Executivos querem inovar, colaboradores querem oportunidades. Empresas portuguesas planeiam mudanças
De acordo com um estudo da consultora Mercer, grande parte dos colaboradores inquiridos procura uma maior flexibilidade no trabalho, e acesso a mentores para fomentar o desenvolvimento profissional.
Como será o futuro das empresas em Portugal? A maior parte dos executivos planeia realizar mudanças estruturais nas suas empresas nos próximos 12 meses, e os colaboradores procuram oportunidades para crescer pessoal e profissionalmente.
Um dos temas centrais na agenda dos executivos para este ano é a inovação, mas pouco mais de um terço tem uma equipa dedicada a essa área. As conclusões são de um estudo da Mercer, o “Portugal Talent Trends 2018 – Unlocking Growth in the Human Age“, que analisa as novas tendências do futuro do trabalho.
Entre as principais mudanças planeadas pelos líderes encontra-se a aposta em estruturas horizontais, a descentralização dos processos de decisão e o fim de algumas funções com menor impacto para a organização.
“A digitalização é uma das principais alavancas para a criação de organizações mais ágeis e competitivas. Mas a humanização tem de estar alinhada com esta realidade, trabalhando competências de resiliência face a adoção de novas tecnologias, e facilitando as atividades do dia-a-dia através destas novas formas de trabalhar. Só assim, teremos equipas comprometidas com o futuro”, indica Pedro Brito, Partner e Business Leader de Career da Mercer|Jason Associates, citado em comunicado.
Colaboradores querem mais flexibilidade e acompanhamento
As cinco tendências na gestão de talento identificadas pela consultora prendem-se com a velocidade da mudança, o propósito no trabalho, flexibilidade, plataformas para o talento e digitalização de dentro para fora. Para além de oportunidades para desenvolvimento, 61% dos colaboradores quer maior flexibilidade comparando com a que têm atualmente, e 72% dos inquiridos considera poder alterar o seu vínculo laboral.
Nenhuma das empresas inquiridas se considera um líder flexível, e mais de dois terços dos colaboradores sente que conseguia melhorar o desempenho se tivesse acesso mais simples a especialistas e mentores.
“As mudanças organizacionais têm de ser realizadas de forma integrada em vez de se realizarem várias iniciativas isoladas”, aponta Pedro Brito. “A organização tem de compreender porque se faz a mudança e deve ser realmente envolvida no processo”, acrescenta.
No estudo da Mercer em Portugal participaram 31 executivos sénior, 96 líderes de Recursos Humanos e 302 colaboradores.
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