Novas obrigações para retalho dão taxa mais baixa de sempre de 1,1%
Vem aí uma nova emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) a cinco anos. Títulos de dívida dirigidos para as famílias pagam taxa mais baixa de sempre: 1,1%.
Tal como há um ano, o Governo vai lançar durante o mês de novembro uma nova emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), um produto de poupança dirigido para as famílias portuguesas. Estes títulos de dívida têm a maturidade de cinco anos e pagam o juro mais baixo de sempre: apenas 1,1%.
O lançamento desta que é a sexta série de OTRV foi anunciado este sábado em Diário da República e também no site do IGCP.
O período de subscrição destes títulos vai decorrer entre 15 de novembro e 28 de novembro, podendo ser comprados aos balcões dos bancos. O IGCP espera levantar 500 milhões de euros, mas reserva-se ao direito de aumentar o montante até ao dia 21 de novembro, caso a operação manifeste forte interesse dos investidores — como espera que venha a acontecer uma vez que o timing escolhido para realização da nova emissão coincide com o período em que muitos portugueses recebem o subsídio de Natal.
Taxas das OTRV estão sempre a baixar
Fonte: IGCP
A taxa de 1,1% é a mais baixa de sempre e e explica-se com o facto de Portugal conseguir financiar-se no mercado a juros bastante reduzidos. Por exemplo, compara com o juro de 1,6% que o IGCP pagou na última emissão realizada em julho deste ano.
De resto, desde o início que as OTRV foram registando remunerações cada vez menos atrativas: a primeira emissão, realizada em maio de 2016, ofereceu um prémio de 2,2%. As seguintes, efetuadas em agosto de 2016, novembro de 2016 e abril de 2017, viram as taxas cortadas gradualmente para 2,05%, 2% e 1,9%.
Importa sublinhar que a subscrição das OTRV comporta encargos com comissões para os investidores, comissões estas que afetam naturalmente a rentabilidade que se pode extrair desta aplicação.
Estas “OTRV dezembro 2022” têm data de vencimento a 5 de dezembro de 2022, com o montante mínimo de subscrição nos 1.000 euros. Os juros são pagos semestral e postecipadamente em 5 de junho e 5 de dezembro de cada ano, segundo informa o IGCP.
Apesar da quebra na remuneração, a verdade é que as emissões de OTRV sempre despertaram muito apetite por parte das famílias portuguesas, sobretudo devido às taxas mais rentáveis que este produto de poupança oferece face à oferta do mercado. No total, as anteriores emissões permitiram ao Estado arrecadar mais de 5,5 mil milhões de euros.
Recentemente, o Governo lançou uma nova série de Certificados do Tesouro também com taxas mais reduzidas face aos anteriores títulos. Os chamados Certificados do Tesouro Poupança Crescente pagam uma taxa média bruta de 1,35%, apresentando-se com uma maturidade de sete anos — os certificados anteriores ofereciam uma taxa de 2,35%, tendo prazo de aplicação de cinco anos.
As mudanças na oferta dos produtos de poupança do Estado ocorrem numa altura em que o Governo procura acelerar o ritmo de reembolsos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Até final do ano, mais três mil milhões de euros serão liquidados ao Fundo, numa estratégia que visa baixar os custos do empréstimo oficial contraído por Portugal em 2011.
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