Banco Mundial revê em alta crescimento global para 3,1% em 2018

  • ECO e Lusa
  • 10 Janeiro 2018

O relatório do Banco Mundial defende que 2018 está a caminho de ser o primeiro ano desde a crise financeira no qual a economia global está a operar "em plena capacidade".

O Banco Mundial (BM) reviu esta terça-feira em alta as previsões de crescimento global para 3,1% em 2018. A revisão face à estimativa de crescimento de 2,8% em 2018 calculada anteriormente é impulsionada por uma atividade económica superior à prevista em 2017, que cresceu 3% contra 2,7% antecipado há seis meses, indicou o relatório semestral “Perspetivas Económicas Globais” do BM, hoje divulgado.

Segundo as novas estimativas, em 2018 os Estados Unidos deverão acelerar o crescimento económico para 2,5%, contra os 2,2% estimados em junho, e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro deverá crescer 2,1% e o do Japão 1,3%. A China vai continuar a sua “desaceleração estrutural”, mas a crescer mais de 6%, com um aumento estimado de 6,4% em 2018 e de 6,3% em 2019, adianta o documento.

Os dois grandes países emergentes Brasil e Rússia, que em 2017 retomaram o crescimento (1,7% e 1%) depois de dois anos de recessão, deverão continuar a recuperar com estimativas de aumentos do PIB de 1,7% e 2% em 2018, respetivamente.

Por outro lado, a América Latina vai acelerar o crescimento para 2% em 2018, depois de ter atingido 0,9% em 2017, graças ao impulso do Brasil, à Argentina, que crescerá 3%, e ao México, que avançará 2,1%, todas estas economias com crescimentos acima dos verificados em 2017.

O relatório da principal instituição de desenvolvimento global sustentou que 2018 está a caminho de ser o primeiro ano desde a crise financeira no qual a economia global está a operar “em plena capacidade”. Assim, o BM sublinha que as autoridades devem olhar “mais além” das políticas monetária e orçamental para estimular o crescimento de curto prazo e adotar medidas que impulsionem o potencial de longo prazo. Reformas que impulsionem a produtividade são um exemplo, sendo que o Banco Mundial recomendou as reformas destinadas a melhorar a educação e a saúde de qualidade, e a rede de infraestruturas nos países em desenvolvimento.

O abrandamento em termos de crescimento potencial é o resultado de um abrandamento do crescimento da produtividade, baixos níveis de investimento e de um envelhecimento da população ativa. A desaceleração é geral e afeta economias que representam mais de 65% do PIB mundial. Se os países não levarem a cabo esforços para revitalizar o crescimento potencial, o declínio poderá estender-se pela próxima década, alerta o Banco Mundial no relatório. A consequência será o corte de 0,25% no crescimento médio mundial, mas nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento o custo pode ascender a 0,5% nesse período.

O Banco Mundial considera que uma “mudança abrupta” das condições financeiras mundiais pode comprometer o crescimento e defende por outro lado que “a intensificação das restrições comerciais e o aumento das tensões geopolíticas poderia minar a confiança e a atividade” económica. Um reparo que visa implicitamente a política comercial da Administração Trump face à China nomeadamente bem como as tensões exacerbadas entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte

“A retoma generalizada no crescimento mundial é encorajadora, mas não é tempo para complacência”, concluiu o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

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