Crise italiana bate à porta de Wall Street. Bancos cedem 2%

Não demorou muito tempo a chegarem as ondas de choque que vêm de Itália. As bolsas dos EUA abriram o dia no vermelho com investidores à procura de refúgio. Fogem da banca em direção às treasuries.

A forte aversão ao risco que os mercados europeus estão a registar esta terça-feira depressa chegou ao outro lado do Atlântico. As bolsas norte-americanas iniciaram a sessão em forte baixa. E também o setor financeiro segue sob intensa pressão vendedora.

O S&P 500, o índice de referência para investidores em todo o mundo, perde 0,64% para 2.703,87 pontos. Também o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq recuam 0,84% e 0,38%, respetivamente.

“As apostas na queda das ações evidenciam um cenário feio com a política italiana a afligir os mercados em todo o mundo”, referiu Peter Cardillo, economista da Spartan Capital Securities, citado pela Reuters. “Uma crise de confiança no euro parece-me quase inevitável, o que está a dar força ao dólar e a atirar os juros das obrigações para mínimos como porto de abrigo para os investidores”, disse ainda.

A yield associada às obrigações do Tesouro norte-americano a 10 anos (as chamadas Treasuries), um dos ativos de refúgio em tempos de incerteza, caiu para o nível mais baixo desde o início de abril, tocando nos 2,8477%.

Em termos setoriais, os receios dos investidores castigam sobretudo a banca. As ações do Bank of America, JPMorgan Chase e Goldman Sachs cedem entre 1,7% e 2%.

Isto acontece numa altura em que se perspetivam eleições antecipadas na terceira maior economia do mundo, depois de o Presidente italiano ter rejeitado que o nome proposto para ministro da Economia, dando oportunidade ao tecnocrata Carlo Cottarelli, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional, para a formação de Governo.

Mas Itália está longe de ser a única fonte de indefinição política na Zona Euro. Em Espanha, o Governo enfrenta esta sexta-feira uma moção de censura do PSOE depois das condenações por corrupção de vários dirigentes do PP de Mario Rajoy.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Crise italiana bate à porta de Wall Street. Bancos cedem 2%

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião