BCP, o último dinossauro do PSI-20

Desde 1993, apenas o BCP e o BPI resistiram às mudanças operadas no principal índice português. O último saiu no final da semana do PSI-20. Os dinossauros estão em vias de extinção na bolsa de Lisboa.

Com saída do BPI do principal índice português, o papel de resistente na principal montra do mercado nacional fica reservado exclusivamente para o BCP, banco que se mantém de forma contínua desde que o benchmark lisboeta foi constituído em 1993, apesar das atualizações constantes operadas pela Euronext ao longo dos anos.

O BPI é o último dinossauro a extinguir-se do PSI-20, depois de a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank ter colocado o banco numa posição de baixíssima liquidez, circunstância que impede a sua permanência no restrito clube da Euronext. Mas o futuro da instituição (ainda) liderada por Fernando Ulrich até pode nem passar pelo mercado de capitais. O próprio presidente do grupo catalão abriu a porta a essa possibilidade durante a apresentação dos resultados da oferta que decorreu quarta-feira em Lisboa. O CaixaBank controla agora mais de 84% do capital do BPI.

Ao longo do tempo, o PSI-20 sofreu uma mega revolução entre os seus constituintes. Isto apesar de algumas cotadas terem realizado jornadas que as levaram ao mesmo destino: caso da Corticeira Amorim, que abandonou o índice de referência em 1997 e figura hoje entre as principais cotadas nacionais; e casos da Mota & Companhia e da Engil, que saíram em 1994 e 1993, respetivamente, e atualmente assumem o nome de Mota-Engil, depois da OPA da primeira sobre a segunda, em 2000.

Composição do primeiro PSI-20, em 1993

Fonte: Euronext

O último histórico a abandonar o PSI-20 foi o BES. E de forma abrupta, depois da medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal, num domingo de agosto de 2014, e que dividiu a instituição ao meio. Foi daqui que surgiu o Novo Banco, um banco de transição que ficou com a parte boa do antigo BES e cuja venda deverá terminar em março.

Muitos dos “desaparecimentos” da bolsa ocorreram por via de processos de aquisições e consolidações setoriais. Por exemplo, o Banco Chemical foi adquirido em 2000 pelo BCP. A Mundicenter, gestora de centros comerciais, entre eles, o Amoreiras Shopping Center, foi adquirida em OPA pela família Alves Ribeiro. A Portugal Telecom absorveu a Marconi em 2003. A Mundial Confiança foi adquirida pela Caixa Geral de Depósitos. A seguradora veio a ser mais tarde integrada na Fidelidade.

No caso da Lisnave, os estaleiros navais de Lisboa abandonaram o PSI-20 em 1997. Três anos mais tarde, os acionistas aprovavam o abandono definitivo do mercado de capitais.

Independentemente do destino final das cotadas que compunham do índice original, contas feitas, apenas duas resistiram ao tempo e às mudanças. Até agora, depois da saída do BPI. O que deixa os dinossauros em vias de extinção no PSI-20.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

BCP, o último dinossauro do PSI-20

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião