Construir uma smart city “passa sempre por parcerias”

Num dos painéis da conferência que o ECO promove esta quinta-feira, Diogo Santos alertou que construir uma cidade inteligente tem de englobar as diversas entidades de forma colaborativa.

As cidades inteligentes são um conceito a ganhar cada vez mais popularidade. Há inúmeras soluções para tudo e mais alguma coisa: sensores para medir a qualidade do ar, outros para permitir uma melhor gestão da recolha do lixo e até sistemas partilhados para melhorar a mobilidade. Mas para o conceito realmente funcionar, é decisivo criarem-se parcerias entre as várias entidades, alertou Diogo Santos, associate partner da Deloitte, numa conferência organizada pelo ECO em Cascais.

“O que está a ser mais decisivo em Portugal, mais do que a tecnologia, é a colaboração e o estabelecimento de parcerias. Seja no contexto de smart cities, seja no da mobilidade, não é cada entidade per si, de forma individual, que vai conseguir fazer esse percurso”, disse Diogo Santos, num painel com representantes de empresas que têm vindo a dar cartas neste segmento, numa vila como Cascais, dada muitas vezes como um exemplo neste contexto. Para o associate partner da Deloitte, construir uma cidade inteligente “passa sempre por parcerias, por colaboração”.

Seja no contexto de smart cities, seja no da mobilidade, não é cada entidade per si, de forma individual, que vai conseguir fazer esse percurso.

Diogo Santos

Deloitte

Também Fernando Reino da Costa, responsável da Unipartner, deixou alguns alertas. Para uma cidade ser smart, tem de ter “uma componente de inteligência”. Tem de ter um “cérebro”, de alguma forma. Sobre a gestão de uma cidade inteligente, referiu que uma empresa como a sua, que presta serviços no campo das tecnologias da informação, tem de “conhecer quem é o cliente”. “Chamo-lhe cliente pois temos o munícipe e temos o turismo. Em Cascais é brutal, o impacto é enorme”, disse, aludindo ao facto de muitos dos utilizadores das novas tecnologias adotadas pela vila serem turistas e outros visitantes.

A Via Verde foi outra das empresas representadas no primeiro painel da conferência do ECO sobre “Smart Cities & Smart Tourism”. A falar do tema esteve Pedro Mourisca, administrador delegado da companhia portuguesa, que recordou que “as cidades da vanguarda já começam a ter menos carros” numa altura em que, também estes, estão a ultrapassar uma grande revolução. “No futuro, acho que a mobilidade vai ser muito mais flexível”, acrescentou. E sublinhou depois: “A lógica da economia partilhada, que prevalece hoje em dia já noutras indústrias, é algo que surge agora com grande predominância.”

Parece cada vez mais inegável a disrupção que estas novidades estão a ter nas cidades e vilas como é o caso de Cascais. Mas é preciso manter sempre os pés bem assentes na terra, uma vez que não basta ter a tecnologia: é preciso adaptá-la a cada caso e, numa última instância, às necessidades das pessoas. Vladimiro Feliz, head of smart cities e o diretor de inovação do CEiiA, disse no painel que para que uma solução seja smart, é preciso que seja inovadora. Lembrou, de qualquer forma, que não há uma solução one size fits all — isto é, que seja à medida de todas as cidades. Cada município tem de adaptar estas tecnologias ao seu próprio caso e aos seus próprios cidadãos. “É preciso estar disponível para correr riscos”, defendeu.

Como o ECO já sumarizou neste artigo, a vila de Cascais tem já algumas soluções tecnológicas deste género ao serviços dos habitantes. Os circuitos de recolha do lixo são acompanhados de forma rigorosa e o nível de enchimento dos contentores é controlado por sensores. Há também uma aplicação transversal aos vários serviços de mobilidade, chamada MobiCascais, com informações de horários de transportes, disponibilidade da rede de bicicletas partilhadas e estacionamento para veículos próprios.

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