Horizonte 2020 ajuda portugueses a scanear o cérebro e fazer luvas com tendões eletrónicos
Ao todo, são já 65 as empresas nacionais que beneficiam dos apoios do Horizonte 2020 a este nível. Nesta fase foram escolhidas 119 PME de 24 países.
Exacto, NeuropsyAI e Nuada são as três PME escolhidas pela Comissão Europeia para obter financiamento do Horizonte 2020. Em causa estão 50 mil euros de apoio para cada uma.
Os últimos resultados do Instrumento PME do Programa de Investigação Horizonte 2020, anunciados esta quinta-feira pela Comissão Europeia, revelam que Portugal volta a estar entre as empresas selecionadas pelo instrumento financeira a cargo do comissário Carlos Moedas. Ao todo são já 65 as empresas nacionais que beneficiam dos apoios do Horizonte 2020 a este nível. Nesta fase foram escolhidas 119 PME de 24 países, que no total receberam 5,9 milhões de euros.
“Este Instrumento de apoio tem-se revelado a melhor porta de entrada para as PME no Programa Horizonte 2020. Desde a sua criação em 2014, já foram financiadas 65 PME portuguesas inovadoras em vários domínios”, sublinhou Carlos Moedas, citado no comunicado da Comissão Europeia. “A fase do estudo de viabilidade que agora financiamos permite aos beneficiários perceber as oportunidades de mercado para os seus produtos inovadores disruptivos e o caminho a seguir. Esta é uma das formas que a UE dispõe para ajudar as PME inovadoras, fundamentais para reforçar e atrair investimento, criar novos postos de trabalho e favorecer o crescimento económico”, acrescentou.
A NeuropsyAI – Serviços e Investigação em Neurociências candidatou-se com um projeto (NeuroPsyCAD) que consiste num serviço online que permite um diagnóstico precoce e preciso de perturbações neuropsiquiátricas. Esta empresa de Braga, que foi selecionada para estar presente no Web Summit, pretende eliminar o caráter subjetivo na identificação das doenças e ajudar a identificá-las na fase inicial. Uma tarefa bastante difícil quando se fala de Alzheimer ou Parkinson.
O NeuroPsyCAD venceu o Prémio PT Inovação, em 2017, usa a Inteligência artificial para scanear o cérebro através, por exemplo, de uma ressonância magnética para reconhecer a ‘assinatura’ das doenças numa nova imagem do cérebro do paciente. Num curto espaço de tempo (horas), a empresa promete fornecer um relatório com a probabilidade de o paciente para cada doença. Esse relatório destina-se a neurologistas, psiquiatras e radiologistas. A empresa também promete uma fiabilidade 54% maior, com um custo cinco inferior face às práticas clínicas atuais.
A outra empresa de Braga, a Nuada, apresentou um projeto que consiste numa luva especial que previne e compensa dificuldades de manipulação de objetos decorrentes de perturbações musculoesqueléticas.
O projeto, que até já mereceu destaque na CNBC, ajuda as pessoas que sofreram algum tipo de ferimento a conseguir agarrar objetos com mais força porque a luva é equipada com tendões eletrónicos. O trabalho tem vindo a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar e com diversos parceiros que vão da nanotecnologia aos têxteis, passando por médicos e mecânicos.
Outra das empresas escolhidas foi a Exacto, Sociedade de Estudos e Planeamento, uma empresa de Carcavelos, que com o Day-by-day cria uma nova metodologia destinada a produzir previsões de tráfego a curto prazo para concessões rodoviárias. Esta empresa especializada no “desenvolvimento de soluções de acessibilidade e mobilidade eficientes e avançadas que vão ao encontro dos objetivos estratégicos dos seus clientes” nasceu em 1986 é consultora do Banco Europeu de Investimento (BEI) e do Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) além de fornecer consultoria especializada na elaboração de candidaturas a financiamento europeu.
Nesta primeira fase, as empresas apenas podem receber, no limite, até 50 mil euros. O objetivo é que cada PME prepare uma proposta de negócios para uma ideia que tenha potencial disruptivo, estudando a viabilidade do conceito proposto. Além do estímulo financeiro, as empresas também recebem até três dias de aconselhamento personalizado e outros serviços de apoio à gestão e criação de negócios.
Há depois uma segunda fase do Instrumento PME, cada projeto pode receber até 2,5 milhões de euros (cinco milhões para projetos no domínio da saúde) para financiar várias etapas de desenvolvimento dos projetos: a demonstração, o ensaio, a fase-piloto, a fase de expansão e a miniaturização, para além de desenvolver um plano de negócios sólido. Além disso, as empresas terão ainda acesso a 12 dias de formação empresarial.
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