Políticos e empresários regressam aos bancos da escola
Alguns dos políticos e empresários mais sonantes regressaram, este sábado, à escola. No caso, à Nova School of Business and Economics, que inaugurou o seu novo campus em Carcavelos.
Foi com o arrulhar do mar ao fundo e com o pôr-do-sol a tingir o ambiente que alguns dos nomes mais sonantes do mundo da política e dos negócios voltaram, este sábado, aos bancos da escola. No caso, ao novo campus da School of Business and Economics (SBE), em Carcavelos. “Sejam todos muito bem-vindos ao futuro”, acolheu-os o reitor da Universidade Nova de Lisboa, dando início à inauguração desta casa à beira-mar plantada.
“Este campus serve um projeto educativo único no país”, começou por salientar João Sàágua. Com uma plateia repleta de caras conhecidas — de António Mexia a Paulo Portas, passando por Ana Botín — o reitor fez questão de notar que este “campus magnificus” será pautado pela internacionalização e excelência.
De facto, dos três mil estudantes que já estão a ter aulas nesta faculdade, 40% não são portugueses, isto é, têm mais de 70 nacionalidades diferentes que não a lusitana. E a língua oficial da escola é o inglês. A pretensão é agora duplicar esses três milhares e, pelo caminho, reforçar a projeção internacional da escola… mas essa vocação tem raízes já fortes.
“Há 40 anos, um grupo de sonhadores semeou uma escola para o mundo”, fez questão de lembrar o dean da SBE, Daniel Traça, a quem deram o nome de ‘deaniel’. O professor recordou a história da instituição e deixou claro que a sua missão será a de continuar a “formar os líderes que irão guiar o país e a humanidade”.
Este campus dará um contributo para o alargamento da rede de amigos e embaixadores informais de Portugal na Europa e no mundo.
Uma meta que, aliás, valeu à escola o apoio de quase cinco dezenas de empresas, sem o qual este novo campus não se teria concretizado. Dos 50 milhões que fizeram deste “castelo de ar” realidade, cerca de 40 vieram exatamente desses bolsos privados. Tudo porque os empresários estão certos de que esta nova casa “dará um contributo para o alargamento da rede de amigos e embaixadores informais de Portugal na Europa e no mundo”. As palavras são de Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, e foram lidas nesta inauguração por Marta Maia, diretora de recursos humanos do grupo de distribuição.
“Foi com enorme entusiasmo que o grupo Jerónimo Martins reconheceu o potencial deste projeto desde o primeiro momento”, sublinhou o empresário, assumindo-se como o primeiro a investir neste “sonho”. “Esta é uma obra coletiva que nos sobreviverá”, acrescentou, notando que a escola pode e deve ser também uma “incubadora de bons cidadãos”.
“Neste dia, celebramos juntos a capacidade de sonhar”, enfatizou, por fim, o presidente executivo da dona do Pingo Doce.
Do retalho à banca, na cerimónia deste sábado, também marcou presença a líder do espanhol Santander. Em português e com visível entusiasmo, Ana Botín admitiu ter o “maior orgulho” por ter apoiado este projeto, explicando que esse suporte teve origem na “partilha de valores” como o do rigor e o da internacionalização. “Acredito que a ambição da SBE de competir com as melhores universidades do mundo é uma declaração de europeísmo. A SBE tem muito para dar à Europa e ao mundo”, afirmou a gestora.
Apesar de estar confiante no futuro desta escola, Botín deixou um recado aos seus estudantes: “têm de trabalhar muito”. E concluiu: “Ambicionamos juntos um futuro mais sustentável”.
“O homem sonha, a obra nasce”
Henrique Soares dos Santos (em representação de Alexandre Soares dos Santos) completou o trio de testemunhos de quem ajudou a concretizar, pedra a pedra, este projeto. “O homem sonha, a obra nasce”, começou o empresário, citando Fernando Pessoa, mas rapidamente acrescentou: “Dito assim, parece fácil, mas não é”.
Soares dos Santos considerou este um “momento feliz” e revelou estar confiante de que esta escola formará “uma nova geração de líderes para ajudar a repensar Portugal”. “Faço votos que o diálogo venha a ser a vossa imagem de marca”, realçou ainda.
À parte dos discursos destes três grandes nomes, a noite ficou ainda marcada pelos testemunhos mais curtos (videográficos) dos restantes 43 empresários que emprestaram mãos a este sonho: de José Gonçalves da Accenture a Francisco Lacerda dos CTT, passando por Joaquim Paulo da Deloitte, Rogério Campos Henriques da Fidelidade, Vasco de Mello do grupo José de Mello, Vítor Gonçalves da Nestlé e António Mexia, da EDP.
“É tudo excecional”
O remate desta cerimónia — que contou com o acompanhamento sonoro da Orquestra de Cascais — esteve a cargo do Presidente da República.
Pela última vez, os músicos tocaram o Paladio 15 de Karl Jenkins — que serviu de separador entre os vários testemunhos, em jeito de “cerimónia dos Óscares” — e Marcelo Rebelo de Sousa subiu ao palco. Isso já sem Cavaco Silva na plateia, uma vez que o antigo chefe de Estado decidiu deixar o evento antes do encerramento.
Ouvi mesmo dizerem que a escola corria o risco de se tornar numa escola de surf, o que a mim não me complexava nada.
“Uma grande escola é sempre uma grande escola. É o caso da SBE”, salientou Marcelo. “Que o digam todos os que fizeram a sua história”, notou o professor, considerando que esta foi a faculdade “mais exigente e rigorosa” em que trabalhou.
O Presidente da República elogiou o espaço e o processo “arrojado” que o tornou realidade, referindo que “tudo é excecional”. “Ouvi mesmo dizerem que a escola corria o risco de se tornar numa escola de surf, o que a mim não me complexava nada”, atirou Marcelo, entre gargalhadas, fazendo votos de que “as elevadíssimas expectativas” que este novo campus traz sejam “cabalmente correspondidas”.
A fechar as duas horas de comemoração com chave de ouro, Marcelo atribuiu ainda o estatuto de membro honorário da Ordem da Instituição Pública à Universidade Nova de Lisboa e, claro, tirou uma selfie (ou várias, na verdade) com o auditório.
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