Deutsche Bank analisa fechar operação em Portugal, Espanha e Bélgica

Portugal, Espanha e Bélgica são os três mercados nos quais o Deutsche Bank está a estudar encerrar a sua actividade, avança a Reuters. Notícias surge um dia depois de se falar na venda.

O Deutsche Bank está a analisar a possibilidade de fechar atividade em Portugal, Espanha e Bélgica, revelam fontes do banco citadas pela Reuters. Esta opção enquadra-se no amplo movimento de reestruturação que o banco está a levar a cabo na sequência do anúncio de aumento de capital de oito mil milhões de euros.

A notícia é avançada esta manhã pelo jornal espanhol CincoDías (acesso livre/ conteúdo em espanhol), um dia depois de o El Confidencial ter revelado (acesso livre/ conteúdo em espanhol) que o Deutsche Bank estava a avaliar vender as suas filiais em Portugal e Espanha. O ECO tentou contactar o Deutsche Bank em Portugal mas ainda sem sucesso.

A decisão, segundo as informações avançadas pela Reuters, visa responder às inquietações dos investidores do banco alemão por falta de rentabilidade das unidades de negócio implementadas em mercados que não são considerados estratégicos como é o caso de Portugal, Espanha e Bélgica. Segundo as mesmas fontes citadas pela agência noticiosa, a presença do Deutsche Bank em Itália não está em causa.

Com o aumento de capital e a venda em bolsa de uma participação minoritária da sua gestora de ativos, que tem 719 mil milhões de euros de ativos sob gestão, o Deutsche Bank espera conseguir manter o Postbank, que lhe traz 14 milhões de clientes no seu mercado principal, a Alemanha.

A decisão final sobre o futuro da da entidade em Portugal, Espanha e Bélgica será tomada num curto espaço de tempo, tal como em novembro, quando decidiu fechar a unidade de corretagem na Polónia, recorda da Europa Press, também no âmbito do plano de reestruturação do banco, a braços com o fraco rendimento que estava a ser gerado na bolsa de valores de Varsóvia.

Recorde-se que, em Portugal, a sucursal do Deutsche Bank está, há vários meses, em processo de reestruturação. No final do ano passado estava previsto o encerramento de 15 agências, a abertura de seis centros de investimento e a saída de alguns trabalhadores, segundo avançou à Lusa, em setembro de 2016 o presidente do banco. Bernardo Meyrelles explicou que este plano de reestruturação foi pensado durante mais de um ano.

O Deutsche Bank tem cerca de 400 trabalhadores em Portugal, com 50 balcões, e, de acordo com Meyrelles, as 15 dependências que vão encerrar vão concentrar-se, sobretudo, em Lisboa e no Porto. Mas na altura não revelou o número de pessoas que podiam vir a ser afetadas.

Em Espanha, o banco tem cerca de 230 agências em todo o país, 2.500 trabalhadores e 700 mil clientes, entre os quais existe uma percentagem muito significativa de PME exportadoras — o banco tem uma quota de 6,5% deste mercado. Em 2015, o último exercício sobre o qual existe informação disponível, a filial espanhola do Deutsche Bank ganhou 91,4 milhões de euros contra os 1,8 milhões que perdeu em 2014.

O CincoDías admite a possibilidade de que a decisão relativamente a estes três mercados seja tomada antes da emissão de 687,5 milhões de novas ações que prevê realizar para aumentar o capital. Os títulos poderão começar a ser subscritos a partir de 21 de março até 6 de abril.

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