UGT: “É a 1ª vez que um acordo está em vias de ser esvaziado por não passar no Parlamento”
Não houve soluções a saírem da reunião de Pedro Passos Coelho com Carlos Silva. No final do encontro, o líder da UGT pediu ao Governo para pensar em alternativas e fazer cumprir o acordo.
O líder da UGT foi esta quinta-feira diretamente ao PSD criticar a posição de Pedro Passos Coelho, mas reconheceu que a iniciativa da apreciação parlamentar foi dos partidos que suportam o Governo. Com a perspetiva de que a redução da TSU cai, Carlos Silva pediu que o Governo encontre soluções para que o acordo da concertação social não seja posto em causa.
“É a primeira vez que um acordo está em vias de ser esvaziado por não passar no Parlamento”, lembrou o líder da União Geral dos Trabalhadores. A crítica foi dividida entre a direita e a esquerda: o PSD por rasgar o seu papel de partido “charneira” da democracia portuguesa e o PCP e BE por impossibilitarem qualquer acordo na concertação social.
É a primeira vez que um acordo está em vias de ser esvaziado por não passar no Parlamento.
“Será que à esquerda qualquer alternativa será aceite?”, questionou Carlos Silva, lembrando que a CGTP rejeita qualquer compensação para os patrões, o que colocaria “em causa quaisquer acordos”. O líder da UGT reconhece a necessidade de “compensar as entidades patronais e empresariais pela subida do salário mínimo”, nomeadamente através de uma descida dos custos de contexto ou redução de impostos.
“Os parceiros sociais não se impõem ao Parlamento”, notou o líder da UGT, afirmando que “nenhum partido deve ficar de fora para encontrar uma solução”. “A concertação social precisa de ter apoios no Parlamento de partidos que são charneira da democracia portuguesa para ter um acordo de médio prazo”, argumentou, referindo-se ao apoio do Partido Social Democrata. Questionado sobre a posição do PSD, Carlos Silva afirmou que era “irrazoável pôr em causa um acordo de concertação social por razões políticas”.
Depois de explicar os argumentos que Passos Coelho lhe apresentou — como o caso do acordo nascer “coxo” pelo acerto a priori do salário mínimo com o BE — Carlos Silva afirmou que “a UGT leva um conjunto de preocupações para digestão interna”, ressalvando que “está claramente em causa a concertação social”.
A UGT já pensa numa alternativa, mas a solução é difícil. Carlos Silva recordou as várias tentativas, em reuniões até de anos anteriores com ministros socialistas (Helena André e Vieira da Silva), para encontrar compensações, mas não existe nenhuma “alternativa tão automática como a redução da TSU”. Espera-se agora pelo dia 25, altura em que a votação será conhecida e, a partir daí, a UGT compromete-se a “sentar novamente à mesa para saber o caminho a seguir”.
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