“Fuck, Marry, Kill”: qual delas me atribui?
Esta aplicação portuguesa pode fazê-lo encontrar alguém com quem se divertir mas também, quem sabe, com quem casar. É inspirada num jogo norte-americano e conta com mais de 70 mil utilizadores.
Um grupo de portugueses criou uma aplicação onde “diversão” é a palavra-chave. Chama-se FMK (sigla para Fuck, Marry, Kill), é inspirada num jogo norte-americano, e possibilita aos utilizadores encontrar uma pessoa para se divertir, nem que seja durante uma noite ou, quem sabe, um amor para a eternidade. Atualmente já conta com mais de setenta mil utilizadores, espalhados por quase cem países.
Surgiu “numa tarde de cervejas”, contam ao ECO os envolvidos no projeto. “Fuck, Marry, Kill” tem a particularidade de trazer para o ecrã “pessoas reais” e próximas geograficamente, ao invés de celebridades. “Na altura, foi só uma ideia engraçada que alguém mandou para o ar. A pessoa gostou tanto da ideia que começou logo a planear a aplicação“, conta ao ECO João Duarte, growth hacker da FMK.
Conhece a famosa aplicação de encontros amorosos Tinder? É parecido mas, ao mesmo tempo, não tem nada que ver. “Aquilo que nos faz ser diferentes do Tinder e de outras apps de encontros é que conseguimos juntar essa componente de jogo que as pessoas procuram. As pessoas de 19 anos já não querem aquele dating sério, querem ter diversão enquanto procuram uma pessoa“, explica João.
Para se registar tem de confirmar o login através do Facebook, para confirmar a sua idade. Os utilizadores podem filtrar as pessoas que vão aparecer no seu ecrã, de acordo com a idade, género ou a localização.
Mas, como funciona?
Depois de entrar na app, o processo é bastante simples. Vão surgir-lhe no ecrã, em simultâneo, três fotos de pessoas (rapazes ou raparigas, conforme os seus interesses): a ideia é atribuir a cada uma dessas fotos as palavras “fuck”, se considerar a pessoa interessante para uma “noite mais divertida”, “marry”, se achar que daí pode surgir algo mais sério, ou “kill”, se a pessoa não lhe suscitar qualquer interesse. Simples, não é?
Feita esta parte, vem o mais interessante: o match. O match acontece quando uma pessoa a quem atribuímos uma das palavras a retribuiu. Ou seja, se atribuir “marry” ao Miguel, e se o Miguel, também lhe atribuir “marry” a si, então haverá um match. Automaticamente, essa pessoa vai constar na sua lista de matches e espera-se que um dos dois tenha a iniciativa e puxe conversa.
E prepare-se, porque é bem provável receber várias frases de engate, algumas bastante caricatas: “Agora vais ter de me pôr um anel no dedo”, “Desculpa se te levei ao engano, mas não acredito no casamento” ou “Vamos a Las Vegas tratar disto?”, são alguns exemplos já registados na app.
Mas desengane-se se pensa que só há matches de “fuck” ou de “marry”, João e Christian explicam que também há match de “kill”. “No início até achamos que o match de “kill” não fazia sentido porque, à partida, se as pessoas não estão interessadas uma na outra, porque é que hão de conversar?”, dizem. No entanto, depois de olharem para os números, perceberam que os matches de “fuck” e de “kill” se aproximam bastante: 33% para “fuck”, 38% para “marry” e 29% para “kill”.
João trata da parte do marketing, depois de descobrir que “o que queria mesmo fazer era pegar em aplicações e projetos digitais e fazê-los crescer“. Mas, a acompanhá-lo, também está Christian Vismara, italiano e a morar em Lisboa há sete meses. Depois de ter feito o mestrado em Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico, ficou a gostar tanto de Portugal que, passados uns meses, voltou e ingressou neste projeto como product manager.
Da equipa da FMK fazem parte mais três pessoas, inseridas no estúdio de startups Build Up Labs, uma empresa responsável pelo desenvolvimento de diferentes aplicações. “Vamos tendo várias ideias para startups, temos um processo para validar essas ideias, perceber se elas podem ser um negócio e, no final desse processo, se passar todas as fases de validação, criamos uma equipa à sua volta e começamos a desenvolver esse novo projeto“, conta Christian, sobre o Build Up Labs.
University Challenge
A equipa do FMK foi mais longe e pensou num conceito mais virado para o público universitário, visto que a maioria dos utilizadores têm entre 18 e 23 anos. Foi criado o University Challenge, onde as universidades competem entre si para saber quem tem os alunos mais interessantes. “Basicamente qualquer utilizador pode chegar à app e inscrever-se com o nome da sua faculdade. O que isto vai fazer é que os votos dessa pessoa [ninguém sabe que ela está inscrita naquela universidade] vão contar para o ranking da sua faculdade“, conta Christian. Neste momento, a Universidade do Minho lidera com 85% de popularidade.
Lançada em novembro do ano passado, a “Fuck, Marry, Kill” já conta com mais 70 mil utilizadores espalhados por quase cem países. Em Portugal, há mais de 20 mil utilizadores e quase 400 mil mensagens trocadas. A nível mundial, há mais de um milhão de jogadas e a Alemanha é o segundo país com mais utilizadores. A aplicação está disponível para Android e iOS e é totalmente gratuita.
Para o futuro, a equipa espera continuar a crescer, principalmente cá. E não são só eles a torcer pelo futuro e sucesso da FMK, há centenas de utilizadores que enviam diariamente mensagens aos responsáveis da aplicação, a agradecer por existirem e por “tornarem a vida deles bem mais fácil”.
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