CDS pode viabilizar Orçamento? “Não vejo nenhuma hipótese”, diz Cristas
Assunção Cristas rejeita viabilizar o próximo Orçamento do Estado e também não admite a formação de um bloco central pós-eleições. A "única opção" é uma maioria à direita.
Ainda faltam mais de três meses para a apresentação do Orçamento do Estado para 2019, mas Assunção Cristas garante já qual será a posição do CDS-PP: não aprova. A líder do partido diz não ver “nenhuma hipótese” de viabilizar o próximo Orçamento, uma vez que o caminho seguido pelo Governo e parceiros à esquerda “é muito diferente” daquele que propõe. Cristas diz também temer que este Orçamento seja aprovado sem se “fazerem os cálculos” necessários e, para as próximas eleições legislativas, só tem um objetivo: uma maioria de 116 deputados à direita. “Não há segunda escolha”, ao contrário do que considera estar a acontecer no PSD, que admite um cenário de bloco central.
As posições foram transmitidas por Assunção Cristas em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, publicada este domingo. Questionada sobre a possibilidade de o CDS-PP viabilizar o Orçamento do Estado, Assunção Cristas é clara: “Não vejo nenhuma hipótese, porque o caminho é muito diferente daquele que propomos. Em todos os OE votámos contra e apresentámos alternativas, sempre explicando porque é que sentíamos que não estávamos a ir pelo caminho certo”, refere na entrevista.
O caminho certo, acrescenta, é o de “procurar ter gradualismo, ter crescimento económico que sustente de futuro uma economia mais sólida, uma série de medidas relacionadas com fiscalidade para as famílias e empresas, questões do interior”.
Do lado do Governo, critica, o que vê é António Costa a “sustentar-se no Bloco de Esquerda e no PCP para continuar a governar como primeiro-ministro”. Assim, mostra-se preocupada com o que será aprovado para o próximo ano. “Temo que o Governo e o primeiro-ministro cedam no imediato para terem um Orçamento do Estado aprovado sem fazerem os cálculos e sem se preocuparem com o dia a seguir“, aponta.
Quanto às eleições legislativas de 2019, Assunção Cristas reconhece a “convergência de temas” do CDS com o PSD, no que diz respeito a assuntos como a natalidade, o interior, a saúde ou a educação. Mas frisa uma diferença entre os dois partidos.
“O primeiro cenário do PSD e de Rui Rio é ganhar as eleições e ter uma maioria de 116 deputados no centro-direita. Essa é a sua escolha preferencial. O que nos diferencia é que para o CDS não há segunda escolha. Para o CDS há uma opção, que é 116 deputados como alternativa“, refere, relativamente a um cenário de bloco central após eleições, que o PSD não descarta.
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