FMI: situação em Espanha “preocupante”. Apela a negociações

  • Lusa
  • 10 Outubro 2017

A poucas horas do encontro de Puigdemont no parlamento catalão, o FMI apela a uma negociação entre Espanha e a comunidade da Catalunha, sob o risco de "contágio" para toda a Europa.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu hoje que a situação em Espanha é “preocupante” devido às tensões políticas na Catalunha, e instou ambas as partes a “não atuarem de maneira precipitada” e a negociarem.

“A situação em Espanha é preocupante, já que causa muita incerteza tanto para a economia catalã, como para a espanhola”, sublinhou o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, na apresentação do relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais (World Economic Outlook), hoje divulgado.

Obstfeld defendeu que as partes não devem “atuar de maneira precipitada, e devem negociar”, acrescentando que “há muitos benefícios potenciais para ambas as partes se o fizerem”.

Questionado sobre os possíveis efeitos desta crise para além do prolongamento da incerteza política em Espanha, o economista-chefe do FMI disse que “sim, haveria contágio ao resto da Europa”.

O FMI manteve a previsão de crescimento económico para Espanha nos 3,1% este ano, e aumentou a expectativa de expansão da economia para 2,5% no próximo ano.

O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, tem previsto hoje comparecer no parlamento catalão, numa sessão que servirá, oficialmente, para analisar os resultados e efeitos do referendo catalão, mas que poderá resultar na declaração formal e unilateral de independência.

O chefe da Generalitat (governo regional da Catalunha) tem agendada a presença a partir das 18:00 (menos uma hora em Lisboa) no parlamento regional, numa sessão plenária tem como ponto único na ordem de trabalhos a análise da situação política na região na sequência do referendo pela independência de 01 de outubro – que o Tribunal Constitucional considerou ilegal.

Ainda que não conste da ordem de trabalhos, Puigdemont poderá declarar unilateralmente a independência da Catalunha, tal como consta nos prazos inscritos na lei do referendo, também ela considerada ilegal pela justiça espanhola.

Já a antecipar uma declaração unilateral de independência, a associação pró-independência Assemblea Nacional Catalana (ANC) apelou a uma grande concentração de cidadãos perto do parlamento regional à hora do plenário.

As autoridades já instalaram um perímetro de segurança na zona – com uma vedação tripla – para proteger os deputados regionais.

Face a este cenário, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, reiterou que o executivo em Madrid “fará tudo o que for preciso”, com “mão firme e sem complexos” para impedir a independência da Catalunha.

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