PME recorrem ao Guiness para ter notoriedade
As regras são apertadas, mesmo assim há cada vez mais empresas a tentarem estabelecer um novo recorde do Guiness. O objetivo é angariar popularidade e tornar o produto mais conhecido.
Há uma nova forma de promover uma empresa. A entrada para o Guiness está a ser encarada por algumas PME como uma forma de promover e dar notoriedade às marcas. O objetivo é escolher um desafio relacionado com a atividade da empresa e cumprir com as regras estabelecidas pela organização de modo a bater o recorde. Mas nem sempre o desafio é fácil.
Como proceder então? A resposta é complexa.
- Com mais de 40 mil ideias registadas, as empresas que o pretendam devem fazer uma pesquisa na página oficial do World Guiness e fazer uma busca pela palavra-chave. As empresas poderão ainda propor à organização a criação de uma nova categoria, mas neste caso a dificuldade é acrescida na medida em que são poucas as ideias aceites.
- Para validar um recorde as empresas podem solicitar a presença de um júri do Guiness para supervisionar a prova em direto ou enviar toda a documentação necessária para certificar que o desafio foi superado. A primeira opção tem a vantagem de se adquirir de imediato no momento, mas acaba por ser mais cara, tendo um preço superior a cinco mil euros. Por seu turno, a segunda via é mais barata, mas muito mais lenta, com o tempo de espera a superar os três meses.
- Depois de se propor a cumprir o desafio a PME recebe uma lista com as regras que deve seguir. Pela sua complexidade é normal que as empresas recorram a parcerias com outras empresas ou mesmo com entidades públicas. Para além das questões logísticas as empresas devem promover o evento, de modo, a rentabilizar o investimento e difundir a iniciativa, quer seja nos meios de comunicação social, quer seja nas redes sociais.
- A organização do Guiness é muito exigente com os requisitos, sobretudo se não estiver presente um júri pelo que o melhor é gravar em vídeo (de preferência com várias câmaras) todo o processo. É ainda necessária a presença de um notário, sendo recomendável superar o desafio por larga margem, não só para superar algum contratempo que possa surgir, como para dificultar a vida no futuro a novas empresas que tentem bater o recorde.
Lavar 5 mil pratos com apenas um litro de detergente
Em Portugal não são ainda muitas as empresas que recorrem a este tipo de eventos para ganhar popularidade. Um dos mais famosos terá sido realizado a 22 de março de 1998, na Ponte Vasco da Gama, em Lisboa. O objetivo do Fairy, detergente de louça era lavar o maior número de pratos com apenas um litro de detergente. O recorde ficou nos 5050 pratos.
Atlantis cria maior copo de vinho
Também a Atlantis Cristais de Alcobaça entrou para o Guiness ao realizar o maior copo de vinho. O copo tem uma altura de 1,515 metros e 1,461 metros no ponto mais largo e capacidade para 84 litros. O recorde remonta a 7 de maio de 1998.
Maior camisola nasce em Santo Tirso
Em Santo Tirso, a empresa Malhas Carjor manufaturou a maior camisola do mundo. A camisola tem uma medida de peito de 2,2 metros e um comprimento de 2,43 metros e um comprimento de manga de 1,85 metros.
Em Espanha, e segundo avança o Expansion há vários exemplos de pequenas e médias empresas que entraram para o Guiness.
Dançar até ao Guiness
É o caso da Bailotea.com. A sevilhana precisava de popularizar a aplicação em danças latinas. “Procuramos os recordes que estavam ao nosso alcance e decidimos tentar”, salienta o fundador da empresa, Miguel Ángel Quirós.
O objetivo era ter o maior número de pares a dançar. A principal dificuldade era que todos os participantes deviam seguir os mesmos passos. Para isso, a empresa lançou um vídeo a explicar a coreografia e pediu aos professores das academias associadas à plataforma que a ensinassem nas suas aulas. A promoção realizou-se através de um site específico criado para o evento com a colaboração das escolas e salas de dança da Andaluzia. No total reuniram 678 pessoas, superando a marca anterior em mais de 30 pessoas.
“Havia pessoas de todas as idades, desde crianças a pessoas de idade”, refere Ángel Quirós.
Divididos por pares dançaram durante mais de cinco minutos ao ritmo de uma jovem artista local. Com o desafio superado, Bailotea.com entrou para o livro do Guiness e a empresa tornou-se conhecida em toda a Espanha.
Restaurante mais antigo do mundo
O restaurante mais antigo do mundo está em Madrid e dá pelo nome Sobrino de Botín. O estabelecimento reunia os requisitos necessários para bater o recorde, pois mantinha o mesmo nome e a mesma direção desde 1725. Carlos González, coproprietário da empresa adianta que “foi necessário juntar muitos documentos antigos com os dados de alojamento de hóspedes e títulos de propriedade”.
Para além disso, o Guiness fez também a sua própria investigação tendo apurado que Goya trabalhou no restaurante a lavar pratos. Agora o certificado do Guiness adorna a fachada do edifício, sendo uma atração turística.
Hambúrguer em série
A Cárnicas Ortolá cozinhou em 2015 o maior hambúrguer do mundo, mas a certificação nunca chegou. A empresa não desistiu e este ano decidiu pagar a presença de um júri para que este assistisse em direto à maior fila de hambúrguer do mundo.
“A carne devia estar feita no momento, mas as normas estabeleciam que devia ser consumida imediatamente a seguir a que o recorde estivesse certificado”, explica Enrique Ortolá, gerente da empresa.
Foram instalados dez grelhadores na rua, onde os “chefes” da Escola de Cozinha de Santa Pola realizaram a toda a velocidade mais de cinco mil hambúrguer num total de 475 metros.
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