Presidente da Estrela quer Carris gerida pela Câmara de Lisboa
O presidente de junta e conselheiro nacional do PSD é a favor da municipalização da Carris, ao contrário do partido. Luís Newton critica as autarquias exteriores a Lisboa por quererem gerir também.
Não critica o próprio partido, mas a sua opinião é firme: a Carris deve ser municipalizada. O presidente da junta de freguesia da Estrela (do concelho de Lisboa), eleito pelo PSD, votou a favor da transferência da gestão na assembleia municipal, contrariando a opinião da concelhia. Após a marcação da apreciação parlamentar para reverter a passagem para esta sexta-feira, o PSD garantiu que ia ter uma “intervenção muito ativa” neste debate, sem excluir qualquer instrumento parlamentar.
“Os transportes são, por natureza, elemento estrutural para qualquer política de mobilidade de cidade, não fazendo por isso qualquer sentido que não seja a cidade a geri-los de forma independente e como bem entender“, defende Luís Newton ao ECO. A conclusão é, por isso, só uma: “Defendo que a Carris esteja ao serviço da cidade de Lisboa, sob tutela desta”. “A mobilidade é um fator crítico para esta cidade”, argumenta o presidente da junta que se vai recandidatar nas eleições autárquicas deste ano pelo Partido Social-Democrata.
Questionado pelo ECO sobre a posição do PSD no Parlamento, o conselheiro nacional do partido desvia o alvo. “Mais importante do que a posição deste militante do PSD, são as opiniões do secretário de Estado Pedro Nuno Santos sobre a governação do país sem o PSD”, contrapõe, relembrando a frase do responsável pelos Assuntos Parlamentares: “O PS nunca mais vai precisar da direita para governar”. “A única critica aqui é ao PS por, em mais uma matéria, promover expectativas junto das populações que não tem condições para assegurar e tomar decisões que não reuniu um consenso sustentável para as tomar. O PS, nas matérias estruturantes, não consegue governar…“, ataca Luís Newton.
Defendo que a Carris esteja ao serviço da cidade de Lisboa, sob tutela desta.
De volta ao tema da Carris, Luís Newton critica o PCP pelo pedido de apreciação parlamentar que fez. “No final do dia, o problema de fundo é que a mobilidade da cidade de Lisboa está a ser travada pela imobilidade das decisões dos partidos que sustentam o Governo”, critica. Mas o alvo das críticas alastra-se aos municípios circundantes: “A Carris não deve ser entendida como o transporte público da Área Metropolitana de Lisboa, já que existem outros concelhos (e bem) que têm os seus sistemas de transporte público como, por exemplo, Oeiras e Cascais”.
“Então, por que razão podem esses concelhos ter o seu sistema, com gestão própria ou com concessão, e Lisboa não?“, questiona, ao ECO, o presidente da Estrela, uma das freguesias do concelho de Lisboa. Luís Newton nem admite uma gestão semelhante à da STCP. “Não entendo como razoável ter Câmaras com o seu sistema de transporte público em gestão camarária e depois o sistema de Lisboa ter de ser imposto para gestão partilhada na Área Metropolitana de Lisboa”, considera.
O PS, nas matérias estruturantes, não consegue governar…
Já sobre o perigo para as contas públicas do município, o social-democrata avisa que “só por total incompetência é que poderão vir a resultar quaisquer riscos futuros”. Tendo em conta o acordo de transferência negociado com o Governo e o modelo de gestão proposta por Fernando Medina, Luís Newton afirma que deverá ser a Câmara Municipal de Lisboa “a responder por qualquer má gestão ou desperdício daí resultante”.
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