CGD está quase a fechar venda de mais duas carteiras de malparado
O banco liderado por Paulo Macedo quer vender dois portefólios de crédito malparado este ano. "Temos os processos bem avançados", referiu a CGD na conference call dos resultados trimestrais.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai vender duas carteiras de crédito malparado este ano, num esforço para continuar a diminuir este “fardo” que ainda pesa na rentabilidade do banco. A informação foi avançada a investidores e analistas na conference call de resultados do primeiro trimestre. Segundo o banco liderado por Paulo Macedo, os processos “estão avançados”, sem avançar um valor para as vendas.
“Estamos a vender dois portefólios de crédito malparado”, avançou José Brito, administrador da CGD, na conference call para explicar os resultados relativos aos primeiros três meses do ano. Foi neste período que o banco estatal passou de prejuízos a lucros de 68 milhões de euros. Resultado justificado pelo contributo positivo da atividade em Portugal.
"Estamos a vender dois portefólios de crédito malparado.”
Os dois “processos estão bem avançados”, refere o administrador do banco. Contudo, as duas vendas não vão ficar concluídas ao mesmo tempo. “Prevemos que a primeira fique fechada no final do segundo trimestre”, afirma José Brito, acrescentando que a segunda venda “deve atrasar-se até julho ou agosto”. Apesar de não avançar um valor para estas alienações, a CGD deixa uma garantia: as vendas “vão, sem dúvida, ter impacto nos próximos trimestres”.
O banco estatal, assim como todos os outros bancos nacionais, tem vindo a fazer um esforço para reduzir o peso dos ativos tóxicos no balanço. De acordo com os resultados trimestrais, a instituição financeira reduziu os chamados NPL em 600 milhões de euros nos primeiros três meses. Já desde janeiro de 2017, esta redução ascende a 3,3 mil milhões de euros.
Em novembro, o ECO avançou que a CGD estava no mercado a vender 1.800 milhões de euros em crédito hipotecário, empresarial e imobiliário, numa operação a realizar entre o ano passado e o final deste. Esta venda junta-se a outras que o banco tem realizado. Foi em julho que a Caixa vendeu 476 milhões de euros em crédito malparado ao fundo de private equity Bain Capital Credit.
CGD poupa 20 milhões com dívida menos arriscada
Além da redução do malparado, o banco estatal tem também de regressar ao mercado para emitir uma segunda tranche de 430 milhões de euros em dívida representativa de capital como ficou definido com a Comissão Europeia no âmbito do plano de recapitalização. Isto depois de ter emitido 500 milhões de dívida AT1. Ou seja, dívida com risco elevado.
Contudo, Paulo Macedo adiantou na apresentação dos resultados para o primeiro trimestre que a CGD obteve junto da Direção Geral da Concorrência autorização para emitir dívida considerada menos arriscada (AT2), conseguindo assim poupar até 20 milhões em juros.
Na conference call, José Brito explicou que a única mudança é o tipo de dívida emitida, já que o prazo para esta emissão se mantém — CGD tem até setembro para avançar com esta operação. Um tipo de dívida que também satisfaz os requisitos europeus, conhecidos como MREL, que os bancos europeus têm de cumprir.
“Esta emissão de AT2 conta para o MREL. Por isso não devemos ir ao mercado emitir outro tipo de ativos”, nota o administrador, avançando que ainda não há um alvo para os requisitos que a CGD tem de cumprir. Contudo, no próximo ano, o banco estatal deve regressar ao mercado para emitir AT2 ou dívida sénior, remata José Brito.
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