Trump: chegou a vez das farmacêuticas

O Presidente dos Estados Unidos sentou-se hoje com as farmacêuticas e afirmou que os preços têm de descer. A bem ou a mal.

Esta terça-feira foi a vez dos presidentes das empresas farmacêuticas — produtoras e de investigação — reunirem com o novo Presidente dos Estados Unidos. Tal como prometeu, Donald Trump afirmou que não vai facilitar o trabalho a esta indústria que, segundo ele, tem abusado nos preços dos produtos.

Para fazer com que estes cumpram o que prometeu, Trump fez questão de afirmar que, se os preços não descerem, vai pôr o Governo a negociar diretamente com a indústria. Atualmente são os programas de saúde, o Medicare e o Medicaid, que tratam desta negociação, mas Trump não exclui a hipótese de isto mudar em nome da concorrência: “A concorrência é a chave para baixar os preços dos medicamentos.”

Nem todas as medidas apresentadas são negativas para as empresas: Trump garantiu também que vai cortar regulações, acelerar o processo de entrada de novos medicamentos no mercado e aumentar a competição internacional. Estas a juntarem-se à já anunciada descida de impostos às empresas que voltarem para território nacional.

Os investidores reagiram positivamente a estas declarações, com o índice Nasdaq Biotechnology a subir 0,63%, assim como o S&P 500 Pharmaceuticals, Biotechnology & Life Sciences com 0,65%.

Pfizer vai ficar para trás em 2017

Esta terça-feira foi também o dia em que algumas farmacêuticas apresentaram resultados. Uma delas foi a gigante Pfizer, que apresentou os resultados do ano transato e as previsões para este ano. Em 2016, a americana totalizou 3,4 mil milhões em vendas — um aumento de 5% relativamente a 2015 — e 775 milhões em lucros.

Este ano, as receitas ficarão atrás do previsto pelos analistas, estabelecendo-se entre os 52 e os 54 mil milhões de dólares — enquanto os analistas apontavam para os 54,3 mil milhões. Isto perfaz 2,50 a 2,60 dólares por ação, comparado com os 2,59 dólares dos analistas. A culpa será dos produtos mais populares — a vacina Prevnar e o Viagra — cujas vendas diminuíram significativamente e da concorrência cerrada dos genéricos e dos biosimiliares — que poderão aumentar este ano, com a expiração de algumas patentes.

Outra farmacêutica a prestar contas foi a Eli Lilly, que conseguiu bater as estimativas dos analistas e apresentar receitas de 5,7 mil milhões de dólares relativas ao quarto trimestre de 2016. Foi um ano positivo, com a empresa a registar receitas entre 21,8 e 22,3 mil milhões de dólares.

Na conferência de apresentação de resultados, a administração da empresa avançou também que vai acelerar o trabalho que tem vindo a desenvolver na área da imuno-oncologia e que o crescimento das margens deverá beneficiar da menor dependência da insulina. A empresa, que esteve entre as que reuniram com Trump, revelou ainda que deverão surgir alterações legislativas rapidamente.

Por fim, as japonesas Astellas Pharma e Kissei Pharmaceutical fecharam o ano com receitas de, respetivamente, 10,37 mil milhões de euros e 538,3 milhões de euros.

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