Défice fica em 1,2%: Costa confirma mas Centeno ainda não

  • Marta Santos Silva
  • 8 Janeiro 2018

Centeno disse que o valor de 1,2% para o défice era "um número que foi dito ontem no contexto de um comentário televisivo", rejeitando confirmar o valor que o primeiro-ministro acabara de anunciar.

Mário Centeno não quis confirmar para já o valor de 1,2% para o défice da economia portuguesa em 2017, entrevistado poucos minutos depois de o primeiro-ministro António Costa o ter anunciado oficialmente.

Questionado pelos jornalistas após a reunião do Eurogrupo desta segunda-feira, na qual participou na qualidade de presidente eleito, Centeno disse que o valor de 1,2%, abaixo da meta de 1,4% do Governo, era “um número que foi dito ontem no contexto de um comentário televisivo, não vou tecer comentários em cima desse comentário”, referindo-se às afirmações de Marques Mendes este domingo à noite.

“Não falámos sobre a situação portuguesa” na reunião do Eurogrupo, que se focou na convergência da Zona Euro, afirmou o ministro das Finanças português, acrescentando sobre o défice que foram cumpridas “as metas propostas, num contexto de grande recuperação da economia”. Em Bruxelas, Mário Centeno afirmou que “a economia portuguesa começa o ano com uma pujança e um ritmo de crescimento bastante interessante”, mas afastou-se de confirmar o valor de 1,2% como o défice do final do ano de 2017.

Num almoço com a presença de 50 empresários da região norte, organizado pela Fundação AEP, no Porto, o primeiro-ministro anunciou poucos minutos antes da entrevista de Centeno que o défice em 2017 deverá cifrar-se em 1,2% do PIB e a dívida em 126,2%. O valor confirmado por António Costa fica assim abaixo da meta do Governo. Para Costa “a nossa economia tem agora um novo paradigma” isto “num contexto em que prosseguiu com a trajetória de redução do défice e da dívida pública que deverá atingir os 126,2% do nosso PIB em dezembro, e com um défice abaixo de 1,5% e que rondará o 1,2%”.

Mário Centeno preferiu falar aos jornalistas sobre a reunião do Eurogrupo, na qual enquanto presidente eleito pôde acompanhar “uma discussão sobre o Orçamento da União, um dos mais importantes instrumentos da política europeia”, naquela que foi “uma visita muito produtiva a Bruxelas”. Para o novo presidente do órgão informal que junta os ministros das Finanças da Zona Euro, este pode ser “um momento muito importante para a Europa”.

Existe “a felicidade de termos um enquadramento político de início de ciclos políticos em muitos países da UE, como a Alemanha, França e Itália”, disse, defendendo a possibilidade de que “isto possa também trazer uma vontade de estabelecer novas metas e instituições na Europa que promovam essa convergência e crescimento que felizmente a Europa hoje está a viver”.

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