Há cada vez menos analistas a olhar para Lisboa. Galp é a estrela

Num mercado com cada vez menos empresas, há cada vez menos analistas a olharem para ele. O número de research em Lisboa encolheu em quase um quinto. A Galp Energia é a preferida dos bancos.

A bolsa portuguesa suscita cada cada vez menos interesse tendo em conta o reduzido número de empresas. E os resultados do último Relatório Anual da Atividade de Supervisão da Análise Financeira da CMVM atestam isso mesmo, salientando que há cada vez menos analistas a seguirem as cotadas nacionais. Registou-se uma acentuada quebra no número de researchs, bem como uma diminuição no número de títulos cobertos.

“A atividade de análise financeira tem vindo a ter um papel mais reduzido no mercado de capitais português” refere a CMVM, destacando que identificou um total de 482 relatórios de research no período compreendido entre outubro de 2015 e setembro de 2016. Este número corresponde a uma quebra de 21,8% face às análises de research identificadas pelo regulador no período homólogo.

A atividade de análise financeira tem vindo a ter um papel mais reduzido no mercado de capitais português, visível quer na diminuição de recomendações, quer no número de títulos cobertos.

CMVM

Este conjunto de análises foram levadas a cabo por 36 intermediários financeiros e incidiram sobre um total de 23 emitentes, enumera a entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias. Ou seja, menos dois face ao número que a CMVM tinha identificado no relatório do ano anterior. Fora das atenções dos analistas passaram a estar a Sonae Indústria e a Luz Saúde, sendo este último um título que é pouco negociado.

A menor atenção dada aos títulos cotados na praça lisboeta, acontece num contexto de perda de representatividade da bolsa nacional. A composição do PSI-20 é ilustrativa disso mesmo, encaixando apenas 19 títulos entre os 20 previstos, com a baixa liquidez da generalidade das cotadas da Euronext Lisbon a condicionar a sua composição. A queda do BES e do Banif, ou a retirada de alguns títulos do espetro bolsista nacional, estão entre os principais eventos que ajudaram a restringir ainda mais a relevância da praça lisboeta.

Distribuição dos researchs pelas cotadas

Os analistas não estão só a olhar menos para a bolsa nacional como a concentrar as suas atenções num número muito reduzido de títulos. A EDP, a EDP Renováveis, a Galp Energia e a Jerónimo Martins foram as empresas que mereceram maior atenção das casas de investimento, concentrando 48,8% do total de recomendações identificadas, diz o relatório.

A Galp Energia foi a cotada que mereceu mais atenção dos analistas. A petrolífera foi alvo de 77 researchs. Ou seja, 16% do total de 482 análises emitidas. seguiram-se as cotadas do universo EDP: a elétrica liderada por António Mexia foi o foco de 56 análises e a empresa liderada por João Manso Neto de 52.

O BPI, tal como no ano anterior, foi o intermediário financeiro com mais atividade (14,9% do total das recomendações). “Igualmente na esteira dos últimos anos, um reduzido número de intermediários financeiros foi responsável por uma percentagem significativa dos relatórios produzidos”, refere ainda a CMVM dizendo que, em conjunto, o BPI, o Caixa BI, o Goldman Sachs e o Haitong emitiram 39,8% dos relatórios identificados.

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