PCP: subida de preços absorve devolução do Governo
Os comunistas criticam a absorção de uma "parte significativa" da reposição do rendimento aos portugueses levada a cabo pelo Governo em 2016 e 2017.
O PCP está preocupado com o aumento do preço da eletricidade, combustíveis, portagens, comunicações e transportes públicos. A discordância com a subida destes preços consta do texto “Ano novo, velhos problemas” publicado esta terça-feira no site do Partido Comunista Português. Para os comunistas os orçamentos familiares vão sofrer com essas subidas, limitando a melhoria das condições de vida dos portugueses.
“As subidas de preços de bens e serviços essenciais que têm nos últimos dias vindo a ser anunciadas (…) constituem para o PCP motivo de preocupação e discordância“, escrevem os comunistas no texto. Em causa está ainda o efeito que essas subidas vão ter em “outros bens essenciais”, como é o caso da alimentação.
O PCP critica “o peso crescente destas despesas nos orçamentos familiares” e argumenta que o resultado é a absorção de uma “parte significativa” da reposição do rendimento dos trabalhadores, reformados e pensionistas, “impedindo e limitando desta forma a melhoria das condições de vida da nossa população”.
Não é possível ignorar as consequências destes aumentos.
Os comunistas sustentam essa ideia com os resultados do Inquérito às Despesas das Famílias de 2015/2016: “as despesas em ‘Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis’ representam 31,8% das despesas familiares, enquanto os ‘Transportes’ representam 14,7% e os ‘produtos alimentares e bebidas não alcoólicas’ representam 14,4%”.
Ou seja, os comunistas escrevem que estes três itens de despesa representam 60,9% do orçamento total das famílias, em comparação com 53,5% ano de 2000. Ora, são exatamente estas as despesas que vão aumentar no próximo ano, castigando mais os orçamentos familiares em 2017. “Não é possível ignorar as consequências destes aumentos”, escreve o PCP.
“Estes aumentos conduzirão à acumulação dos lucros de algumas grandes empresas como acontece nos setores da energia, dos combustíveis e das telecomunicações, quando a dimensão do mercado interno é limitada pelo baixo nível dos rendimentos da maioria da população o que conduz a maiores dificuldades no escoamento da produção das empresas, particularmente das Micro, Pequenas e Médias Empresas”, argumenta o Partido Comunista Português.
A culpa, identificam os comunistas, está na “política de saque de rendimentos, praticada durante o Governo PSD/CDS-PP”. Em contrapartida, o texto identifica as vitórias já conseguidas com os Orçamentos do Estado de 2016 e 2017, mas pede, no final, “uma política patriótica e de esquerda que rompa com a matriz que há décadas é responsável pela estagnação do rendimento dos trabalhadores e dos pensionistas e reformados”.
Editado por Paulo Moutinho
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
PCP: subida de preços absorve devolução do Governo
{{ noCommentsLabel }}