Governo diz que não foram discutidas sanções à Venezuela

Jornal espanhol diz que, entre os 28 Estados membros, só Portugal não está disponível a aplicar sanções à Venezuela. MNE nega e diz que o tema ainda nem sequer foi abordado.

O povo venezuelano tem-se manifestado contra mudanças à Constituição que o Presidente, Nicolás Maduro, quer discutir em Assembleia. De acordo com o jornal espanhol El País, todos os países da União Europeia, exceto Portugal, mostram-se dispostos a aplicar sanções económicas à Venezuela no caso de o presidente convocar uma Assembleia Constituinte. Porém, o Governo português desmente esta posição.

A informação “veiculada pelo jornal El País não é verdadeira”, começa por dizer fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado. E depois explica que o assunto não foi sequer discutido: “Portugal não se opôs, no seio da União Europeia, à aplicação de sanções à Venezuela, pela simples razão de que essa questão não foi ainda discutida entre os Estados-Membros da UE”.

Ainda de acordo com o ministério de Augusto Santos Silva, “Portugal tem participado ativamente na formação do consenso necessário à definição da posição da UE sobre a Venezuela, tal como resulta, designadamente, das conclusões aprovadas no Conselho de Negócios Estrangeiros de 15 de maio, conclusões essas nas quais Portugal se revê inteiramente, e também da declaração feita anteontem pela Alta Representante, Federica Mogherini”.

“A UE, e com ela Portugal, têm feito tudo o que está ao seu alcance para favorecer uma solução política inclusiva na Venezuela, respeitadora do Estado de Direito, do pluralismo político e do princípio de resolução pacífica dos diferendos”, conclui o ministério.

A resposta surge depois de o jornal espanhol El País ter indicado que a delegação da UE em Caracas tem a informação de que todos os países da UE estão abertos à possibilidade de sanções, exceto Portugal. As sanções económicas “estão na mesa”, afirmou a alta representante da União Europeia para a Política Exterior, Federica Mogherini. O ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, Alfonso Dastis, foi até agora o mais claro quanto às intenções, declarando essa possibilidade esta segunda-feira.

Não é só o grosso da União Europeia, mas também Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, já ameaçou a Venezuela de sanções económicas, numa tentativa de convencer o presidente Nicolás Maduro a desistir de fazer alterações à constituição, propósito para o qual este convocou uma Assembleia Constituinte.

Os EUA defendem “sanções económicas fortes e rápidas” enquanto a Espanha realça a necessidade de sanções “específicas, individuais e seletivas” de forma a não prejudicar o conjunto dos venezuelanos.

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