Estilistas, carne e tecidos reciclados é assim o têxtil do futuro

A Riopele está a apostar em tecidos reciclados com incorporação de ingredientes extraídos de resíduos agroalimentares. José Alexandre Oliveira, presidente da têxtil, diz que "é um projeto grandioso".

Já imaginou um vestido do estilista Nuno Baltazar feito a partir de tecido reciclado, com incorporação de ingredientes extraídos de resíduos agroalimentares, como os provenientes das indústrias das carnes? Não precisa de torcer o nariz. O vestido existe e é mesmo capaz de fazer as “delícias” das mulheres portuguesas. A “obra” é resultado da marca Tenowa, a mais recente do universo Riopele.

A nova marca incorpora os têxteis do futuro e não é mais do que vestuário feito a partir de matéria-prima 100% reciclada. No fundo, trata-se de criar tecidos sustentáveis, produzidos a partir de resíduos têxteis e com propriedades funcionais através do recurso a resíduos agroalimentares.

A Tenowa resulta do projeto R4 Textiles, uma iniciativa do grupo de José Alexandre Oliveira, cofinanciada pelo Compete 2020 e cujo objetivo é a conversão de resíduos gerados a partir das indústrias têxtil e agroalimentar em novos recursos. O R4 Textiles pretende acrescentar valor aos resíduos têxteis da Riopele, visando ter um impacto em nichos de mercado pela introdução da novidade.

O projeto dá um novo olhar, no âmbito da economia circular, que permite considerar os resíduos de indústrias agroalimentares, no sentido de incorporar os produtos resultantes no acabamento dos tecidos e potenciar a estratégia de sustentabilidade da empresa.

Mas como surgiu a ideia?

José Alexandre Oliveira, presidente da Riopele, adianta ao ECO: “Tudo começou por um desafio lançado por mim”. No âmbito dos 90 anos do grupo Riopele, José Alexandre Oliveira pediu à área de desenvolvimento para criar algo que marcasse a data e sobretudo que fosse uma referência a nível mundial.

Das inúmeras ideias que surgiram, destacou-se a “Tenowa”. “É um projeto grandioso, e o que estamos a fazer nesta fase é a ‘criar apetite’ à industria têxtil mundial para que vejam que é este o caminho a seguir”, conta o presidente do grupo. O projeto está ainda em desenvolvimento e o presidente da Riopele diz mesmo que “o investimento é o que tiver que ser”.

É um projeto grandioso, e o que estamos a fazer nesta fase é a ‘criar apetite’ à industria têxtil mundial para que vejam que é este o caminho a seguir.

José Alexandre Oliveira

Presidente do Grupo Riopele

Para já foi investido, com o apoio do Portugal 2020, um milhão de euros. Para desenvolver esta nova marca do seu portefólio, a Riopele contou com o apoio do CENTI e do CITEVE e ainda da Universidade Católica. O projeto é o resultado de dois anos de investigação pura.

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