Regling vê melhorias do rating “num futuro próximo”. Portugal pode entrar num “círculo virtuoso”
O regresso dos investidores a Portugal é apontado como um dos indicadores de desenvolvimento positivo pelo diretor do Mecanismo Europeu, Klaus Regling.
O diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) saudou esta sexta-feira o regresso dos investidores a Portugal e considerou provável que as agências de notação financeira melhorem ainda mais o rating do país “num futuro próximo”, levando a um “círculo virtuoso”.
Na conferência de imprensa no final da reunião informal de rentrée do Eurogrupo, em Viena, na qual a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) deram conta das conclusões da sua oitava missão de vigilância pós-programa a Portugal, que consideraram “globalmente positiva”, Klaus Regling interveio para sublinhar que, “do lado dos mercados”, as notícias também são “bastante positivas”, e vaticinou que Portugal poderá mesmo beneficiar de um “círculo virtuoso”.
“Os investidores regressaram a Portugal. Este é um desenvolvimento positivo. E há mesmo a possibilidade de os ratings [avaliações] melhorarem ainda mais num futuro próximo, e pode então ter início um círculo virtuoso, em que os juros da dívida baixem ainda mais e os spreads encolham ainda mais. E isso é tudo positivo”, declarou o diretor do fundo de resgate permanente da zona euro.
Os investidores regressaram a Portugal. Este é um desenvolvimento positivo. E há mesmo a possibilidade de os ratings [avaliações] melhorarem ainda mais num futuro próximo, e pode então ter início um círculo virtuoso, em que os juros da dívida baixem ainda mais e os spreads encolham ainda mais. E isso é tudo positivo.
Em abril passado, a agência de notação financeira Moody’s adiantou que o rating atribuído a Portugal será melhorado se concluir que os progressos alcançados a nível orçamental e económico são sustentáveis, e se a redução da dívida for constante.
A Moody’s tinha agendado uma revisão do rating atribuído a Portugal, mas optou por não se pronunciar, mantendo a avaliação da dívida portuguesa em ‘Ba1’, uma notação que é considerada ‘lixo’, devendo esta agência de notação voltar a pronunciar-se sobre Portugal em meados de outubro.
A agência norte-americana continua a ser a única entre as quatro maiores a atribuir à dívida pública portuguesa uma nota especulativa, depois de Standard & Poor’s (S&P), Fitch e DBRS já terem colocado Portugal no patamar de investimento.
Moscovici destaca “melhoria espetacular” do desemprego em Portugal
Já o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, destacou a “melhoria espetacular” da situação do desemprego em Portugal, que recuou para níveis abaixo da média da zona euro.
Na conferência de imprensa no final da reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro, Moscovici comentou que “as coisas vão no caminho certo, ainda que sejam necessárias algumas reformas, mas que estão programadas”, e sublinhou “as boas notícias na frente do emprego”.
“Houve uma melhoria espetacular a nível do desemprego, que caiu para baixo da média” europeia, em julho, para os 6,8%, realçou.
Além de reiterar a necessidade de Portugal prosseguir as reformas estruturais, o comissário europeu dos Assuntos Económicos considerou que o Governo também deve focar-se em “melhorar os níveis de qualificações” dos portugueses “e tornar o mercado de trabalho mais inclusivo”.
De acordo com os dados mais recentes sobre o desemprego, divulgados em 31 de agosto pelo Eurostat, a taxa de desemprego homóloga recuou em julho para os 8,2% na zona euro e para os 6,8% na União Europeia, tendo Portugal registado a terceira maior diminuição face a julho de 2017, ao recuar dos 8,9% para os 6,8%.
Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, na comparação homóloga (com o mesmo mês do ano anterior), a taxa de desemprego caiu em todos os Estados-membros, tendo os maiores recuos tido lugar em Chipre (de 10,7% para 7,7%), Grécia (de 21,7% para 19,5%, dados de maio) e em Portugal, onde desceu de 8,9% para 6,8%.
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