Jornal oficial do PS: “Marcelo exorbitou poderes constitucionais”
A edição online do jornal oficial do PS, a Ação Socialista, publicou uma opinião onde o Presidente da República é criticado pelo discurso da passada terça-feira.
Marcelo Rebelo de Sousa é criticado num artigo da Ação Socialista. “Marcelo exorbitou, claramente, dos seus poderes constitucionais“, lê-se num artigo de opinião assinado por Simões Ilharco, onde acusa o Presidente da República de ser demagogo e populista.
O autor considera que foi a primeira vez que um Presidente da República “reclamou, publicamente, a demissão de um ministro e a remodelação do Governo”. Esta quinta-feira, o Público noticiou que, segundo uma fonte governamental, Marcelo terá sido informado da demissão da ministra da Administração Interna antes do seu discurso, cujo conteúdo terá chocado o Executivo socialista. Em resposta, o Presidente afirmou esta quinta-feira que “chocado ficou o país com a tragédia vivida”.
O artigo de opinião — “O fracasso da moção de censura do CDS” — acusa Marcelo Rebelo de Sousa de encaminhar o sistema político português para o presidencialismo. “A imprensa amiga dele diz, em tom cordato, que redesenhou o nosso sistema político-constitucional, mas parece-me mais apropriado e claro afirmar que, subvertendo o semipresidencialismo, se caminha para o presidencialismo”, escreve o jornalista Simões Ilharco.
Foi, também, a primeira vez, no Portugal de abril, que um Presidente da República reclamou, publicamente, a demissão de um ministro e a remodelação do Governo.
O texto deixa assim um apelo à esquerda para “impedir esta caminhada preocupante e perigosa, combatendo a tentação presidencialista de Marcelo, que ameaça a democracia”, referindo o perigo de se “descambar” em ditadura. Simões Ilharco argumenta que as afirmações do Presidente da República revelam “demagogia e populismo”. “Marcelo parece querer assumir-se como homem providencial, como salvador da Pátria, mas olhe que a Pátria está boa e recomenda-se!”, atira.
O autor considera que “os incêndios não vão afetar eleitoralmente o PS” e que “é, hoje, uma realidade incontroversa e indesmentível que os portugueses vivem melhor”. Considera, por isso, que os portugueses não vão votar em Rui Rio ou Santana Lopes, ambos candidato à liderança do PSD. Já a moção do CDS foi um “tiro de pólvora seca” e Cristas irá “afogar-se politicamente”.
(Atualizado às 13h10)
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