Fitch: Rating das empresas espanholas “sem qualquer ameaça”
A agência de notação financeira diz que não vê "qualquer ameaça aos ratings" das empresas espanholas desde que a situação política não se continue a deteriorar.
A Fitch pode “despromover” a dívida soberana espanhola para o nível lixo, mas os movimentos independentistas não terão o mesmo efeito nas empresas, prevê a agência. Para estas, os “riscos são limitados” a não ser que haja uma “significativa deterioração da situação política”. A Fitch conta com mais autonomia para a Catalunha mas não uma cisão completa.
A Fitch não está apreensiva quanto ao futuro das empresas espanholas. “A diversificação geográfica da maioria das cotadas espanholas, a par com uma provável vontade política de manter os serviços chave, irá limitar os riscos do pouco provável evento da Catalunha de separar completamente de Espanha”, assume a Fitch Ratings.
A diversificação geográfica da maioria das cotadas espanholas, a par com uma provável vontade política de manter os serviços chave, irá limitar os riscos.
As empresas baseadas na Catalunha ou com ativos significativos na região “podem enfrentar disrupções” mas “não vemos nenhuma ameaça aos ratings a não ser que exista uma significante deterioração futura da situação política“, acrescenta a agência de notação financeira.
Apesar do clima de confrontos no qual se tem desenrolado o processo de voto pela independência, a Fitch acredita que o movimento será para “uma maior autonomia da região”. Contudo, caso a cisão completa ocorra, o impacto nas empresas dependerá de vários fatores, desde os acordos cambiais, o nível de cooperação entre as novas nações e os regimes regulatórios. O maior risco seria o abandono da zona euro, que poderia pressionar os resultados.
Independentemente destas previsões otimistas, algumas empresas já estão a jogar pelo seguro. O banco espanhol Sabadell deverá mudar a sede da Catalunha para Alicante enquanto o CaixaBank deverá parar em Palma de Maiorca, embora Madrid seja uma hipótese. O Governo espanhol estará a tentar facilitar estas deslocações com um novo decreto de lei. Pretende que as empresas possam realocar a sede sem a obrigação de consulta dos acionistas.
Para Espanha, a perspetiva é negativa
Ainda assim, logo que o referendo foi oficialmente agendado, a agência enviou um comunicado aos investidores no qual avançou a possibilidade de cortar o rating da dívida soberana espanhola nos próximos três a seis meses, noticiou o Negócios, pelo que atualmente a perspetiva é negativa.
A agência nomeia agora empresas como a Telefonica, Iberdrola, OHL e Aldesa and Ferrovial como exemplos de cotadas que ajudariam absorver o impacto na economia espanhola. A Catalunha é responsável por uma fatia de 20% do PIB espanhol e casa para 16% da população.
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