Presidente do Eurogrupo diz que referendo não muda situação económica de Itália
À entrada do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem reagiu ao resultado do referendo em Itáia. "Os problemas que temos hoje são os mesmos que tínhamos ontem", frisou.
O presidente do Eurogrupo afirmou esta segunda-feira em Bruxelas que o resultado do referendo de domingo em Itália, que precipitou a demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, não altera a situação económica do país, das principais economias da zona euro.
“Claro que cabe agora ao Presidente italiano tomar decisões sobre o processo democrático, pois é disso mesmo que se trata, um processo democrático, que não altera a situação económica em Itália ou nos bancos italianos. Os problemas que temos hoje são os mesmos que tínhamos ontem”, apontou Jeroen Dijsselbloem, à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da zona euro, na qual já não participa o ministro italiano, Pier Carlo Padoan, em função da demissão do Governo de Renzi.
O presidente do Eurogrupo insistiu que “o resultado do referendo de ontem (domingo) é uma decisão política sobre uma reforma em particular, uma reforma constitucional”, que não altera o quadro económico atual do país, e observou que a prova disso mesmo é que “até agora os mercados reagiram de forma bastante tranquila”.
"A Itália é uma economia forte, das maiores da zona euro, é um país com instituições fortes e vai haver um Governo, aconteça o que acontecer, que terá de lidar com a situação económica do país e com os bancos que têm problemas.”
“A Itália é uma economia forte, das maiores da zona euro, é um país com instituições fortes e vai haver um Governo, aconteça o que acontecer, que terá de lidar com a situação económica do país e com os bancos que têm problemas”, tal como já sucedia antes, concluiu.
Alemanha inquieta com crise italiana
Já na Alemanha, a crise italiana gera preocupação. O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, manifestou hoje a sua “inquietude” com a crise política italiana provocada pela demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi.
“Encaramos os resultados em Itália com preocupação”, disse Steinmeier, que se encontra de visita à Grécia.
“Penso que Renzi fez o que era necessário fazer mas os eleitores não o apoiaram”, afirmou o chefe da diplomacia alemã, referindo-se à vitória do “não” no referendo constitucional de domingo.
“Não se trata de uma crise do Estado italiano mas é uma crise governamental que precisa de ser resolvida”, disse Walter Steinmeier, acrescentando, no entanto, que “não é uma mensagem positiva para a Europa” em tempos que considerou difíceis.
Os italianos votaram em referendo no domingo uma reforma constitucional que visava reduzir o poder do Senado mas que se transformou num plebiscito ao primeiro-ministro.
A derrota de Renzi no referendo pode ter impactos económicos, como sugere a repetida subida das taxas de juro da dívida soberana das últimas semanas e a preocupação crescente com os créditos de cobrança duvidosa que ensombram a banca italiana.
O resultado pode também reforçar a posição de partidos populistas como a Liga do Norte e o M5E, que defendem um referendo sobre a permanência de Itália na zona euro.
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