Constâncio: BCE não tem pressa para retirar estímulos
O vice-presidente do BCE afirma que a próxima reunião de política monetária não deverá trazer grandes alterações. Em relação à apreciação do euro, Constâncio mostra-se "preocupado".
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) garante que os responsáveis do banco central não têm pressa em retirar os estímulos. Isto depois de as minutas da mais recente reunião da entidade liderada por Mario Draghi terem revelado que o discurso do BCE deve mudar já no início deste ano, o que sugere que a instituição se prepara para comunicar em breve aos mercados o fim do programa de compra de dívida pública. Vítor Constâncio mostrou-se ainda preocupado com a apreciação do euro.
“Consideramos que há necessidade de um ajustamento gradual de todos os elementos da orientação futura caso a economia continue a crescer e a inflação continue a dirigir-se para o nosso alvo”, de perto, mas abaixo de 2%, refere Vítor Constâncio. “Isso não significa que as mudanças serão imediatas”, afirma o vice-presidente do BCE ao jornal italiano La Repubblica (acesso pago).
"Consideramos que há necessidade de um ajustamento gradual de todos os elementos da orientação futura caso a economia continue a crescer e a inflação continue a dirigir-se para o nosso alvo.”
Vítor Constâncio afirma que não prevê uma alteração da política monetária na próxima reunião do conselho de governadores, a 25 de janeiro. Constâncio deixa ainda um alerta: os responsáveis devem ter muito cuidado para “não sufocar o crescimento”. O BCE promete atualmente manter o programa de compra de dívida até, pelo menos, ao final de setembro e prolongá-lo, caso seja necessário, e apenas subir as taxas de juro muito tempo depois de este programa terminar.
Em relação à apreciação do euro, Constâncio está “preocupado com movimentos bruscos que não refletem alterações nos fundamentais”. “Olhando para os fundamentais, a inflação abrandou ligeiramente em dezembro.” A moeda única já ganhou 1,9% contra o dólar este ano e está a negociar perto de um máximo de mais de três anos. A divisa segue agora em baixa de 1,9% para 1,2237 dólares.
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