Portugal é o país europeu mais atrativo para os investidores, diz EY

  • Juliana Nogueira Santos
  • 21 Junho 2018

Portugal é a economia europeia mais atrativa para os investidores, diz a EY. Portugal atraiu 68 novos projetos de investimento estrangeiro em 2017, que criaram quase oito mil postos de trabalho.

Capa da análise da EY à atratividade da economia portuguesa.EY

A receita para a atratividade parece infalível. Bom tempo, boa comida, economia a recuperar e uns pozinhos de marketing. Tudo isto está a pôr Portugal nas bocas do mundo e a levar os investidores a apostar em Portugal. Pelo menos é o que diz o Inquérito de Atratividade da EY, divulgado esta quinta-feira.

Segundo a análise anual da consultora, Portugal é agora o país mais atrativo para os investidores estrangeiros, que depositam no país os planos mais otimistas para investimentos a curto prazo. Ou seja, 65% dos investidores têm a perceção de que Portugal se vai tornar mais atrativo no futuro (o ano passado eram 62%) e 31% considera que pretende investir em Portugal, o valor mais elevado a nível europeu.

Para além disso, a EY coloca Portugal em primeiro lugar no comércio internacional, ou seja, na simplicidade do processo logístico em torno das exportações e importações, e na segurança, tudo em comparação com os restantes países europeus.

“Antes vista como o ‘segredo mais bem guardado’ para turistas e investidores, Portugal está agora na ribalta e a colher os benefícios económicos desta maior exposição”, escreve a consultora. “Os investidores mostram confiança crescente nos fatores atrativos de Portugal. Estabilidade, infraestruturas de telecomunicação, ambiente legal e regulatório e benefícios dados pelo Governo são os principais diferenciadores” face aos parceiros europeus, salienta o estudo.

Antes vista como o ‘segredo mais bem guardado’ para turistas e investidores, Portugal está agora na ribalta e a colher os benefícios económicos desta maior exposição.

Estudo da EY

A consultora calcula a atratividade de um país através da “combinação da sua imagem, o nível de confiança dos investidores como destino de investimento e a perceção da sua capacidade de proporcionar os benefícios mais competitivos ao Investimento Direto Estrangeiro”.

Os investidores que mais capital colocaram no país foram os norte-americanos, que mostraram interesse em 17 projetos, seguindo-se os franceses (13), os britânicos (10) e os espanhóis (10). No total, e constituindo um novo recorde, foram 95 os projetos que receberam a confiança — e o dinheiro — dos investidores estrangeiros, um crescimento de 61% face à análise anterior. Estes investimentos criaram um valor recorde de postos de trabalho — quase oito mil. Em causa estão os diferentes tipos de investimento que exigem postos de trabalho diferentes.

Investimentos aumentam 61% de 2016 para 2017

Fonte: EYEY

“Estes resultados do EY’s Atractiveness Survey – Portugal refletem claramente os esforços que têm sido feitos nos últimos anos no sentido de atrair mais Investimento Direto Estrangeiro e demonstram que o nosso país é cada vez mais uma primeira escolha para o investidor estrangeiro”, afirmou, em comunicado, Florbela Lima, responsável pelo estudo.

Estabilidade social versus carga fiscal

E o que chama os investidores para terras lusas? No top de fatores atrativos estão a estabilidade do clima social, o potencial para o aumento da produtividade e os custos da mão-de-obra. A capacidade de inovação é também destacada pela EY, que atribui os “louros” aos talentos nacionais.

“A capacidade de inovação portuguesa é uma das mais competitivas da União Europeia”, lê-se no estudo. “Ainda que os investidores sinalizem espaço para melhorias, influenciadas pela procura global por talentos, os investidores sublinharam a formação e as capacidades com sendo uma das principais prioridades”.

Neste espaço para melhorias, os investidores consultados pela EY querem o alívio da carga fiscal que incide sobre as empresas, o aumento dos incentivos regionais e do mercado português.

Mapa das regiões mais atrativas

Fonte: EYEY

Onde investir? Na “nova Berlim”

Quando a análise da atratividade é feita a nível geográfico, há uma região que bate todas as outras. “Frequentemente referida como ‘a nova Berlim’, ‘a próxima capital tech’ ou ‘a capital charmosa pronta para escalar”, Lisboa está a explodir no que diz respeito ao empreendedorismo e inovação”, diz o estudo.

Assim, Lisboa concentra 56% da atratividade nacional, seguindo-se depois a região do Norte, com 26% do interesse. A capital portuguesa é ainda apontada como a terceira melhor cidade da Europa em termos culturais e criativos.

Já em termos de setores, os potenciais investidores veem no imobiliário e na construção o principal setor a investir, visto que será aquele que ditará um maior desenvolvimento económico do pais. Segue-se depois o turismo e as tecnologias da informação e comunicação.

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