Ministério Público quer Salgado como arguido no caso EDP

  • ECO
  • 19 Abril 2018

Em causa está o alegado pagamento Espírito Santo Enterprises de 1.032.511, 86 euros, feito entre 18 de outubro de 2006 e 20 de junho 2012 para uma sociedade offshore de Manuel Pinho, no Panamá.

“Ricardo Salgado vai ser novamente constituído arguido num processo criminal. Desta vez, é o chamado caso EDP“, avança esta quinta-feira o Observador. Em causa está a intenção do Ministério Público de constituir arguido o antigo presidente do BES, por suspeitas de corrupção no âmbito do contratos de receitas garantidas da EDP, os chamados CMEC, que resultaram em benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à elétrica pelo então ministro da Economia do Governo de José Sócrates, Manuel Pinho.

Os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Carlos Casimiro e Hugo Neto, responsáveis pelo caso EDP emitiram um despacho, datado de 11 de abril, e que foi “consultado pelo Observador nos autos do caso EDP”, no qual defendem a constituição de Ricardo Salgado como arguido por ter alegadamente corrompido Manuel Pinho com mais de um milhão de euros.

De acordo com o Observador, em causa está o alegado pagamento de 1.032.511, 86 euros, transação feita entre 18 de outubro de 2006 e 20 de junho 2012 para uma sociedade offshore de Manuel Pinho — Tartaruga Foundation, com sede no Panamá. Os pagamentos terão sido feitos pela Espírito Santo Enterprises, uma offshore das Ilhas Virgens Britânicas vulgarmente conhecida por ‘saco azul’ do Grupo Espírito Santo. Essas transferências, de acordo com o despacho, terão sido realizadas “por ordem de Ricardo Salgado” ao “aqui arguido, ex-ministro da Economia, Manuel Pinho”, transcreve o jornal.

“Na próxima semana deverá a PJ proceder à constituição como arguido, e prestação de Termo de Identidade e Residência a Ricardo do Espírito Santo Silva Salgado”, lê-se no despacho. Segundo o Observador em causa estão alegados crimes de ilícito de corrupção ativa de Manuel Pinho, crime pelo qual Salgado já foi acusado no âmbito da Operação Marquês, mas sendo o alegado corrompido José Sócrates.

O Público (acesso condicionado) avançou que já houve contactos sobre este tema entre o Ministério Público e a PJ, mas o despacho ainda não chegou à Gomes Freire, por isso o pedido ainda não foi levado a cabo.

A defesa de Ricardo Salgado não quis comentar a notícia.

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