Quem são as herdeiras de Pedro Queiroz Pereira?
A sucessão do grupo Semapa foi preparada fora da família e entregue a gestores profissionais. Mas as três filhas de PQP estão na administração do grupo e herdam uma fortuna avaliada em 790 milhões.
A morte de Pedro Queiroz Pereira vem mudar o panorama industrial português. Depois do desaparecimento de Américo Amorim (julho de 2017) e de Belmiro de Azevedo (novembro de 2017) é agora a vez de outra das figuras maiores do mundo empresarial desaparecer.
Pedro Queiroz Pereira, patrão da Semapa e detentor de uma fortuna avaliada em mais de 790 milhões de euros era, segundo a Forbes, o quinto mais rico de Portugal. Os três empresários e industriais, apesar de gerações diferentes (PQP era o mais novo dos três), deixam três dos maiores grupos empresariais nacionais. E em cada um dos casos, a sucessão — apesar de diferente –, foi bem delineada.
Se, no caso de Belmiro e Amorim, a sucessão foi encontrada dentro da família — na Sonae, a gestão foi entregue a Paulo Azevedo, que agora a passa a Cláudia e, no grupo Amorim, que ficou sob a alçada de Paula Amorim. No caso do patrão da Semapa o caso foi diferente.
O industrial que morreu este sábado, em Ibiza, construiu um dos maiores grupos industriais do país, a Semapa, com as posições de controlo da Secil e da Navigator (antiga Portucel), e tratou de acautelar o futuro do grupo, entregando a gestão a profissionais, fora da esfera familiar. A liderança executiva da Navigator ficou nas mãos de Diogo da Silveira e a da Semapa (holding que detém as empresas Secil e Navigator e onde a família assegura 70% do capital), entregue a João Castello Branco.
Para si, PQP guardou a presidência do grupo, tendo mesmo este ano decidido alargar o número de membros do conselho de administração de 11 para 14, incluindo assim as três filhas: Filipa, Mafalda e Lua.
Esta decisão surgiu depois de, no ano passado, Pedro Queiroz Pereira ter criado um fundo privado e fechado, repartido pelas herdeiras — o industrial era viúvo desde 2014. A medida visava impedir as filhas de vender o património para que este se mantivesse na família. E, sobretudo, que se manteria longe do alcance da irmã, Maude, com quem se incompatibilizara entretanto.
Tal como o pai, as filhas são avessas aos meios mediáticos e, tal como o pai, tem mostrado artes para o… desporto. Mafalda Queiroz Pereira chegou mesmo a participar nos Jogos Olímpicos de inverno, em 1998, em Nagano, Japão. Já Lua tem créditos firmados no hipismo onde, para além de atleta é também empresária. A mais velha, Filipa, é licenciada em matemáticas aplicadas com uma pós-graduação em Harvard em Sistemas de Informação.
Agora, herdam uma fortuna e, sobretudo, um grupo industrial que o pai ergueu depois de ter vindo do Brasil, virado para os cimentos e florestas. O poder segue agora no feminino.
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