Poiares Maduro: “PSD tem de regular financiamento das campanhas e pagamento das quotas”
O PSD tem de regular o financiamento das campanhas internas, mas também a forma como é feito o pagamento das quotas, defende o antigo ministro de Pedro Passos Coelho, em declarações ao ECO.
Miguel Poiares Maduro defende que o PSD tem de regular o financiamento das campanhas dos candidatos à liderança do partido, mas também a forma como é feito o pagamento das quotas, uma questão que assume sempre maior relevância em vésperas de eleições diretas.
“Do meu ponto de vista esta é uma das questões que o partido tem de regular e, por isso, pedi que se tornassem transparentes as contas de ambos os candidatos. E já não falo da questão dos problemas do pagamento das quotas”, disse, ao ECO, o antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, de Pedro Passos Coelho. Para Poiares Maduro “quando as quotas não foram pagas pelas próprias pessoas” é algo que deve ser analisado.
Do meu ponto de vista esta é uma das questões que o partido tem de regular e, por isso, pedi que se tornassem transparentes as contas de ambos os candidatos. E já não falo da questão dos problemas do pagamento das quotas.
À media que se ia aproximando a data limite para os militantes regularizarem as suas quotas, foram sendo avançados vários números que culminaram, no espaço de um mês, na regularização da situação de 13 mil militantes, segundo avançou o Jornal de Notícias, e a entrada de um milhão de euros nas contas do partido.
De acordo com a secretaria-geral do PSD, os militantes com quotas pagas até ao fecho dos cadernos eleitorais (15 de dezembro) e que poderão votar este sábado nas eleições são 70.385. A 15 de novembro, segundo o Observador, só 12,5% dos militantes do partido tinham as quotas regularizadas. A maioria encontra-se no Porto (13.132), seguido de perto por Lisboa (10.765). Braga (7.830) e Aveiro (7.683) também notam um grande número de militantes em situação regular, acima da maioria dos concelhos.
Poiares Maduro vem assim ao encontro das preocupações de alguns militantes do partido. Paulo de Morais, vice-presidente de Rui Rio na Câmara Municipal do Porto, de 2002 a 2005, exprimiu a mesma preocupação num artigo de opinião no Público [acesso condicionado], no início de janeiro: “O novo presidente do PSD será escolhido por dois tipos de militantes: os genuínos, que aderiram livremente ao PSD e se preocupam com o seu destino; e um imenso grupo de milhares de cidadãos que foram artificialmente inscritos no PSD por caciques. Estes, de forma organizada e sistemática, pagam convenientemente as quotas e controlam as listas como quem tutela um rebanho“.
Recorde-se que, de acordo com os estatutos do PSD, “a capacidade eleitoral ativa e passiva depende do pagamento atualizado das quotas”.
Há depois a questão do financiamento partidário. Para Poiares Maduro, professor do Instituto Universitário Europeu, em Florença, “torna-se difícil quem já não está há muito dentro da máquina aceder a estes níveis de financiamento da campanha”.
Os valores da campanhas de Rio e de Santana só foram conhecidos a 3 de janeiro quando foram disponibilizados no site do PSD os valores inscritos nas atas de candidatura: Rui Rio entregou a sua candidatura com 2.446 assinaturas validadas e um orçamento de campanha com 90.000 euros de receitas e despesas de igual montante. Já Pedro Santana Lopes viu serem validadas 2.103 subscrições da sua candidatura e entregou um orçamento de campanha com receitas de 70.300 euros e despesas de igual montante.
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