Entrada da Santa Casa no Montepio deve ser decidida no início do ano

  • ECO
  • 10 Dezembro 2017

O provedor da Santa Casa gostaria de ver concluído o processo de decisão sobre a entrada no Montepio até ao início do próximo ano. Em cima da mesa está a aquisição de 10% do capital do banco.

Mês, mês e meio. Este é o tempo que Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia, considera que será necessário para que haja uma decisão da entidade que lidera sobre a entrada no capital do Montepio Geral, cujo presidente está de saída. A garantia foi dada por Edmundo Martinho, neste domingo, em entrevista à TSF/DN (acesso grátis), que reitera que o interesse passa por assumir uma posição de 10% no capital do banco.

“Não sei se conseguiremos até ao final do ano, mas seguramente no início de 2018 gostava que isto estivesse arrumado, no sentido da entrada ou não entrada”, disse o provedor da Santa Casa da Misericórdia relativamente a timming previsto para uma tomada de decisão sobre esse dossiê.

O responsável da Santa Casa da Misericórdia assume assim uma posição cautelosa, depois de neste sábado, Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio, ter anunciado no almoço de Natal do grupo, perante mais de mil pessoas, entre as quais se encontrava Félix Morgado, que a entrada da Santa Casa no capital do banco deveria ficar fechada até ao Natal.

Na entrevista à TSF/DN, Edmundo Martinho explica o que pesa no processo de decisão relativo a uma eventual entrada no capital o Montepio. “Está a ser feito um processo de avaliação desta participação, que não pode ser vista apenas naquilo que é o valor nominal correspondente às ações, porque tem este valor estratégico da entrada e de reforço da economia social no setor financeiro, uma coisa que do nosso ponto de vista representa um objetivo importante, mas tem outra característica: esta entrada de capital, sendo muito minoritária, tem a contrapartida de a Santa Casa ter uma palavra a dizer e um papel a desempenhar na governance do grupo financeiro da Caixa Económica”, diz o responsável que explica que o objetivo mantém-se em a Santa Casa assumir uma posição de 10% no capital do Montepio.

Cerca de 10% como máximo, isso não se alterou. Mas são 10% que, de acordo com aquilo que temos vindo a conversar, permitirão que a Santa Casa tenha de facto uma palavra a dizer, o que não é comum.

É que, segundo Edmundo Martinho, a entrada no capital do Montepio Geral “não é uma operação financeira de comprar hoje para vender amanhã para obter mais-valias“. É sim “uma aposta estratégica neste grande setor da economia social, onde a Santa Casa quer ter uma palavra a dizer”, segundo esclarece, referindo a sua relevância para a própria sustentabilidade da Santa Casa.

“Tem que ver com a própria sustentabilidade da Santa Casa enquanto entidade capaz de continuar a responder neste sentido [economia social] e é nessa linha que entendemos que a entrada estratégica no capital de uma entidade bancária, como é o caso da Caixa Económica Montepio Geral, pode servir estes fins de garantia de sustentabilidade da Santa Casa”, remata.

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