Presidente a nomear governador do Banco de Portugal? “É uma boa evolução”, diz Nuno Amado

Nuno Amado diz que a subida do rating do país pela S&P é uma "boa notícia", mas é preciso mais. E está confiante na melhoria na notação do BCP com a recuperação dos resultados.

O presidente do BCP, Nuno Amado, foi eleito “Melhor CEO” nos prémios IRGAPaula Nunes/ECO

Nuno Amado, distinguido como melhor CEO nos IRGA, da Deloitte, vê com bons olhos a proposta de revisão da supervisão financeira, nomeadamente no que respeita à passagem da nomeação do governador pelo Presidente da República. “É uma boa evolução”, diz o presidente executivo do BCP ao ECO, que considera também positivo que o país tenha saído de “lixo” na S&P. Mas alerta: é preciso fazer mais. É preciso seguir um caminho sustentado, algo que acredita estar a conseguir fazer à frente do maior banco privado português.

“A única coisa que vi é que o governador do Banco de Portugal vai ser nomeado pelo Presidente da República. Parece-me bem. O Presidente é um máximo denominador comum entre todos nós“, diz Nuno Amado ao ECO, à margem dos prémios IRGA, entregues no Convento do Beato, em Lisboa. “Acho que isso [a alteração da forma de nomeação] é um passo que, se for verdade, é bom. É uma boa evolução”, remata.

O presidente executivo do BCP não quis comentar o poder acrescido do Governo na resolução de bancos que consta da proposta de revisão da supervisão financeira, mas congratulou-se com a revisão em alta do rating do país por parte da S&P, bem como com as indicações do Governo de que trabalhará para reduzir a dívida pública.

“[A subida do] rating da República foi uma ótima noticia. É importante ser reforçada também com a revisão das outras empresas de rating que ainda não o fizeram. E é fundamental, como já foi dito pelo Governo, o ministro das Finanças [Mário Centeno] e o seu secretário de Estado [Ricardo Mourinho Félix], a diminuição da dívida pública em termos do PIB. Um caminho sustentado nesse sentido é astutamente essencial”, rematou.

Subida do rating do BCP? “Mais mês, menos mês”

Se Amado defende que o Governo aponte num caminho sustentado de redução da dívida, garante que está implementar isso mesmo no BCP, acreditando que “se o trabalho for bem feito, a prazo teremos noticias” quanto ao rating do BCP. “Isso não depende só de nós, também depende das empresas de rating. Mais mês, menos mês, estou confiante de que isso também vai acontecer”, disse o CEO do BCP ao ECO. Isto depois de a S&P ter tirado o BPI e o Santander Totta do “lixo”.

“Penso que se o trabalho que fizermos continuar, se a rentabilidade trimestre a trimestre se mantiver e melhorar”, as agências de notação irão reconhecer isso, mas os investidores também. E a rentabilidade vai melhorar? “Acho que sim. O nosso compromisso com o mercado é que este ano temos uma certa evolução, mas para o ano que vem esperamos recuperar algo mais ainda. Estou confiante que é isso que vai acontecer… um caminho certo e sustentado”.

Investidores satisfeitos. Novos reforços?

“Passámos de break-even no ano passado para, espero eu, lucros muito sustentáveis este ano. E espero que em 2018 este caminho progrida, mas progrida com base e sustentação. O tempo dará, espero eu, algum valor ao trabalho que temos vindo a fazer”, disse Nuno Amado. Essa valorização não se refletiu recentemente no mercado de capitais, com o BCP a ser fortemente penalizado após uma subida expressiva no arranque do ano, mas voltou agora a disparar.

“O BCP tem uma volatilidade de preço relativamente grande e, portanto, sobe mais e desce mais nos momentos de volatilidade. Felizmente, nos últimos dias recuperou”, disse Amado. Os títulos estão a cotar nos 22,23 cêntimos, tendo liderado a recuperação da bolsa nacional desde que a S&P tirou Portugal de “lixo”.

Esta subida das ações, juntamente com a recuperação da rentabilidade, está a ser bem recebida pelos grandes investidores, nomeadamente a Fosun que reforçou a posição para 25,26% do capital do banco. “É um bom sinal o reforço dos grandes acionistas”, disse. A Sonangol tem até ao final do ano para reforçar a sua participação no capital da instituição já que termina a autorização dada pelo Banco Central Europeu.

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