Parlamento espanhol debate moção de censura a Rajoy a 31 de maio
O primeiro-ministro espanhol vai enfrentar uma moção de censura, depois de terem sido conhecidas as sentenças do principal processo do caso Grütel, que investiga uma rede de corrupção ligada ao PP.
O Parlamento espanhol vai debater e votar a moção de censura ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy, nos dias 31 de maio e 1 de junho, avança a imprensa espanhola. A moção foi apresentada pelo líder do PSOE, Pedro Sánchez, depois de terem sido conhecidas as sentenças do principal processo do Gürtel, o maior caso de corrupção a ser julgado em Espanha.
O debate da moção de censura vai iniciar-se na quinta-feira, dia 31 de maio. No dia seguinte, a iniciativa será votada. O PSOE destaca a “oportunidade para acabar com a situação de deterioração” das instituições espanholas, para “melhorar a qualidade democrática” do país e para “abrir um novo tempo”.
A moção foi apresentada por Pedro Sánchez esta sábado, depois de terem sido conhecidas sentenças do caso Gürtel, que investiga uma rede de corrupção ligada ao Partido Popular (PP), o partido liderado pelo primeiro-ministro espanhol.
A investigação incide sobre suspeitas de branqueamento de capitais, fraude fiscal, subornos e tráfico de influências, atos que terão sido por políticos do PP a partir de meados da década de 1990. O cabecilha do esquema de corrupção era o empresário Francisco Correa, cujas empresas organizavam eventos políticos do PP, candidatando-se a vários concursos públicos, com orçamentos inflacionados. Ao mesmo tempo, Correa pagava a responsáveis políticos do PP com autoridade para adjudicar propostas.
Na semana passada, o tribunal que julgava o principal processo deste caso concluiu que o PP manteve uma contabilidade paralela durante anos, ao mesmo tempo que beneficiou de milhares de euros de origem ilícita.
Na sequência das decisões do tribunal (que sentenciou Correa a 51 anos de prisão e Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do PP, a 33 anos de prisão e 44 milhões de euros de multa), Mariano Rajoy recusou assumir responsabilidades ou afastar-se do partido.
Assim, Pedro Sánchez pede aos 350 deputados espanhóis que afastem o primeiro-ministro. Para isso, precisa de maioria absoluta. Se alcançar esse objetivo, o líder do PSOE pretende formar um governo transitório, que se manteria em funções até se realizarem eleições antecipadas.
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