Três investigadores portugueses recebem 8,5 milhões em bolsas do Conselho Europeu de Investigação

Elvira Fortunato, da Universidade Nova de Lisboa, Rahul Pandharipande, do ETH Zurich, e Caetano Reis e Sousa, do Francis Crick Institute, foram os três investigadores portugueses distinguidos.

A cientista Elvira Fortunato conseguiu um financiamento de 3,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação para instalar um laboratório com o qual espera poder apresentar um trabalho de referência internacional. O anúncio foi feito na quarta-feira pela investigadora do Departamento de Ciência dos Materiais da Universidade Nova de Lisboa. Mas a cientista, que ficou conhecida pela invenção do transístor de papel, não foi a única portuguesa galardoada pelo Conselho Europeu. Rahul Pandharipande, do ETH Zurich, e Caetano Reis e Sousa, do Francis Crick Institute, são os outros dois investigadores de nacionalidade portuguesa que no seu conjunto arredaram um financiamento de 8,5 milhões de euros.

O Conselho Europeu de Investigação anunciou esta sexta-feira os nomes dos 269 vencedores do concurso de Bolsas Avançadas de 2017, onde constam três investigadores de nacionalidade portuguesa, avança um comunicado da Comissão Europeia hoje enviada às redações. “Estes cientistas de excelência, que elaboraram trabalhos de investigação relevantes nos últimos dez anos, foram contemplados com um total de 653 milhões de euros, dos quais perto de 8,5 milhões para portugueses, no âmbito do Programa de Investigação e Inovação da União Europeia, o Horizonte 2020″, acrescenta o mesmo comunicado.

O “Multifunctional Digital Materials Platform for Smart Integrated Applications – DIGISMAT” é o projeto com que Elvira Fortunato se propõe revolucionar não só a forma como se fabricam os circuitos integrados e componentes de eletrónica, sem recurso ao silício e explorando materiais “amigos do ambiente com propriedades excecionais à nanoescala”, mas também a possibilidade de ter o mesmo dispositivo a desempenhar mais do que uma função. Um dos principais aspetos subjacentes a todo o projeto é a utilização de materiais sustentáveis e “tecnologias amigas do ambiente”, descreve a Lusa.

A investigadora, Elvira Fortunato.

O outro projeto galardoado é o de Rahul Pandharipande, do ETH Zurich, um matemático por excelência que tem desenvolvido um amplo trabalho ao nível da geometria algébrica. O projeto Maci está a desenvolver trabalhos com módulos, ciclos algébricos e invariáveis.

O terceiro projeto, DCPOIESIS, é uma solução em estado estacionário e orientada para a produção de células dendríticas, está a ser desenvolvidos por Caetano Reis e Sousa, do Francis Crick Institute. “As nossas descobertas renovaram o nosso apreço pela importância das células dendríticas na resposta autoimune contra o cancro”, explica o investigador na sua página de Facebook, acrescentando, porém, que os trabalhos ainda estão numa fase inicial. Estes podem ser os primeiros passos para “uma nova imunoterapia para os doentes de cancro”, diz.

Estas bolsas premeiam investigação de excelência em todas as áreas científicas e os concursos estão abertos a investigadores de qualquer nacionalidade. As verbas atribuídas, segundo a Comissão Europeia, levam à criação de emprego para cerca de “dois mil pós-doutorados, estudantes de doutoramento e outros membros das equipas de investigação dos bolseiros“.

Segundo o balanço das autoridades comunitárias a procura por estas bolsas do Conselho Europeu de Inovação “continua a ser muito alta”. Nesta ronda houve 2.167 propostas a concurso, das quais foram selecionadas para financiamento 12%. A Comissão frisa que “17% dos premiados foram mulheres”. Além disso, os países com mais investigadores premiados foram o Reino Unido (50), a Alemanha (40), França (29) e Espanha (18).

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