, acelera outra vez. E prego a fundo na reta por detrás das boxes. Acelerador colado ao chão e é vez as passagens de caixa a sucederem-se em catadupa à medida que o velocímetro dispara para valores só permitidos neste tipo de asfalto. Mais curvas e… luzes a acenderem-se nos manómetros. O controlo de tração ajuda a corrigir os erros dos pilotos improvisados quando à nossa frente vão os profissionais a brincar com o 911.

Escorregadelas aqui e ali até à entrada da reta da meta. Apanhar o 911? Muito difícil. O 718 Cayman ou o S andam, mas mais só com o Sport Response. Aqueles 20 segundos de potência extra catapultam o pequeno Porsche para bem mais de 200 km/h até ao final da reta. Depois, não é preciso abrir as portas. Basta um pé firme no travão para repetir a brincadeira. Melhor, só com os pilotos do 911 ao volante. E nós à pendura. É uma experiência que vale bem a pena. Veja o vídeo!

Quatro Cayman em pista prontos para uma volta lançada em ambiente de competição. O “pace car” sai. Disparam os quatro rumo à primeira curva. A pista é larga, mas de repente fica estreita para quatro Cayman ansiosos por tomarem a dianteira. Dois 718 normais, outros dois S. O S mostra que tem mais potência, mas no fim de contas, a diferença acaba por recair na destreza de quem conduz. E, à falta de melhor palavra para os descrever: malucos. Curvas em parelha, escorregadelas que nos colam ao Porsche do lado e travagens em que os LED dos travões nos entram pela retina.

Um pequeno vislumbre do que é a velocidade para os profissionais, sendo que para eles isto é quase uma corrida de karts – estão habituados a ainda mais potência, mas também a corridas à séria. Mas que mostra que o 718 Cayman tem os argumentos necessários para quem procura uma experiência Porsche no seu dia-a-dia por valores bem mais comedidos do que se tivesse de abrir os cordões à bolsa para comprar um 911.

Enquanto o mítico modelo da Porsche custa, no mínimo, 117 mil euros, para ter o novo coupé bastam agora 63.291 euros para a versão normal (é quase metade). Os 50 cv extra já exigem 81.439 euros, sendo que ambos são mais baratos que a versão cabrio. Há uma inversão na lógica de preços do Cayman e do Boxster.

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