Santa Casa confirma que pode investir até 30 milhões no Montepio

  • ECO
  • 23 Março 2018

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, confirmou que a instituição vai mesmo entrar no capital do banco Montepio nas próximas semanas.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai mesmo entrar no capital da Caixa Económica do Montepio Geral, confirmou o provedor da instituição, Edmundo Martinho, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias. O provedor da SCML adiantou que o negócio será fechado nas próximas semanas e “entrará numa dimensão que está em linha com o que a própria associação mutualista decidiu na semana passada de autorizar a direção da mutualista a alienar até 2% do seu capital”.

A Santa Casa não vai entrar sozinha neste negócio, sendo esperado que as outras misericórdias e IPSS ajudem a subscrever os 2% de capital a alienar. Mas continuam a persistir dúvidas sobre o valor do cheque que a Santa Casa vai passar. Tomás Correia disse, em entrevista à RTP3, que esse valor seria simbólico. A é “participação simbólica, porque representa o nosso empenho neste projeto, mas não é assim, tão simbólica no valor”, frisa Edmundo Martinho.

O provedor da Santa Casa explica o racional do negócio. “Estamos a falar de uma percentagem que andará nos 3 ou 4% no máximo dos ativos da Santa Casa, o que significa dizer que é muito seguro do ponto de vista do investimento, que não põe em causa nenhum dos investimentos avultadíssimos que temos previstos para Lisboa.”

Ora, os ativos da Santa Casa rondavam os 743 milhões de euros em 2016. Se o contributo da Misericórdia for de 3% dos ativos, o investimento rondará os 22 milhões de euros. Se for até aos 4%, pode chegar a 30 milhões de euros. Questionado sobre a diferença face aos 20 milhões de que se tem falado o provedor desvalorizou. “Foram-se fazendo sucessivas afirmações sobre montantes. Falava-se de 200 milhões de euros, falava-se sei lá de quê. Fomos mantendo sempre um silêncio prudente sobre isto. E porquê? Porque é o tipo de intervenção que exige muita ponderação, muita prudência e muito estudo”, detalhou.

Em declarações à TSF e ao DN, Edmundo Martinho lamentou que “ao longo do processo se tenham falado em valores irreais e que se tenham especulado diversos aspetos do negócio” e garantiu que a entrada no banco “é um investimento” que, “além de ser afetivo, é também financeiro porque permite que a Santa Casa consolide a sua posição e possa retirar daí benefícios que se traduzam eles próprios em capacidade acrescida de intervir”.

O provedor da SCML sublinhou que este “negócio não é um subsídio, não é um apoio, é um investimento”. “É nesse ponto de vista que o entendemos e é nessa lógica que vamos avançar”, disse. Edmundo Martinho destacou também que esta “intervenção de natureza financeira ficará por uma percentagem muito baixa dos ativos” da Santa Casa. “A participação simbólica” vai, contudo, “permitir à Santa Casa ter representantes não executivos nos órgãos sociais da Caixa Económica Montepio Geral e também escolher, em conjunto com a Associação Mutualista, o presidente da Mesa da Assembleia Geral”, disse.

Desde o ano passado que tem sido falada a hipótese de a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), entidade tutelada pelo Governo, entrar no capital do banco Montepio Geral. A Caixa Económica Montepio Geral é detida na totalidade pela Associação Mutualista Montepio Geral.

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