Mais de 19% dos eleitores italianos votaram até às 12:00

  • Lusa
  • 4 Março 2018

Itália elege este domingo um novo parlamento. Votação do ex-primeiro ministro de Itália, Silvio Belusconi, ficou marcada por um protesto de uma ativista do grupo Femen.

A taxa de italianos que votou até às 12:00 (menos uma hora em Lisboa) nas eleições legislativas foi de 19,38%, segundo informou o ministério do Interior italiano, na sua página oficial de Internet.

Os dados da participação nas eleições não podem ser comparados com os da última votação, em 2013, porque aquela decorreu em dois dias e não num só, como a eleição que ocorre hoje.

Os próximos dados oficiais da participação na votação vão ser comunicados a partir das 19:00 locais (menos uma em Lisboa) e as 23:00 locais, hora a que fecham as urnas.

Depois começara o escrutínio, começando com os votos para o Senado e depois para a Câmara dos Deputados.

Até ao momento votaram o presidente da República, Sérgio Mattarella, em Palermo, o primeiro-ministro em funções, Paolo Gentiloni, em Roma, os ex-primeiros-ministros Matteo Renzi e Silvio Belusconi, em Florencia e Milão, respetivamente, além do líder do Movimento Cinco Estrelas, Luigi di Maio, no município de Pomigliano d’Arco, em Nápoles.

A Itália vota hoje para eleger um novo parlamento com a coligação da direita com a extrema-direita a liderar as sondagens, mas de resultado incerto dado o complexo sistema eleitoral e milhões de eleitores indecisos.

Mais de 46 milhões de italianos votam hoje até às 23:00 locais nas eleições que servirão para eleger os 630 deputados e 315 senadores gerais.

A votação do ex-primeiro ministro de Itália, Silvio Belusconi, ficou marcada por um protesto de uma ativista do grupo Femen, que subiu para uma mesa em tronco nu enquanto gritava “Berlusconi, o teu tempo acabou”.

Ao ver a ativista, que tinha a mesma frase escrita no peito, Berlusconi virou-se e foi conduzido para fora da sala pelo pessoal de segurança.

Berlusconi, controversa figura política no país, não pode assumir nenhum cargo público até 2019, devido a uma condenação por fraude fiscal.

Em Palermo houve um erro nos boletins de voto que causou atrasos e obrigou alguns eleitores a aguardar para votar: em 200 mil boletins de voto alguns nomes dos candidatos não estavam corretos.

O novo sistema eleitoral em vigor em Itália é uma complexa mistura entre os sistemas proporcional e maioritário, fazendo com que, para ter maioria no parlamento, um partido ou coligação precise de 40% dos votos, segundo uns especialistas, 45%, segundo outros.

Itália proíbe a divulgação de sondagens nas duas semanas antes do voto, mas nas últimas publicadas, a aliança entre a Forza Italia (FI), do polémico ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e a extrema-direita anti-imigração e eurocética da Liga (antiga Liga do Norte), de Matteo Salvini, e dos Fratelli d’Italia, de Giorgia Meloni, liderava com entre 37% a 38% das intenções de voto.

A seguir surgem o populista Movimento 5 Estrelas (M5S), de Luigi Di Maio, com cerca de 28% das intenções de voto, e a coligação de centro-esquerda encabeçada pelo Partido Democrata (PD, no poder), de Matteo Renzi, com 26% a 27%.

A campanha eleitoral foi dominada pelo discurso anti-imigração, em alguns casos xenófobo e racista, num país envelhecido e em crise económica que recebeu nos últimos quatro anos 600.000 imigrantes africanos.

As assembleias de voto abriram hoje às 07:00 em Itália (06:00 de Lisboa) e assim permanecerão até às 23:00 locais (22:00 de Lisboa).

Tendo em conta a complexidade do novo sistema eleitoral, espera-se que só na madrugada de segunda-feira haja uma ideia da composição do próximo parlamento italiano.

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