A relação complexa entre a Altice e o fornecedor

  • ECO
  • 27 Fevereiro 2017

A identidade do novo dono da Fibroglobal, empresa criada com a PT Portugal, já foi revelada. É agora detida pela sociedade luxemburguesa JMO. Mas esta é apenas uma parte do mistério.

A identidade do novo dono da Fibroglobal, empresa criada com a PT Portugal, já foi revelada. Sabe-se agora que a empresa que motiva há meses queixas por parte da Vodafone e da Nos ao regulador do mercado é detida pela sociedade luxemburguesa JMO. Mas esta é apenas uma parte do mistério. A empresa sediada no Luxemburgo é gerida por um português que tem vínculos às empresas de construção de redes de telecomunicações Sudtel Tecnologia e Tnord Tech. Empresas estas que passaram a ser fornecedoras da PT quando esta foi comprada pela Altice.

Foi em dezembro de 2016 que a Visabeira vendeu a posição de 95% que tinha na Fibroglobal, empresa criada em 2010 com a PT Portugal – dona da Meo. Mas nunca se soube quem era o dono da firma que recebeu mais de 30 milhões de euros para construir uma rede de nova geração na zona rural centro. Pelo menos até agora.

O jornal Público avança que a Fibroglobal — empresa que tem levado a Vodafone e a Nos a fazer queixas ao regulador e ao Governo por considerarem que gere esta estrutura “como um monopólio” da PT, impondo preços que são apenas rentáveis para a operadora liderado por Paulo Neves — é detida pela sociedade luxemburguesa JMO.

Uma sociedade que é, segundo o jornal, gerida por um português que tem ligações às empresas de construção de redes de telecomunicações Sudtel Tecnologia e Tnord Tech. Empresas estas que passaram a ser fornecedoras da PT quando esta foi comprada pela Altice. Segundo fontes ouvidas pelo Público, estas empresas têm vínculos a Armando Pereira, o sócio português de Patrick Drahi na Altice, presidente da administração da PT até ao início de fevereiro. O jornal tentou falar com a Altice sobre o caso, mas a empresa não quis comentar.

Mas a Fibroglobal é apenas uma peça num puzzle de relações complexas entre sociedades que giram em torno da PT desde que foi comprada pela Altice. O Público refere que a luxemburguesa JMO foi criada a 6 de março e é gerida por José Manuel Monteiro, um dos três administradores da ERT Luxemburgo, sociedade que controla a Parilis, que, por sua vez, detém a Sudtel e a Tnord (as empresas de construção de redes de telecomunicações que são fornecedoras da PT). Mais: a JMO e a Parilis foram criadas apenas com dois dias de diferença. No mesmo cartório notarial no Luxemburgo, com a mesma sede social.

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